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Botox (Toxina Botulínica) para Síndrome do Escaleno e a Dor Miofascial Cervical

Síndrome do Escaleno e a Dor Miofascial Cervical

A dor cervical que irradia para o braço é uma das queixas mais complexas na medicina da dor. Frequentemente confundida com hérnias de disco ou síndrome do túnel do carpo, existe uma condição específica que envolve a musculatura lateral do pescoço: a Síndrome do Escaleno (ou Síndrome do Músculo Escaleno Anterior).

Os músculos escalenos (anterior, médio e posterior) formam um triângulo anatômico crítico no pescoço. Por esse espaço estreito, conhecido como desfiladeiro torácico, passam estruturas vitais: o plexo braquial (rede de nervos que comanda o braço) e a artéria subclávia. Quando esses músculos entram em espasmo crônico, hipertrofia ou desenvolvem pontos-gatilho (trigger points), eles podem comprimir essas estruturas neurovasculares.

O uso de Toxina Botulínica Tipo A (Botox®) emergiu como um tratamento padrão-ouro não cirúrgico para relaxar essa musculatura profunda, aliviar a compressão nervosa e restaurar a qualidade de vida de pacientes que não respondem a medicamentos orais ou fisioterapia convencional.

1. O Bloqueio Mecânico

Os escalenos encurtados elevam a primeira costela ou comprimem diretamente o plexo braquial. Isso gera dor neuropática (formigamento/choque) que desce pelo braço até a mão.

2. A Ação da Toxina

A toxina botulínica bloqueia a liberação de acetilcolina na placa motora. O músculo escaleno é “desligado” quimicamente, forçando um relaxamento que alonga as fibras e abre o espaço para os nervos.

3. Resultado Clínico

Redução da dor cervical, desaparecimento da parestesia (formigamento) nas mãos e restauração da amplitude de movimento do pescoço.

Anatomia e Fisiopatologia: O “Desfiladeiro” Apertado

Para entender por que a dor é tão intensa, é preciso visualizar a anatomia. O plexo braquial emerge da coluna cervical e passa exatamente entre o músculo escaleno anterior e o músculo escaleno médio. Se esses músculos estiverem tensos devido a má postura (ex: uso excessivo de computador, “pescoço de texto”), trauma (chicote cervical em acidentes de carro) ou estresse, o espaço diminui.

Essa condição é um subtipo da Síndrome do Desfiladeiro Torácico (SDT) Neuroogênica. A compressão não é óssea, mas muscular. O paciente sente dor não apenas no pescoço, mas frequentemente nos dedos anelar e mínimo (distribuição do nervo ulnar), simulando outras patologias.

A presença de bandas tensas palpáveis e a reprodução da dor ao pressionar os escalenos (Sinal de Tinel supraclavicular) são indicativos clássicos que levam o médico a considerar a infiltração terapêutica.

Tabela 1: Diferenciando a Dor (Diagnóstico Diferencial)
Condição Sintomas Distintivos Diferença para Escalenos
Síndrome do Escaleno Dor lateral no pescoço, formigamento nos dedos mindinho/anelar, piora ao levantar o braço ou virar a cabeça. A dor é reproduzida pela palpação do músculo no pescoço, não na coluna.
Hérnia de Disco Cervical Dor tipo choque elétrico, específica de um dermátomo, alívio ao colocar a mão sobre a cabeça. Geralmente visível na ressonância; dor mais “aguda” e menos “surda”.
Síndrome do Túnel do Carpo Formigamento nos dedos polegar, indicador e médio; piora à noite. O problema é no punho, não no pescoço. Teste de Phalen positivo.

Detalhes Técnicos do Procedimento com Toxina Botulínica

A aplicação de toxina botulínica nos escalenos é um procedimento de alta complexidade e precisão. Diferente de aplicações estéticas, esta é uma injeção profunda em uma área repleta de estruturas nobres (artérias, veias, pulmão e nervos).

A Necessidade de Guiagem por Ultrassom

Não se realiza este procedimento “às cegas”. O uso de Ultrassonografia (USG) é mandatório. O médico deve visualizar a agulha em tempo real para evitar:

  • A Artéria e Veia Subclávia.
  • O Ápice do Pulmão (Risco de pneumotórax).
  • As raízes nervosas do Plexo Braquial (para não injetar dentro do nervo).

Dosagem e Drogas

Utiliza-se predominantemente a OnabotulinumtoxinA (referência Botox®). A dose varia conforme a hipertrofia muscular, geralmente entre 15 a 40 unidades por músculo (Anterior e Médio). O volume de diluição é mantido baixo para evitar a dispersão excessiva da toxina para músculos vizinhos indesejados.

O Passo a Passo do Procedimento

1
Mapeamento Ultrassonográfico

O médico escaneia o pescoço para localizar os vasos sanguíneos e nervos, marcando o trajeto seguro.

2
Assepsia e Anestesia Local

Limpeza estéril da pele. Uma pequena pápula anestésica é feita na pele para conforto.

3
Injeção Guiada (Alvo)

A agulha avança sob visão direta no ultrassom até o ventre do músculo escaleno. A toxina é injetada lentamente.

4
Finalização

Retirada da agulha e compressão leve. O paciente permanece em observação por 15 minutos.

Segurança: O Risco do Nervo Frênico

Existe uma particularidade anatômica crucial no tratamento dos escalenos: o Nervo Frênico. Este nervo, responsável por controlar o diafragma (músculo da respiração), corre exatamente sobre a superfície do músculo escaleno anterior.

Mesmo com técnica perfeita, pode ocorrer uma difusão da toxina que atinja o nervo frênico, causando uma paralisia temporária de um lado do diafragma. Em pessoas saudáveis, isso geralmente é assintomático ou causa apenas leve falta de ar aos grandes esforços, pois o outro lado do diafragma compensa.

No entanto, para pacientes com DPOC, asma grave ou capacidade pulmonar reduzida, este procedimento deve ser avaliado com extrema cautela ou evitado. A transparência sobre este risco é parte fundamental do consentimento informado.

⚠️ Atenção: Critérios de Exclusão

O bloqueio dos escalenos com toxina botulínica NÃO é recomendado para:

  • Pacientes com insuficiência respiratória grave.
  • Pacientes com paralisia diafragmática prévia do lado oposto.
  • Gestantes e lactantes (devido à falta de estudos de segurança).
  • Infecção ativa no local da injeção.

Resultados Esperados e Linha do Tempo

A toxina botulínica não funciona imediatamente. Ela requer um período de latência para ser internalizada pelas terminações nervosas. O alívio da dor neuropática e o relaxamento muscular seguem um cronograma previsível.

O tratamento também serve como um teste diagnóstico. Se o paciente apresentar melhora significativa da dor após o relaxamento dos escalenos, confirma-se que a origem da dor é muscular/compressiva naquele ponto, o que ajuda a guiar futuras decisões terapêuticas, inclusive cirúrgicas em casos extremos.

Evolução do Tratamento

Dia 0-3
Aplicação. Leve desconforto local.

Dia 10-14
Pico do efeito. Alívio da dor e formigamento.

Mês 3-4
Término do efeito. Reavaliação médica.

Comparativo: Botox vs. Outras Terapias

A abordagem da Síndrome do Escaleno geralmente começa com fisioterapia e medicação. A toxina botulínica é indicada quando estas falham (casos refratários) ou quando os efeitos colaterais dos medicamentos sistêmicos são intoleráveis.

Tabela 2: Opções de Tratamento Não-Cirúrgico
Tratamento Mecanismo Principal Vantagens/Desvantagens
Toxina Botulínica Relaxamento químico sustentado (3-4 meses). Pró: Ação focal, diagnóstico e terapêutico.
Contra: Custo, risco do nervo frênico.
Fisioterapia Alongamento mecânico e correção postural. Pró: Não invasivo, trata a causa base.
Contra: Pode ser doloroso na fase aguda ou ineficaz em espasmos graves.
Medicamentos (Gabapentina/Relaxantes) Modulação da dor no sistema nervoso central. Pró: Fácil acesso.
Contra: Sonolência excessiva, ganho de peso, tontura.
Bloqueio Anestésico Interrupção temporária da dor com anestésico local. Pró: Alívio imediato.
Contra: Dura apenas algumas horas (efeito curto).

Conclusão e Dicas do Especialista

A Síndrome do Escaleno é uma condição subdiagnosticada que causa sofrimento significativo. A toxina botulínica representa uma “ponte” fundamental: ao remover a dor e o espasmo quimicamente, ela permite que o paciente realize a reabilitação postural que antes era impossível devido à dor.

Não encare o Botox como a cura isolada, mas como um facilitador potente para a fisioterapia e correção ergonômica, visando a resolução a longo prazo.

Checklist Pós-Procedimento


  • Primeiras 4 Horas: Mantenha a cabeça ereta. Não deite e não massageie o pescoço.

  • Atividade Física: Evite exercícios intensos por 24 horas.

  • Sintomas Respiratórios: Se sentir falta de ar leve ao deitar, use travesseiros altos (efeito transitório do nervo frênico).

  • Reabilitação: Inicie alongamentos suaves guiados por fisioterapeuta após 7 dias.

Perguntas Frequentes (FAQ)

O procedimento é muito doloroso?

A dor é moderada e rápida. Como é uma injeção profunda, pode haver uma sensação de pressão no pescoço. Utiliza-se anestesia local na pele para minimizar o desconforto da entrada da agulha.

O convênio médico cobre o tratamento?

Em muitos casos, sim. O tratamento para Síndrome Dolorosa Miofascial refratária ou Distonia Cervical pode ser coberto, exigindo relatório médico detalhado justificando a necessidade e a falha de tratamentos anteriores.

Quanto tempo dura o efeito do Botox nos escalenos?

A duração média é de 3 a 4 meses. Em alguns pacientes, o ciclo de dor é “quebrado” e o alívio persiste por mais tempo se associado a boa fisioterapia e correção postural.

É perigoso aplicar perto do pulmão?

Existe o risco de pneumotórax se a agulha perfurar a pleura. Por isso, a utilização de ultrassom é obrigatória para visualizar a agulha e garantir que ela fique longe do pulmão, tornando o procedimento seguro em mãos experientes.

Vou ter dificuldade para respirar?

Pode ocorrer uma leve sensação de falta de ar aos grandes esforços devido à ação no nervo frênico. Em pessoas saudáveis, isso é pouco perceptível. Pessoas com doenças pulmonares prévias (asma grave, DPOC) devem evitar esse procedimento.

Qual a diferença entre tratar o escaleno e o trapézio?

O trapézio é superficial e causa dor no ombro/cabeça. O escaleno é profundo e causa compressão nervosa, gerando formigamento no braço. As técnicas de injeção e os riscos são completamente diferentes.

Posso dirigir após o procedimento?

Sim. O procedimento não altera o nível de consciência. Recomenda-se apenas cautela ao virar o pescoço bruscamente nas primeiras horas devido ao desconforto local.

O tratamento substitui a cirurgia?

Em muitos casos, sim. O relaxamento muscular pode ser suficiente para descomprimir os nervos e evitar a cirurgia de descompressão do desfiladeiro torácico, ou servir como teste para prever se a cirurgia será eficaz.

Quais médicos realizam este tratamento?

Devido à complexidade e necessidade de ultrassom, deve ser realizado por Médicos Fisiatras, Anestesiologistas de Dor ou Neurologistas com treinamento específico em intervenção guiada.

Posso fazer fisioterapia junto?

Sim, é essencial. A toxina permite que a fisioterapia seja feita sem dor. O alongamento e fortalecimento devem ser intensificados cerca de 10 dias após a aplicação.

Dor tem Tratamento – Centro de Dor e Acupuntura Médica em São Paulo – SP

TRATAMENTO DE DOR FISIOTERAPIA CLINICA HONG JIN PAI

Médicos Especialistas em Dor e Acupuntura do HC-FMUSP

Os especialistas em medicina da dor são médicos treinados e qualificados para oferecer avaliação integrada e especializada e gerenciamento da dor usando seu conhecimento único e conjunto de habilidades no contexto de uma equipe multidisciplinar.

O tratamento da dor visa reduzir a dor, abordando o impacto emocional da dor, ajudando os pacientes a se moverem melhor e aumentando o bem-estar por meio de uma variedade de terapias, incluindo terapia medicamentosa e intervenções.

Se você está vivendo com uma dor que persiste por mais de três meses e está afetando sua capacidade de continuar com a vida cotidiana, provavelmente está sentindo dor crônica.

Nossos médicos especialistas em controle da dor em São Paulo trabalham em estreita colaboração com outros especialistas como parte de uma equipe multidisciplinar para fornecer uma abordagem holística e um resultado ideal para a dor crônica, seja qual for a causa.

As técnicas usadas no controle da dor dependerão da natureza e gravidade da dor, mas nossos especialistas em dor têm experiência especial para ajudar com a dor.

CONSULTA
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Somos um centro de excelência no tratamento da dor crônica e entendemos como a dor contínua pode afetar todos os aspectos da sua vida.
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Nós entendemos sua dor e sabemos que uma intervenção bem-sucedida começa com uma avaliação completa e um diagnóstico preciso.
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Nossa equipe de especialistas pode fornecer uma ampla gama de tratamentos e terapias para ajudá-lo a voltar a viver com qualidade.
RECEPCAO CLINICA HONG JIN PAI
  • 01.Tratamento conservador de dor

    Acupuntura Médica, Ondas de Choque, Fisioterapia, Infiltrações, Bloqueios Anestésicos, Toxina Botulínica.
  • 02.Excelência em um só lugar

    A avaliação e tratamento da dor é a especialidade de nossos Médicos especialistas em Dor.
  • 03.Tratamento individualizado

    Plano de tratamento com medicamentos, terapias minimamente invasivas e fisioterapia.
Como é o tratamento inicial?
Em nossa clínica, focamos em tratamentos não cirúrgicos. Para a maioria dos casos, iniciamos um tratamento minimamente invasivo com acupuntura médica + fisioterapia. A duração do tratamento, para dores crônicas, pode ser de pelo menos 1 a 3 meses. Assim como outros tratamentos conservadores (como terapias e exercícios), o sucesso no tratamento depende não apenas da equipe médica, mas também da persistência do paciente em seguir a frequência e o tratamento adequado. Em alguns casos, podemos realizar outros tratamentos para dor, como ondas de choque, toxina botulínica e infiltrações.
Vocês atendem convênio?

Atendemos todos os Planos de Saúde pelo Reembolso.

O reembolso ou livre escolha é uma opção de atendimento a usuários de planos de saúde que não está vinculada à rede de prestadores contratados ou cujo procedimento específico não está contratado.

Não atendemos diretamente por convênio. Nosso foco é um atendimento especializado no paciente. Assim, separamos pelo menos 60-90 minutos para consulta, exame e avaliação do paciente.

O processo na maioria das vezes é digital (pelo Smartphone, tablet ou computador) é simples. O valor reembolsado corresponde a uma tabela de valores da própria operadora e pode cobrir todo o procedimento ou parte dele. Lembrando que a parte não reembolsada pode ser abatida no imposto de renda pessoa física (IRPF).

Quais são as terapias físicas para o tratamento da dor crônica?
Estudos mostram que a fisioterapia e exercícios pode atrasar ou mesmo evitar a necessidade de cirurgia. Em alguns casos, pode aliviar a causa raiz da dor de longo prazo, portanto, medicamentos ou cirurgias não são mais necessários. Na Clínica Dr. Hong Jin Pai, oferecemos uma ampla gama de terapias físicas para tratar a dor de longo prazo e diminuir a necessidade de medicação ou cirurgia.
Quais tratamentos para dor são oferecidos?
Oferecemos uma variedade das melhores e mais confiáveis tratamentos não cirúrgicos, desde acupuntura e fisioterapia em um estágio inicial, assim como procedimentos como dry needling, infiltração de pontos gatilhos, toxina botulínica para dor, tratamento por ondas de choque e bloqueios anestésicos. Somos inovadores em nossa abordagem ao tratamento da dor. Entendemos o efeito que a dor crônica pode ter em todos os aspectos da sua vida e adaptamos nossos pacotes de tratamento para atender você. Como parte do seu pacote multidisciplinar de controle da dor, combinaremos os melhores tratamentos terapêuticos e direcionados para fornecer o equilíbrio certo para você.

Clínica Dr. Hong Jin Pai – Centro de Dor, Acupuntura Médica, Fisiatria e Reabilitação.

Al. Jaú 687 – São Paulo – SP

Atendimento de segunda a sábado.

Dr. Marcus Yu Bin Pai

CRM-SP: 158074 / RQE: 65523 - 65524 | Médico especialista em Fisiatria e Acupuntura. Área de Atuação em Dor pela AMB. Doutorado em Ciências pela USP. Pesquisador e Colaborador do Grupo de Dor do Departamento de Neurologia do HC-FMUSP. Diretor de Marketing do Colégio Médico de Acupuntura do Estado de São Paulo (CMAeSP). Integrante da Câmara Técnica de Acupuntura do Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (CREMESP). Secretário do Comitê de Acupuntura da Sociedade Brasileira para Estudo da Dor (SBED). Presidente do Comitê de Acupuntura da Sociedade Brasileira de Regeneração Tecidual (SBRET). Professor convidado do Curso de Pós-Graduação em Dor da Universidade de São Paulo (USP). Membro do Conselho Revisor - Medicina Física e Reabilitação da Journal of the Brazilian Medical Association (AMB).  

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