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Fibromialgia

Fibromialgia, ou Síndrome Dolorosa Generalizada, é uma condição marcada pela amplificação da percepção de dor, associada a síndromes funcionais, conforme explica a Sociedade Brasileira de Reumatologia.

A doença atinge 5% da população, sendo mais prevalente entre as mulheres. A queixa central é dor musculoesquelética generalizada crônica, que vem acompanhada de uma grande sensibilidade nas articulações, músculos e tendões.

Reunimos neste artigo tudo o que você precisa saber sobre o assunto. Descubra o que é a fibromialgia, quais são os sintomas da doença e suas causas, como se dá o seu diagnóstico, de que maneira a condição afeta a vida das pessoas e como se dá o seu tratamento.

O que é Fibromialgia?

fibromialgia é uma síndrome que provoca dores por todo o corpo por longos períodos, sem causas muito bem definidas, ataca o sistema nervoso central e se manifesta por uma série de sintomas.

O principal deles é a dor intensa e constante em vários pontos do corpo, seja na musculatura, nos tendões ou nas articulações. A dor pode ter caráter migratório.

Embora ainda não tenha respostas precisas sobre a origem da fibromialgia, estudos de revisão apontam que a doença afeta principalmente mulheres de meia-idade, entre os 30 e os 50 anos, sendo delas 90% dos diagnósticos realizados.

A fibromialgia é, em média, oito vezes mais comum em mulheres do que em homens.

Vídeo Informativo sobre Fibromialgia

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Quais são as causas da fibromialgia?

Não existe causa definida para a fibromialgia, mas é possível apontar certos fatores de risco.
Sintomas da Fibromialgia
Como a doença não traz com ela alterações físicas ou deformidades, passa praticamente despercebida por quem não vive os seus sintomas.

Pode ser coisa da sua cabeça?

Levou anos de observação e estudos, mas a medicina há tempos abandonou a ideia preconceituosa de que a fibromialgia pode ser “frescura” ou “invenção” de um paciente confuso. A literatura médica, no entanto, de fato sugere que a síndrome relaciona fatores físicos, neurológicos e psicológicos, sobretudo porque a dor é um sintoma de medição abstrata e cuja intensidade pode ser afetada por emoções e pelo humor.

Um paciente com depressão ou ansiedade, por exemplo, pode manifestar a doença de forma mais intensa do que outro com a saúde mental em dia. Não são raros os casos em que os primeiros sintomas da fibromialgia apareçam após traumas físicos ou psicológicos, como separações, acidentes ou violência.

O oposto também é verdadeiro. Ao mesmo tempo em que a dor pode ser afetada por fatores psicológicos, a convivência constante e intensa com ela pelo paciente pode levar, por sua vez, ao aparecimento de estresse, preocupação e baixa no humor. Estudos com imagens do cérebro mostraram que o indivíduo realmente sente a dor, mas o modo como o cérebro interpreta o sintoma é que ocorre de modo exagerado.

Assim, um estímulo considerado leve por pessoas saudáveis, como uma topada em um móvel mal colocado, pode ser extremamente doloroso para alguém com fibromialgia.

Ciclo da Dor Crônica

Com a piora da dor, a pessoa começa a se sentir impossibilitada de fazer qualquer coisa e decide descansar e tomar medicação analgésica até a dor melhorar. Este período de descanso pode se estender, dependendo do tempo que leva para ocorrer uma melhora.

Além da dor, quais são os sintomas da doença?

  • Sensibilidade extrema ao toque;
  • Rigidez corporal;
  • Enxaqueca;
  • Fadiga;
  • Formigamentos;
  • Sono fragmentado e sono não-restaurador;
  • Dificuldades cognitivas;
  • Falhas de memória;
  • Ansiedade e/ou depressão;
  • Dor ao fazer xixi;
  • Alterações intestinais;
  • Comprometimento das atividades diárias.

 

O quadro clínico pode variar de acordo com o gênero, sendo mais comum a presença de alguns sintomas no sexo masculino.

Leia mais sobre fibromialgia em homens.

Principais Sintomas da Fibromialgia

Quais são os sintomas da Fibromialgia? Dor, Fadiga, Insônia, Depressão

A fibromialgia pode causar sintomas na pele

De acordo com Mark Pellegrino de Canton, Ohio, que tratou de mais de 20.000 pacientes com fibromialgia, cerca de 50% dos fibromiálgicos apresentam os sinais dermatológicos da doença, dentre os principais:

  • Pele seca e escamosa;
  • Erupções cutâneas vermelhas não específicas;
  • Pele manchada;
  • Comichão;
  • Suor excessivo;
  • Alterações da sensibilidade do tecido cutâneo. 

Ainda não há uma explicação clara sobre a maneira pela qual a fibromialgia afeta a pele. Contudo, alguns fatores já foram relacionados, como alterações no sistema imunológico e no sistema nervoso.

A fibromialgia é uma síndrome sem contornos e causas muito bem definidos que ataca o sistema nervoso central e se manifesta por uma série de sintomas. O principal deles é a dor intensa e constante em vários pontos do corpo, seja na musculatura, nos tendões ou nas articulações.
A presença de dor crônica pode levar pacientes à depressão.

Fibromialgia e depressão

Pacientes portadores da síndrome de fibromialgia podem ter a vida cotidiana atingida das mais variadas formas. 

O impacto dos sintomas pode ser tão intenso a ponto de impedir que o paciente execute atividades cotidianas limitando inclusive sua interação social. 

De acordo com o Ministério da Saúde, a presença de dor crônica pode levar pacientes  à depressão e, como em um círculo vicioso, a depressão eleva as dores crônicas, por isso é necessário realizar um tratamento de ambas as doenças para interromper o ciclo. 

Saiba mais sobre essa relação em: Fibromialgia e depressão

Diagnóstico da fibromialgia 

Não existe nenhum exame específico capaz de identificar a fibromialgia, sendo o seu diagnóstico, portanto, puramente clínico.

O médico suspeita da doença na consulta e, por meio de uma entrevista detalhada com o paciente e pela exclusão de outras possíveis causas para a dor e os demais sintomas, fecha logo o quadro.

Como os sintomas são difusos e variam de paciente para paciente, não são incomuns os casos em que o indivíduo peregrina por consultórios até chegar a um diagnóstico preciso. Estudos diferentes estimam que esse tempo chega a variar de dois a quatro anos.

Como as causas das dores não aparecem em exames de raio-X ou ressonância, o médico geralmente se vale de alguns critérios para fechar o diagnóstico.

Segundo a Sociedade Brasileira de Reumatologia (SBR), os pontos a serem considerados são dor por mais de três meses em todo o corpo e presença de pontos dolorosos na musculatura (pelo menos 11 pontos, de um total de 18 pré-estabelecidos).

Ainda conforme a SBR, mesmo que o paciente não preencha todos os pontos, o diagnóstico pode ser feito e o tratamento iniciado.

Um diagnóstico diferencial importante da fibromialgia é a Síndrome Dolorosa Miofascial, a mais comum causa de dor músculo-esquelética. Exames de imagem como radiografias, tomografias e ressonâncias podem ajudar a excluir outras síndromes com sintomas semelhantes.

Pontos de dor da fibromialgia

Pontos de dor são regiões específicas de maior sensibilidade à dor. No caso da fibromialgia, esses pontos têm o tamanho aproximado de uma moeda de cinco centavos e localizam-se principalmente ao redor das articulações, embora a condição em si não tenha relação com o sistema articular.

São conhecidos 18 pontos de dor da fibromialgia:

  • 2 pontos na parte da frente do pescoço;
  • 2 pontos na parte de trás do pescoço;
  • 2 pontos na parte superior do peito;
  • 4 pontos na parte superior das costas;
  • 2 pontos na dobra dos braços;
  • 2 pontos na região lombar;
  • 2 pontos abaixo das nádegas;
  • 2 pontos nos joelhos.

 

Por muito tempo, o único critério para o diagnóstico da doença era a presença de 11 desses pontos. Contudo, o método demonstrou ineficaz, sendo outros aspectos complementares considerados para identificação da doença atualmente.

A fibromialgia tem cura?

Infelizmente a fibromialgia ainda não tem cura definitiva. Porém, isso não quer dizer que o paciente está fadado a viver uma vida complicada e em sofrimento. A doença pode ser controlada por meio de procedimentos multidisciplinares.

O principal objetivo do tratamento é reduzir a intensidade dos sintomas resguardando a qualidade de vida do paciente e evitando o surgimento das comorbidades que tipicamente acompanham a doença.

O tratamento para fibromialgia é multidisciplinar

Assim como não existe uma única causa para a condição, também não há apenas um tratamento, sendo a abordagem multidisciplinar a melhor alternativa para abordá-la.

Em geral, a equipe inclui médico, psicólogo, fisioterapeuta, educador físico, terapeuta ocupacional e outros profissionais que podem ajudar no controle da dor, postura, fortalecimento da musculatura, controle da saúde mental, etc.

Entenda melhor a participação de cada componente da equipe.

YouTube Hong Jin Pai

Tratamento médico

O primeiro contato com um profissional geralmente é com o médico especialista em dor que identifica os sintomas e fecha o diagnóstico para, depois, prescrever medicamentos de redução da dor e alterações do humor, quando necessário.

O tratamento muitas vezes é de uso contínuo, com associação de medicamentos com função no processamento de dor no cérebro (como medicamentos anti-depressivos e anti-convulsivantes), além de atuarem nos sintomas secundários da fibromialgia como alterações de sono, humor e fadiga, que podem ser tão incapacitantes quanto à dor.

A comunidade científica continua estudando em busca de novos medicamentos, mais eficazes em controlar a doença.

A acupuntura pode ser recomendada ou feita também pelo médico como tratamento complementar, com benefícios como melhora da dor, sensação de bem-estar e controle da ansiedade. O tratamento usado como ferramenta a favor do paciente tem a vantagem de trazer nenhum ou poucos efeitos colaterais se executado pelo profissional adequado.

Os sintomas físicos que os medicamentos e a acupuntura, sozinhos, não conseguirem resolver, podem ser abordados e amenizados com fisioterapia e atividade física regular. Isso porque a melhora do condicionamento físico, da força muscular e do alongamento são fundamentais no controle do cansaço e da dor.

O Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC, em inglês), recomenda que pacientes fibromiálgicos pratiquem atividade física moderada, como caminhada, natação ou pedalada por 30 minutos cinco dias da semana. Os trinta minutos, prega a entidade, podem ser divididos em três sessões separadas de exercícios ao longo do dia.

Além de melhorar os sintomas da fibromialgia, a prática regular de atividade física, segundo o CDC, pode também reduzir o risco de desenvolver outras doenças crônicas, como as cardiovasculares e diabetes.

O site da instituição disponibiliza uma lista de atividades físicas indicadas para pacientes de artrite que também podem ajudar pessoas que sofrem com a fibromialgia. Você pode conferir a lista aqui (em inglês).

A fisioterapia também contribui de formas diversas, trabalhando principalmente a força muscular e a flexibilidade através de técnicas como:

  • Cinesioterapia
  • Eletrotermoterapia
  • Hidroterapia
  • Massagem

 

É importante que o tratamento com fisioterapia seja realizado juntamente com outras intervenções da equipe multidisciplinar para que os resultados sejam ainda mais positivos para o paciente.

Infográfico: Tratamento de Fibromialgia

Tratamento para fibromialgia é multidisciplinar

Tratamento psicológico 

O psicólogo é essencial para tratar as questões emocionais, como o estresse e a depressão, no caso de existirem, na forma de lidar com a dor, além de auxiliar na memória e na concentração.

Pacientes com fibromialgia (assim como outros que sofrem de dor crônica) tendem a desenvolver formas contraproducentes de pensar e agir, o que apenas piora seus sintomas. A terapia cognitivo comportamental oferece técnicas e práticas para reconhecer e alterar essas formas de pensamento muitas vezes inconscientes.

Estudos relatam que a terapia cognitivo comportamental é eficaz para a fibromialgia, seja entregue individualmente ou em grupo. Numerosos estudos também concluíram que o tratamento é eficaz no alívio dos sintomas de depressão e ansiedade. Assim, pode ser útil para pacientes que sofrem de um desses distúrbios, bem como fibromialgia.

Alimentação para pacientes com fibromialgia

Manter uma dieta equilibrada e saudável e se atentar ao consumo de algumas substâncias e nutrientes específicos não vai promover a cura, mas pode, sim, ajudar a controlar os sintomas e elevar a sensação de bem-estar.

Existe uma alta prevalência de obesidade e sobrepeso em pacientes fibromiálgicos, e o controle de peso parece ser uma ferramenta eficaz para melhorar os sintomas. 

Além disso, algumas deficiências nutricionais foram descritas, mas ainda não está claro se elas estão diretamente relacionadas a esta doença ou não.

Sobre a utilidade de alguns suplementos alimentares, encontram-se poucos dados científicos, e parece que mais estudos são necessários para provar quais poderiam ajudar.

Segundo orientações de nutricionistas, ao montar um prato ou fazer um lanche, busque por alimentos ricos em:

  • Triptofano. A substância ajuda na produção de serotonina que, por sua vez, regula a dor, o sono e o humor. Encontrado em alimentos como ovo, carne, iogurte, chocolate, leite, banana e queijo
  • Magnésio. Ele participa da formação das proteínas, da contração muscular e da excitação dos nervos. É encontrado em cereais integrais, folhas verde-escuras (espinafre e rúcula, por exemplo), nozes, damasco seco, carne, leite e soja
  • Cálcio. Também é importante para a contração dos músculos. Níveis baixos de cálcio podem favorecer câimbras. Presente no leite e todos os seus derivados, na couve, brócolis, flocos de cereais, gergelim, amêndoas, castanhas brasileiras e farinha de soja
  • Vitamina E. Parte fundamental também na prevenção de câimbras. Encontrada nas nozes, carnes, amendoim, gema de ovo e gérmen de trigo
  • Manganês. Entre outras funções, é responsável pela produção de energia para o organismo. Presente em cereais integrais, avelã e grãos de soja

 

Confira 8 dicas sobre alimentação que podem ajudar a aliviar os sintomas da fibromialgia.

A importância do sono na Fibromialgia

O sono tem muito mais valor do que apenas descansar. Dormir tem uma importância enorme, psicológica e bioquimicamente.

Reparação tecidual

O sono adequado permite a regeneração e reparação tecidual.

Saúde Física e Mental

Melhora da energia durante o dia, produtividade e equilíbrio

Combate a dor

Ajuda a reduzir a mialgia, fadiga e melhora no controle da dor.

Diminui o cansaço crônico

Benefícios a médio e longo prazo no controle do cansaço.

Vários pesquisadores acreditam que quem sofre de fibromialgia não tem um sono profundo, por não alcançar os estágios profundos do sono.

Se você não consegue ter bastante tempo de sono profundo, seu corpo diminui a produção de hormônios importantes. A diminuição dessa produção de hormônios pode aumentar a dor.

De forma similar, se você não experiencia sono REM o suficiente, seu corpo pode produzir menos cortisol (apesar desse hormônio, que controla pressão sanguínea e açúcar no sangue, poder ser liberado a qualquer momento durante o sono). Pessoas com fibromialgia podem ter níveis mais baixo de cortisol, o que contribui para uma fadiga excessiva.

Fibromialgia e gravidez

São poucos os estudos sobre fibromialgia e gravidez, por isso, ainda não temos informações sólidas sobre de que maneira a doença afeta a condição, e vice-versa. 

A fibromialgia não é incompatível com uma gestação saudável. Porém, a medicina ainda não sabe exatamente o que acontece no corpo da mulher quando ela desenvolve a doença e de que maneira a patologia pode afetar a gravidez.

Enquanto algumas delas experimentam um aumento dos sintomas da doença, em especial da dor. Isso acontece principalmente no último trimestre da gestação, outras relatam sentir-se melhor do que antes da gravidez a respeito dos sintomas da fibromialgia. Ao que tudo indica essa melhora pode ser explicada pela liberação de diversos hormônios, como a relaxina, produzida em maior intensidade durante a gravidez. 

Leia mais sobre o assunto em Fibromialgia e gravidez: Principais dúvidas

Qual o prognóstico da fibromialgia?

A fibromialgia é uma doença crônica, que pode apresentar fases de melhora e de piora dos sintomas. No entanto, seguindo o tratamento à risca e adotando um estilo de vida saudável, o paciente pode restabelecer a sua qualidade de vida e conviver harmoniosamente com a síndrome, levando uma vida praticamente normal.

Atividades que promovam a redução do estresse e da ansiedade, a prática regular de exercícios físicos e a troca de ideias com outros pacientes da doença podem ajudar a amenizar os sintomas físicos e psicológicos.

Durma o tempo necessário

Esse tempo pode ser de oito horas ou mais de sono por noite, em um ambiente escuro e tranquilo. Não consuma substâncias estimulantes à noite, como café ou energéticos. Dependendo da situação, pode ser saudável tirar um cochilo durante o dia, mas o ideal é ter um sono completo e restaurador no período noturno

Faça exercícios físicos regularmente.

A dor pode tornar a tarefa desconfortável no início, mas uma vida inativa tende a piorar os sintomas. O ideal é fazer caminhadas de cerca de 30 minutos, cinco vezes na semana, ou modalidades esportivas aquáticas, como hidroginástica. A água pode ser uma boa alternativa, principalmente, nos casos onde há artrose ou problemas com atividades de impacto.

Reduza o estresse diário.

Se for necessário, peça ao seu médico indicações de tratamentos específicos para o problema

Faça fisioterapia

A prática pode ajudar a corrigir problemas posturais, além de promover a realização de exercícios acompanhados por um profissional de saúde

Mantenha um diário da dor

Coloque nele as situações que pioram os sintomas, os locais onde a dor aparece, etc. Isso torna mais fácil para o médico e para você, como paciente, entenderem as crises. Isso facilita o controle da doença

Não altere o seu ritmo de vida.

Não deixe que os sintomas da doença mudem sua rotina, muito menos suas atividades diárias

Massagens e relaxamento

Elas visam diminuir as crises dolorosas, especialmente quando são derivadas de tensões musculares. Além disso, podem reduzir o estresse causado pelo trabalho e outros problemas psicológicos

Yoga

Promove redução dos sintomas, tanto físicos quanto psicológicos, além de equilibrar os níveis de cortisol, conhecido como o “hormônio do estresse”

A fibromialgia pode matar?

A doença em si não é mortal. Mas isso não quer dizer que você não deva se preocupar, já que as complicações decorrentes de uma vida com a doença podem acabar levando a morte.

Diversas pesquisas já demonstraram um aumento da mortalidade por doenças vasculares, respiratórias e hepáticas em pacientes com fibromialgia. O estilo de vida é um fator substancialmente importante nesse sentido.

Além disso, um estudo publicado pela “Arthritis and Rheumatism”, que estudou 1.269 pacientes do sexo feminino, demonstrou também um aumento do risco de morte devido ao suicídio.

Falamos especificamente sobre esse assunto em “A fibromialgia pode matar?”.

Perguntas Frequentes sobre Fibromialgia e Dor Miofascial

O que é fibromialgia?

Fibromialgia é uma síndrome clínica, caracterizada por dor crônica, difusa e múltiplos pontos sensíveis.

Outros dados característicos são fadiga, distúrbio do sono, rigidez, parestesia, cefaléia, síndrome do cólon irritável, sintomas semelhantes aos da síndrome de Raynaud, depressão e ansiedade.

Dor difusa pode se situar acima e abaixo da cintura, bilateralmente.

O que é a dor miofascial?

Dor miofascial é uma síndrome de dor regional, caracterizada por pontos-gatilho e faixas  distendidas. Foi descrita por Travell e, mais tarde, elaborada por Travell e Simons. Pode ocorrer em ðtversos pontos do corpo, porém é mais comum nas regiões cervical e lombar. Pontos-gatilho são definidos como pontos sensíveis, os quais, à palpação, produzem dor em locais distantes. A  síndrome é, geralmente, causada por traumas menores, pequenas quedas ou osteoartrite degenerativa. O tratamento da dor miofascial é variado, incluindo medidas simples como alongamentos e prevenção, a medicamentos, infiltrações, agulhamento seco, acupuntura e também terapia por ondas de choque. Aprenda mais sobre a Síndrome Dolorosa Miofascial em nosso artigo, clicando aqui.

A fibromialgia afeta mais mulheres?

Em muitas séries relatadas, 80-90% dos pacientes eram mulheres.

No geral, os estudos de literatura mostram que a fibromialgia afeta 9 mulheres para cada homem.

A fibromialgia pode causar uma sensação de “alfinetadas e agulhadas”?

A fibromialgia pode causar toda uma gama de sensações nervosas, incluindo “alfinetadas e agulhadas”. Eles ocorrem principalmente nas mãos e nos pés (chamados parestesias). Se você não tiver outros sintomas nervosos, como dormência ou fraqueza localizada grave, sentir formigamento ocasional não deve lhe causar uma causa incomum. Outros tipos de dor nos nervos também são comuns na síndrome fibromiálgica, como a síndrome do túnel do carpo ou neuropatias de fibras finas.

A causa da fibromialgia não é conhecida. Verdadeiro ou falso?

VERDADE. Não se sabe o que causa a fibromialgia, mas vários fatores podem estar em jogo. A fibromialgia pode ocorrer por si só, mas outras causas suspeitas incluem: – história familiar de fibromialgia – exposição a eventos estressantes ou traumáticos, como acidentes de carro – lesões repetitivas, causadas pela execução repetida da mesma ação – infecções ou doenças – doenças autoimunes prévias

Quais exames de laboratório são úteis, na fibromialgia?

Todos os valores laboratoriais, nesta síndrome, são úteis para fins de exclusão. Não existem anormalidades de laboratório características, nem de natureza química, elétrica ou radiográfica.

Quais são os mecanismos fisiopatológicos propostos para a fibromialgia?

Assim como outras síndromes de origem algo nebulosa, explicações fisiopatológicas têm variado de, basicamente, central a uma combinação de central e periférica, além de, fundamentalmente, periférica. Tem sido considerada como uma variante de distúrbio afetivo, baseando-se, essencialmente, em sua associação com depressão, síndrome do cólon irritável e síndrome da fadiga crônica.

Outra teoria central afirma que a anormalidade do sono é o distúrbio principal, alterando, posteriormente a percepção da dor. Fatores periféricos, tais como distúrbios músculo-esqueléticos, têm sido julgados como os mais importantes, com todos os fatores emocionais que resultam da dor crônica.

Travell e Simons acreditam que o problema muscular seja básico, rejeitando qualquer definição psicossomática e denominando-a “doença somato-psicótica”.

Quais tratamentos são, habitualmente, usados na fibromialgia e na dor miofascial?

Uma combinação de técnicas físicas, anestesiológicas e farmacológicas é, comumente, usada. Algumas das técnicas mais precoces envolvem infiltração ou simples colocação de agulhas nos pontos dolorosos.

Isto se baseava no conceito de que estes pontos representavam áreas de espasmos musculares. A eficácia da infiltração de pontos-gatilho jamais foi plenamente consubstanciada, ape sar de que alívios temporários tenham sido obtidos em alguns pacientes.

Técnicas físicas, tais como alongamento, vaporização e extensão, calor e frio, têm sido advogadas, sem qualquer documentação, mediante estudos bem controlados.

Antidepressivos tricíclicos são as drogas mais largamente usadas, nesta síndrome. Não está claro se elas atingem a síndrome dolorosa crônica, uma evidente fisiopatologia subjacente ou a depressão. AINHs são também usados, porém mais uma vez seu papel é obscuro.

Como é o distúrbio do sono relacionado à fibromialgia?

Esta é uma das queixas mais comuns e, de fato, constitui um critério diagnóstico. Inicialmente, foi descrito como “sono não-restaurador”. Alguns dos pacientes estudados exibiam uma intrusão de ritmos alfa no IV estágio do sono.

Entretanto, o mesmo padrão encefalográfico é visto, muitas vezes, em outras situações cónicas dolorosas. A incidência do distúrbio do sono parece mais relacionada à duração de dor do que a um diagnóstico específico.

Por que prescreveram anti-convulsivantes para minha dor?

Drogas anticonvulsivantes geralmente são usadas para controle de convulsões em pessoas que têm epilepsia. Estes remédios também podem ser usados para tratar outras condições dolorosas, como neuralgia pós-herpética e fibromialgia. Alguns medicamentos anticonvulsivantes podem funcionar melhor do que outros para determinadas condições. Anticonvulsivantes parecem funcionar melhor quando eles são usados para a dor do nervo. Neuralgia pós-herpética e neuropatia periférica diabética são exemplos de dor do nervo. Cerca de 7 em 10 pessoas com dor no nervo que tomar carbamazepina ter algum alívio da sua dor, pelo menos por um curto período. Gabapentina ajuda cerca de 3 a 4 de 10 pessoas para dores neuropáticas, e alguns anticonvulsivantes podem reduzir a dor em lombalgias persistentes. A pregabalina ajuda entre 3 e 5 de 10 pessoas com dores neuropáticas, especialmente a nevralgia pós-herpética, neuropatia periférica diabética e fibromialgia Gabapentina é muitas vezes utilizada para tratar a dor pélvica crônica. Carbamazepina e oxcarbazepina são usados para tratar a dor crônica da neuralgia do trigêmeo (dor facial súbita). A melhor evidência é para carbamazepina, mas oxcarbazepina provavelmente também funciona bem.

Por que foram prescritos antidepressivos para minha dor?

Alguns dos medicamentos mais eficazes e comumente usados para dor crônica são drogas que foram desenvolvidas para tratar outras condições.

Embora não especificamente destinados ao tratamento de dor crônica, os antidepressivos são um dos pilares no tratamento de muitas condições de dor crônica, mesmo quando a depressão não é reconhecido como um dos fatores.

Sabe-se há décadas que alguns antidepressivos podem ajudar na dor crônica, como a dor neuropática e fibromialgia.

Esses antidepressivos mais velhos são chamados os tricíclicos, e exemplos desta classe incluem a amitriptilina, nortriptilina imipramina.

O mecanismo de analgesia desses medicamentos ainda não é totalmente compreendido.

Antidepressivos podem aumentar neurotransmissores na medula espinhal que reduzem os sinais de dor. Mas seus efeitos analgésicos não começam imediatamente.

Os antidepressivos tricíclicos podem aliviar a dor pela sua capacidade única de inibir a recaptação pré-sináptica de aminas biogênicas (serotonina e noradrenalina), mas outros mecanismos tais como o bloqueio do canal do receptor e do íon de N-metil-D-aspartato provavelmente também jogar um papel no seu efeito de aliviar a dor.

O efeito dos antidepressivos tricíclicos em dor neuropática vem sendo demonstrado em inúmeros ensaios aleatorizados, controlados. Alguns estudos têm mostrado que antidepressivos mais recentes, como a duloxetina e venlafaxina (inibidores duais da recaptação de serotonina e noradrenalina) também possam ser úteis em algumas condições dolorosas.

Quais síndromes são, comumente, associadas à fibromialgia?

Depressão, ansiedade, insônia e a síndrome de fadiga crônica são, muitas vezes, concomitantes.

Alguns autores acreditam que podem representar, simplesmente, diferentes aspectos do mesmo espectro da doença, sendo a fibromialgia um distúrbio psicossomático.

O que são “bandas tensas” ou “faixas distendidas”?

Em pacientes com dor miofascial, a palpação profunda dos músculos pode revelar uma área,  que se percebe tensa. A tração sobre esta faixa muscular provoca dor. Tais áreas são denominadas faixas distendidas.

Pontos-gatilho são encontrados, de modo característico, dentro das referidas faixas, A exata etiologia e a patogenia não estão claras.

Não parecem ser devido a espasmo muscular, no sentido usual da palavra, uma vez que os achados da eletroneuromiografia não são, universalmente, anormais. Rolando as pontas dos dedos sobre o ponto-gatilho (palpação mordente), pode-se obter uma resposta de “contratura” local. Isto é, um encurtamento da faixa muscular, e este é considerado um dos  sinais capitais da dor miofascial.

Infográfico Fibromialgia

Infográfico sobre Fibromialgia

Dr. Marcus Yu Bin Pai

CRM-SP: 158074 / RQE: 65523 - 65524 | Médico especialista em Fisiatria e Acupuntura. Área de Atuação em Dor pela AMB. Doutorado em Ciências pela USP. Pesquisador e Colaborador do Grupo de Dor do Departamento de Neurologia do HC-FMUSP. Diretor de Marketing do Colégio Médico de Acupuntura do Estado de São Paulo (CMAeSP). Integrante da Câmara Técnica de Acupuntura do Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (CREMESP). Secretário do Comitê de Acupuntura da Sociedade Brasileira para Estudo da Dor (SBED). Presidente do Comitê de Acupuntura da Sociedade Brasileira de Regeneração Tecidual (SBRET). Professor convidado do Curso de Pós-Graduação em Dor da Universidade de São Paulo (USP). Membro do Conselho Revisor - Medicina Física e Reabilitação da Journal of the Brazilian Medical Association (AMB).  

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