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Fibromialgia

Você ou alguém que você conhece sofre de dores generalizadas?A fibromialgia, ou Síndrome Dolorosa Generalizada, é uma condição que afeta mais de 5% da população e sua principal característica é a disfunção da percepção da dor, conforme explica a Sociedade Brasileira de Reumatologia

A doença pode acometer todos os gêneros, mas é mais comum entre mulheres e infelizmente ainda não apresenta uma cura definitiva. A principal queixa dos pacientes é a dor crônica e generalizada nos músculos e articulações, acompanhada por sensação de sensibilidade, inchaço e formigamento. Além da dor, existem outros sintomas que acompanham o problema e ajudam na formação do diagnóstico. 

Neste artigo você encontra um guia completo sobre a doença. Descubra o que é a fibromialgia, quais são os sintomas da doença e suas causas, como é feito o diagnóstico e como ela afeta a vida do paciente. Além disso, você vai saber quais as melhores abordagens de tratamento para recuperar a qualidade de vida e bem-estar das pessoas.

O que é Fibromialgia?

A fibromialgia é uma doença relativamente comum, mas que tem uma definição bastante complexa. O principal conceito é que a doença ataca o sistema nervoso central e provoca dores sem causa aparente, além de uma série de outros sintomas físicos e emocionais. 

A dor inclusive é o principal sintoma – uma dor intensa que acomete o corpo inteiro de maneira generalizada. O que a torna ainda mais incômoda é que a dor é crônica; ou seja, permanece por mais de três meses e ainda pode acometer pontos específicos, causando mais sensibilidade. 

Além disso, a dor pode ter caráter migratório, estando mais forte em um lugar do corpo em um dia e no outro dia estando mais forte em outro local. Essa “dor que caminha” confunde o paciente e também pode levar a diagnósticos errados. 

O nome técnico da dor da fibromialgia é dor nociplástica (uma dor que não tem causas físicas aparentes). Normalmente, o paciente não apresenta nenhuma lesão muscular, nos tendões ou tecidos, mas a dor é real e causa muito sofrimento, além de reduzir a qualidade de vida e a capacidade de realizar tarefas comuns do dia a dia. 

A dor nociplástica envolve vários mecanismos do sistema nervoso central, como alteração de níveis de dor, alteração na percepção da dor e alteração das maneiras de inibição da dor. Ainda não temos todas as respostas sobre de onde vem a fibromialgia, mas estudos mostram que ela tende a afetar principalmente mulheres na meia-idade, entre os 30 e 50 anos. Na verdade, cerca de 90% dos diagnósticos de fibromialgia são feitos em mulheres nessa faixa etária.

A fibromialgia é, em média, oito vezes mais comum em mulheres do que em homens.

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Quais são as causas da fibromialgia?

A fibromialgia ainda não tem causas definidas, sendo considerada uma doença multifatorial. Em outras palavras, existem várias situações apontadas como fatores de risco que podem tanto desencadear a doença quanto tornar uma crise de fibromialgia ainda mais grave e dolorosa.
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Doenças autoimunes

Doenças autoimunes são doenças causadas pelo próprio organismo – quando, ao invés do nosso corpo usar as defesas para combater ameaças, ele passa a atacar a si mesmo. Alguns exemplos de doenças autoimunes são a artrite reumatoide, lúpus e esclerose múltipla. 

Portadores de doenças autoimunes apresentam mais chances de desenvolver a fibromialgia, porém ainda não temos uma resposta assertiva se a fibromialgia é autoimune.

dor cronica mulher

Sexo feminino

Estudos mostram que a fibromialgia afeta principalmente as mulheres, embora ainda não saibamos a razão disso.

Estudos mostram que a cada 10 diagnósticos da doença, 9 deles são em mulheres. A razão disso pode ter relação com alterações hormonais.

cerebro

Alterações do sistema nervoso central

Novas descobertas indicam que as pessoas que têm fibromialgia têm alterações no padrão de processamento de dor no cérebro. Isso indica que os pacientes podem ter uma percepção aumentada de dor e sensibilidade maior, ou ainda que as maneiras de inibir a dor podem ser menos eficazes. 

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Hereditariedade

Não há evidências suficientes para afirmar definitivamente que a fibromialgia é uma doença hereditária, mas alguns estudos mostraram que casos da doença na família geralmente são comuns em pacientes com o diagnóstico. 

Um estudo realizado em 2004 demonstrou que pacientes que possuíam histórico familiar para a doença apresentam um risco 8 vezes maior de desenvolver a condição. Porém ainda não há uma definição concreta a respeito do tema – e a discussão sobre isso permanece viva. 

Sintomas da Fibromialgia
Como a doença não traz com ela alterações físicas ou deformidades, passa praticamente despercebida por quem não vive os seus sintomas.

Pode ser coisa da sua cabeça?

Várias doenças que não apresentam sintomas visíveis passam pelo estigma de ser “frescura” ou “coisa da cabeça”. No entanto, a medicina já comprovou através de observação e estudos que isso é um preconceito social que apenas prejudica ainda mais o tratamento e o acolhimento dos pacientes. 

A fibromialgia abrange fatores físicos, neurológicos e psicológicos, sendo uma patologia complexa e real na qual o paciente precisa de compreensão, tanto médica como dos familiares. Quando não existe essa compreensão – essa humanização diante do sofrimento do paciente – a condição pode se tornar mais grave, pois ela pode ser afetada pelas emoções e pelo humor. 

Um paciente com depressão ou ansiedade, por exemplo, pode manifestar a doença de forma mais intensa do que outro com a saúde mental em dia. Não são raros os casos em que os primeiros sintomas da fibromialgia apareçam após traumas físicos ou psicológicos, como separações, abusos, acidentes ou violência.

O oposto também é verdadeiro. Ao mesmo tempo em que a dor pode ser afetada por fatores psicológicos, a convivência constante e intensa com ela pelo paciente pode levar, por sua vez, ao aparecimento de estresse, preocupação e baixa no humor. Estudos com imagens do cérebro mostraram que o indivíduo realmente sente a dor, mas o modo como o cérebro interpreta o sintoma é que ocorre de modo ampliado.

Assim, um estímulo considerado leve por pessoas saudáveis, como uma topada em um móvel mal colocado, pode ser extremamente doloroso para alguém com fibromialgia. Para se ter uma ideia, os pacientes com fibromialgia podem sentir sintomas reais em locais que pacientes saudáveis não sentem, como dores nos fios de cabelos, inchaço nas mãos e pés e formigamento. 

Mesmo que visivelmente a pessoa não esteja com nenhuma anomalia, os sintomas são percebidos como reais e causam sofrimento real. Isso é bastante comum em doenças psicossomáticas; a crise de pânico, por exemplo, causa sensação de perigo iminente ou morte real, com formigamentos, amortecimento do corpo e uma série de sintomas que lembram um ataque cardíaco, mas que na verdade não estão acontecendo no corpo. 

Ciclo da Dor Crônica

Com a piora da dor, a pessoa começa a se sentir impossibilitada de fazer qualquer coisa e decide descansar e tomar medicação analgésica até a dor melhorar. Este período de descanso pode se estender, dependendo do tempo que leva para ocorrer uma melhora.

Como você viu, falamos bastante da dor da fibromialgia até agora. Você soube o que é dor nociplástica e como ela pode afetar a qualidade de vida do paciente. Contudo, como se a dor crônica e generalizada não fosse o bastante, a fibromialgia envolve ainda uma série de outros sintomas: 

  • Sensibilidade extrema ao toque;
  • Rigidez corporal;
  • Enxaqueca;
  • Fadiga;
  • Formigamentos;
  • Sono fragmentado e sono não-restaurador;
  • Dificuldades cognitivas;
  • Falhas de memória;
  • Ansiedade e/ou depressão;
  • Dor ao fazer xixi;
  • Alterações intestinais;
  • Comprometimento das atividades diárias.

O quadro clínico pode variar de acordo com o gênero, sendo mais comum a presença de alguns sintomas no sexo masculino. Além disso, o conjunto e a gravidade dos sintomas varia conforme o paciente. 

Fatores externos, como crises de estresse, traumas físicos e interações medicamentosas também podem influenciar nos sintomas. A automedicação nunca é recomendada, sobretudo em pacientes com fibromialgia. Mesmo que seja um analgésico inofensivo, os medicamentos podem causar reações adversas que tornam alguns sintomas ainda mais evidentes. 

Leia mais sobre fibromialgia em homens.

Principais Sintomas da Fibromialgia

Quais são os sintomas da Fibromialgia? Dor, Fadiga, Insônia, Depressão

A fibromialgia pode causar sintomas na pele

Ainda não se sabe o quanto a fibromialgia pode afetar o corpo e o emocional, mas alguns estudos mostraram que a doença pode afetar a pele dos pacientes. De acordo com Mark Pellegrino, que tratou de mais de 20.000 pacientes com fibromialgia em Canton, Ohio, cerca de 50% dos fibromiálgicos apresentam os sinais dermatológicos. Entre os principais estão:

  • Pele seca e escamosa;
  • Erupções cutâneas vermelhas não específicas;
  • Pele manchada;
  • Comichão;
  • Suor excessivo;
  • Alterações da sensibilidade do tecido cutâneo. 

Ainda não há uma explicação clara sobre a maneira pela qual a fibromialgia afeta a pele. Contudo, alguns fatores já foram relacionados, como alterações no sistema imunológico e no sistema nervoso.

A fibromialgia é uma síndrome sem contornos e causas muito bem definidos que ataca o sistema nervoso central e se manifesta por uma série de sintomas. O principal deles é a dor intensa e constante em vários pontos do corpo, seja na musculatura, nos tendões ou nas articulações.
A presença de dor crônica pode levar pacientes à depressão.

Fibromialgia e depressão

A vida cotidiana dos pacientes com fibromialgia pode ser atingida das mais diversas maneiras. Em alguns casos, o impacto dos sintomas pode ser tão intenso a ponto de impedir que o paciente execute atividades cotidianas, limitando inclusive a interação social e afetando os relacionamentos.

No trabalho, a depender das atividades que o paciente precise executar, também pode haver uma interferência significativa. Isso pode levar a uma sensação de inutilidade, medo de perder o emprego e estresse, além de prejudicar o rendimento e a performance. 

De acordo com o Ministério da Saúde, a presença de dor crônica pode levar pacientes à depressão e, como em um círculo vicioso, a depressão eleva as dores crônicas. Portanto, é necessário realizar um tratamento de ambas as doenças para interromper esse ciclo. 

Além disso, o fato da fibromialgia ainda ser uma patologia sem cura pode dar uma sensação de desesperança, o que pode tornar a aceitação do diagnóstico mais difícil. Tais condições podem causar sintomas depressivos e o acompanhamento psicológico pode ser essencial como parte do tratamento.

Diagnóstico da fibromialgia 

O diagnóstico da fibromialgia é feito em clínica, avaliando sintomas e as escalas, além dos pontos de dor, anamnese e testes físicos. Embora não exista nenhum exame que forneça um diagnóstico da doença, podem ser solicitados exames adicionais de laboratório e imagem apenas para descartar outras causas ou doenças. 

Quando o médico suspeita da doença, é feito uma entrevista detalhada com o paciente para identificar todos os sintomas, além da identificação dos pontos de dor, sintomas cognitivos, emocionais e físicos. Os sintomas costumam variar de acordo com o paciente e ainda se confundem com outras patologias. 

Essa situação costuma dificultar um pouco o diagnóstico e não é incomum que pacientes passem por vários consultórios e profissionais até chegar ao diagnóstico. Segundo estudos, esse tempo pode chegar até 4 anos. 

Segundo a Sociedade Brasileira de Reumatologia (SBR), os pontos a serem considerados são dor por mais de três meses em todo o corpo e presença de pontos dolorosos na musculatura (pelo menos 11 pontos, de um total de 18 pré-estabelecidos). Sintomas cognitivos como desorientação, cansaço e problemas de sono também são considerados importantes para complementar o diagnóstico. 

Ainda conforme a SBR, mesmo que o paciente não preencha todos os pontos, o diagnóstico pode ser feito e o tratamento iniciado. 

Uma condição que é frequentemente confundida com a fibromialgia é a Síndrome Dolorosa Miofascial, doença que costuma ser a causa mais comum de dor nos músculos e nos tecidos que os envolvem. Nesse caso, os exames de imagem como radiografia, tomografia e a ressonância magnética podem ajudar a diferenciar as duas síndromes.

Pontos de dor da fibromialgia

Os pontos de dor são regiões específicas de maior sensibilidade à dor. No caso da fibromialgia, esses pontos têm o tamanho aproximado de uma moeda de cinco centavos e localizam-se principalmente ao redor das articulações, embora a condição não tenha relação com o sistema articular.

São conhecidos até o momento 18 pontos de dor da fibromialgia:

  • 2 pontos na parte da frente do pescoço;
  • 2 pontos na parte de trás do pescoço;
  • 2 pontos na parte superior do peito;
  • 4 pontos na parte superior das costas;
  • 2 pontos na dobra dos braços;
  • 2 pontos na região lombar;
  • 2 pontos abaixo das nádegas;
  • 2 pontos nos joelhos.

Por muito tempo, o único critério para o diagnóstico da doença era a presença de 11 desses pontos. No entanto, essa única maneira de diagnóstico se mostrou ineficaz com o passar do tempo. Atualmente, o conjunto de outros sintomas e aspectos complementares são considerados importantes para diagnosticar a fibromialgia e também para prescrever um tratamento eficaz. 

A fibromialgia tem cura?

Infelizmente, a fibromialgia ainda não tem cura definitiva, porém isso não quer dizer que o paciente está fadado a viver uma vida complicada e em sofrimento. A doença pode ser controlada por meio da abordagem sistêmica, que envolve vários tratamentos focados no controle e alívio dos sintomas. 

O principal objetivo do tratamento é recuperar a qualidade de vida do paciente e evitar o surgimento de outras patologias que podem acompanhar a doença. A abordagem é bastante individual e tem muito a ver com o acompanhamento humanizado do paciente, ouvindo suas queixas e avaliando a maneira como ele reage às medidas de manejo dos sintomas. 

 

Tratamento médico

O primeiro contato do paciente com um profissional em busca do tratamento para a fibromialgia é com um clínico geral, que vai encaminhar para um médico especialista em dor. 

Após a identificação dos sintomas, o médico já pode fechar um diagnóstico e prescrever medicamentos para diminuir a dor e, se for o caso, melhorar as alterações de humor. Também pode ter o encaminhamento para mais especialistas se for necessário. 

O tratamento para fibromialgia é multidisciplinar

Assim como não existe uma única causa para a fibromialgia, não existe apenas um tipo de tratamento. A abordagem multidisciplinar é a que mais apresenta resultados positivos para a saúde do paciente. 

Isso inclui a formação de uma equipe de profissionais trabalhando em conjunto para recuperar o bem-estar do paciente. Entre os profissionais estão:

  • Médicos especialistas em dor
  • Psicólogo
  • Fisioterapeuta
  • Educador físico
  • Neurologista
  • Psiquiatra

Os profissionais podem variar conforme o paciente e o conjunto de sintomas apresentados – atuando não só no controle da dor como na correção da postura, fortalecimento muscular, saúde mental, entre outros. 

YouTube Hong Jin Pai

Infográfico: Tratamento de Fibromialgia

Tratamento para fibromialgia é multidisciplinar

Medicamentos para fibromialgia

Não existem medicamentos específicos para tratar a fibromialgia. O tratamento na maioria das vezes é de uso contínuo e composto por um conjunto de remédios. Os mais comuns são: 

  • Relaxante muscular: o relaxante muscular atua diretamente nas dores e no enrijecimento e tensão muscular. 
  • Antidepressivos: reduzem os sintomas emocionais como estresse, ansiedade e depressão. 
  • Anticonvulsivos: também podem ser usados nos sintomas secundários da fibromialgia, como espasmos musculares, alterações de humor, sono e fadiga. 

Casos pontuais com crises de dor mais incapacitantes também podem incluir o uso de injeção para fibromialgia, a fim de obter um alívio imediato na dor. A comunidade científica continua estudando em busca de novos medicamentos que sejam mais eficazes em controlar a doença.

A acupuntura no tratamento da fibromialgia

A acupuntura é uma prática altamente recomendada como tratamento complementar da fibromialgia e pode ser feita pelo médico na clínica. Ela apresenta benefícios como melhora da dor generalizada, relaxamento muscular, alívio dos pontos de dor, relaxamento emocional, sensação de bem-estar e melhora na ansiedade, estresse e sintomas emocionais. 

O tratamento tem a vantagem de apresentar poucas contraindicações e efeitos colaterais, além de não ter interação medicamentosa. No entanto, precisa ser feito por um médico especializado e em ambientes adequados, com material descartável.

Outros tratamentos para fibromialgia

Os sintomas físicos que os medicamentos e a acupuntura, sozinhos, não conseguirem resolver, podem ser abordados e amenizados com fisioterapia e atividade física regular. Isso porque a melhora do condicionamento físico, da força muscular e do alongamento são fundamentais no controle do cansaço e da dor.

O Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC, em inglês), recomenda que pacientes fibromiálgicos pratiquem atividade física moderada, como caminhada, natação ou pedalada por 30 minutos cinco dias da semana. Os trinta minutos, prega a entidade, podem ser divididos em três sessões separadas de exercícios ao longo do dia.

Além de melhorar os sintomas da fibromialgia, a prática regular de atividade física, segundo o CDC, pode também reduzir o risco de desenvolver outras doenças crônicas, como as cardiovasculares e diabetes.

O site da instituição disponibiliza uma lista de atividades físicas indicadas para pacientes de artrite que também podem ajudar pessoas que sofrem com a fibromialgia. Você pode conferir a lista aqui (em inglês).

A fisioterapia também contribui de formas diversas, trabalhando principalmente a força muscular e a flexibilidade através de técnicas como:

  • Cinesioterapia
  • Eletrotermoterapia
  • Hidroterapia
  • Massagem

É importante que o tratamento com fisioterapia seja realizado juntamente com outras intervenções da equipe multidisciplinar para que os resultados sejam ainda mais positivos para o paciente.

Tratamento psicológico 

Além de auxiliar na memória e na concentração, o psicólogo é essencial para tratar as questões emocionais, como o estresse e a depressão, no caso de existirem, na forma de lidar com a dor.

Pacientes com fibromialgia (assim como outros que sofrem de dor crônica) tendem a desenvolver formas contraproducentes de pensar e agir, o que apenas piora seus sintomas. A terapia cognitivo comportamental oferece técnicas e práticas para reconhecer e alterar essas formas de pensamento muitas vezes inconscientes.

Estudos relatam que a terapia cognitivo comportamental é eficaz para a fibromialgia, seja entregue individualmente ou em grupo. Numerosos estudos também concluíram que o tratamento é eficaz no alívio dos sintomas de depressão e ansiedade. Assim, pode ser útil para pacientes que sofrem de um desses distúrbios, bem como a fibromialgia.

Alimentação para pacientes com fibromialgia

Uma alimentação equilibrada e saudável também costuma interferir positivamente no tratamento da fibromialgia. Buscar uma alimentação mais natural, com controle de alimentos processados e açucarados pode melhorar a disposição, o humor e ajudar na manutenção do sono. 

Existe uma alta prevalência de obesidade e sobrepeso em pacientes fibromiálgicos – e o controle de peso parece ser uma ferramenta eficaz para melhorar os sintomas. Além disso, algumas deficiências nutricionais foram descritas, mas ainda não está claro se elas estão diretamente relacionadas a esta doença ou não.

Segundo orientações de nutricionistas, ao montar um prato ou fazer um lanche, busque por alimentos ricos em:

  • Triptofano: a substância ajuda na produção de serotonina que, por sua vez, regula a dor, o sono e o humor. Encontrado em alimentos como ovo, carne, iogurte, chocolate, leite, banana e queijo
  • Magnésio: ele participa da formação das proteínas, da contração muscular e da excitação dos nervos. É encontrado em cereais integrais, folhas verde-escuras (espinafre e rúcula, por exemplo), nozes, damasco seco, carne, leite e soja
  • Cálcio: também é importante para a contração dos músculos. Níveis baixos de cálcio podem favorecer câimbras. Presente no leite e todos os seus derivados, na couve, brócolis, flocos de cereais, gergelim, amêndoas, castanhas brasileiras e farinha de soja
  • Vitamina E: arte fundamental também na prevenção de câimbras. Encontrada nas nozes, carnes, amendoim, gema de ovo e gérmen de trigo
  • Manganês: entre outras funções, é responsável pela produção de energia para o organismo. Presente em cereais integrais, avelã e grãos de soja

Já a utilização de suplementos alimentares deve ser indicada por um nutricionista especializado, já que não há muitos estudos indicando especificamente quais podem ser usados. 

O uso de alimentos que contenham os nutrientes necessários para uma vida saudável é mais recomendado do que a suplementação artificial. No entanto, com acompanhamento nutricional (e em casos específicos), os suplementos podem ter uma contribuição para alcançar o nível recomendado de algumas vitaminas e nutrientes. 

Confira 8 dicas sobre alimentação que podem ajudar a aliviar os sintomas da fibromialgia.

A importância do sono na fibromialgia

Um sono de qualidade tem muito mais valor para o corpo do que apenas proporcionar descanso. Um sono reparador é muito importante, tanto biologicamente quanto psicologicamente, para pacientes que têm fibromialgia.

Reparação tecidual

O sono adequado permite a regeneração e reparação tecidual.

Saúde Física e Mental

Melhora da energia durante o dia, produtividade e equilíbrio

Combate a dor

Ajuda a reduzir a mialgia, fadiga e melhora no controle da dor.

Diminui o cansaço crônico

Benefícios a médio e longo prazo no controle do cansaço.

Pesquisadores acreditam que pacientes que sofrem de fibromialgia não têm um sono de qualidade pois a doença os impede de atingir os estágios profundos de sono. Se a pessoa não tem tempo suficiente de sono profundo, o corpo diminui a produção de hormônios importantes no combate à dor. 

Isso também contribui para o aumento do cansaço, situação em que mesmo que o paciente durma por várias horas, acorda com a sensação de que não descansou. Irritação, confusão mental e variação de humor também podem piorar significativamente com a falta de sono reparador. 

Da mesma forma, quando o paciente não tem tempo suficiente de sono REM, o cérebro produz níveis mais elevados de cortisol, enquanto que deixa de produzir os neurotransmissores do bem estar, como serotonina e dopamina. O resultado são níveis elevados de estresse e redução do bem-estar e da motivação para realizar suas atividades diárias, bem como aumento da percepção de dor. 

Fibromialgia e gravidez

Ainda não existem muitos estudos sobre a relação entre fibromialgia e gravidez, portanto não temos informações consistentes sobre como a doença afeta a condição, e vice-versa. Também não é possível determinar se a doença afeta a fertilidade em homens e mulheres. 

Algumas gestantes relatam a piora das crises de fibromialgia, enquanto outras relatam haver uma melhora. Fatores como alterações hormonais, ansiedade e estresse gestacional podem interferir nas crises, portanto é indicado que a gestante mantenha o acompanhamento médico adequado durante o período gestacional. 

A fibromialgia não é incompatível com uma gestação saudável e nem um impeditivo para mulheres portadoras da doença que desejam ter filhos. No entanto, é importante avaliar o tratamento durante a gravidez, pois sabe-se que alguns medicamentos podem afetar o desenvolvimento do bebê. 

O médico pode recomendar o uso de ácido fólico junto com o tratamento, a fim de evitar a má formação fetal e riscos para a mãe e o bebê durante a gravidez e parto. Além disso, o acompanhamento psicológico e psicoterapia pode ajudar a manter o emocional em ordem nesse período. 

Leia mais sobre o assunto em Fibromialgia e gravidez: Principais dúvidas.

Qual o prognóstico da fibromialgia?

A fibromialgia é uma doença crônica que infelizmente ainda não tem cura e vai acompanhar o paciente por toda a vida, podendo apresentar períodos de melhora ou piora. A abordagem sistêmica e a conscientização do paciente para seguir o tratamento costuma ser suficiente para restabelecer a qualidade de vida e possibilitar uma vida normal. É muito importante complementar o tratamento com atividades que promovam a redução do estresse e da ansiedade, adotar hábitos de vida saudáveis, praticar exercícios físicos e adotar o tratamento multidisciplinar. Além disso, a troca de ideias com outros pacientes da doença podem ajudar a amenizar os sintomas físicos e psicológicos.

Atividades que promovam a redução do estresse e da ansiedade, a prática regular de exercícios físicos e a troca de ideias com outros pacientes da doença podem ajudar a amenizar os sintomas físicos e psicológicos.

Durma o tempo necessário

O sono é de extrema importância para quem sofre de fibromialgia e o tempo pode ser de oito horas ou mais por noite. Procure praticar a higiene do sono, reduzindo as luzes brancas e azuis a partir das 18 horas. Prefira luzes amarelas e quentes, mantenha o ambiente de dormir com uma temperatura agradável e totalmente escuro e tranquilo. Corte completamente o consumo de bebidas estimulantes, se isso for possível. Se não for possível, limite o consumo até as 14 horas e prefira chás tranquilizantes. Em alguns casos, o paciente pode se beneficiar de um cochilo durante o dia, desde que o tempo máximo seja de 30 minutos. O ideal é que o sono seja no período noturno.

Faça exercícios físicos regularmente.

A prática de exercícios físicos pode parecer impossível no começo, devido a dor que o paciente apresenta. No entanto, com o tratamento as dores tendem a diminuir e o sedentarismo pode piorar significativamente os sintomas da fibromialgia. Os exercícios aeróbicos, ou seja, que movimentam todo o corpo, são os melhores para manter o corpo ativo e ainda eliminar sintomas emocionais. A caminhada é uma ótima maneira de começar, além de ser acessível. Já as atividades aquáticas também são uma ótima opção, principalmente nos casos de artrose ou comorbidades que impeçam atividades de impacto. Comece aos poucos e vá aumentando o tempo e a frequência com o passar do tempo. O ideal é praticar 30 minutos de atividade física pelo menos 5 vezes por semana. No entanto, no começo pode começar até com menos e ir aumentando conforme o paciente for se adaptando.

Reduza o estresse diário.

Se for necessário, peça ao seu médico indicações de tratamentos específicos para o problema. A psicoterapia é uma ótima opção, bem como as terapias alternativas. Tire um tempo para fazer atividades que você gosta e que proporcionam satisfação, como ler um livro, ouvir música e relaxar. Procure evitar situações e ambientes estressantes tanto quanto seja possível.

Faça fisioterapia

A prática pode ajudar a corrigir problemas posturais, além de promover a realização de exercícios acompanhados por um profissional de saúde. Ela também auxilia no manejo da dor e melhora a mobilidade.

Mantenha um diário da dor

O diário da dor pode ser uma boa maneira de identificar as causas das crises dolorosas, principalmente no começo do tratamento. Você pode escrever ou anotar em um aplicativo no celular. Coloque nele as situações que pioram os sintomas, os locais onde a dor aparece, etc. Isso torna mais fácil para o médico e para você, como paciente, entenderem as crises e facilita bastante o controle da doença e a identificação dos gatilhos.

Não altere o seu ritmo de vida.

Procure não se entregar aos sintomas e não deixe que a doença limite sua rotina e suas atividades diárias. O tratamento sistêmico pode ajudar a manter a dor sob controle, fazendo o acompanhamento adequado você é totalmente capaz de ter uma vida absolutamente normal.

Massagens e relaxamento

As massagens relaxantes são ótimas para diminuir as crises de dor, principalmente as relacionadas a tensão e enrijecimento muscular. Além disso, elas reduzem o estresse causado por atividades laborais, problemas emocionais e psicológicos e até mesmo pelos sintomas da doença. É importante procurar um bom profissional para isso, bem como escolher um ambiente que atenda às normas de higiene.

Yoga

A Yoga é uma atividade que envolve equilíbrio entre o corpo e a mente e costuma ter um bom papel na redução dos sintomas, tanto físicos como psicológicos. Ela melhora a postura e ainda equilibra os níveis de cortisol, o famoso “hormônio do estresse”.

A fibromialgia pode matar?

A doença por si só não é mortal, mas sem um tratamento adequado pode desencadear uma série de complicações que, a longo prazo, pode ocasionar comorbidades mortais. Algumas pesquisas mostraram uma relação entre a fibromialgia e doenças vasculares, respiratórias e hepáticas. 

É importante fazer o tratamento, evitar a automedicação e manter hábitos de vida mais saudáveis. O estilo de vida tem uma grande participação na qualidade de vida, bem-estar e longevidade. 

Outro ponto de atenção é o cuidado com a saúde emocional em pacientes com fibromialgia. Um estudo publicado pela “Arthritis and Rheumatism”, que estudou 1.269 pacientes do sexo feminino, demonstrou um aumento do risco de morte devido ao suicídio.

Falamos especificamente sobre esse assunto em “A fibromialgia pode matar?”.

Direitos da pessoa com fibromialgia

Fibromialgia aposenta?

Uma dúvida comum entre pacientes de fibromialgia é se a doença pode aposentar e a resposta é que depende de cada caso. Será necessário comprovar a existência de incapacidade para o trabalho através de exames e laudos médicos. 

Fibromialgia dá direito a PcD?

De maneira geral, a condição não é considerada uma deficiência. No entanto, existem alguns projetos de lei em andamento para isso. Em algumas cidades ou municípios, essa já é uma realidade. 

Um exemplo é em João Pessoa, onde a Lei 14.431/2021 dá direito aos portadores de fibromialgia de concorrer às vagas de emprego para PcD e usar as vagas de estacionamento. A condição deve ser comprovada com laudo médico que mostre o diagnóstico e o grau da doença.

Perguntas Frequentes sobre Fibromialgia e Dor Miofascial

O que é fibromialgia?

Fibromialgia é uma síndrome clínica, caracterizada por dor crônica, difusa e múltiplos pontos sensíveis.

Outros dados característicos são fadiga, distúrbio do sono, rigidez, parestesia, cefaléia, síndrome do cólon irritável, sintomas semelhantes aos da síndrome de Raynaud, depressão e ansiedade.

Dor difusa pode se situar acima e abaixo da cintura, bilateralmente.

O que é a dor miofascial?

Dor miofascial é uma síndrome de dor regional, caracterizada por pontos-gatilho e faixas  distendidas. Foi descrita por Travell e, mais tarde, elaborada por Travell e Simons. Pode ocorrer em ðtversos pontos do corpo, porém é mais comum nas regiões cervical e lombar. Pontos-gatilho são definidos como pontos sensíveis, os quais, à palpação, produzem dor em locais distantes. A  síndrome é, geralmente, causada por traumas menores, pequenas quedas ou osteoartrite degenerativa. O tratamento da dor miofascial é variado, incluindo medidas simples como alongamentos e prevenção, a medicamentos, infiltrações, agulhamento seco, acupuntura e também terapia por ondas de choque. Aprenda mais sobre a Síndrome Dolorosa Miofascial em nosso artigo, clicando aqui.

A fibromialgia afeta mais mulheres?

Em muitas séries relatadas, 80-90% dos pacientes eram mulheres.

No geral, os estudos de literatura mostram que a fibromialgia afeta 9 mulheres para cada homem.

A fibromialgia pode causar uma sensação de “alfinetadas e agulhadas”?

A fibromialgia pode causar toda uma gama de sensações nervosas, incluindo “alfinetadas e agulhadas”. Eles ocorrem principalmente nas mãos e nos pés (chamados parestesias). Se você não tiver outros sintomas nervosos, como dormência ou fraqueza localizada grave, sentir formigamento ocasional não deve lhe causar uma causa incomum. Outros tipos de dor nos nervos também são comuns na síndrome fibromiálgica, como a síndrome do túnel do carpo ou neuropatias de fibras finas.

A causa da fibromialgia não é conhecida. Verdadeiro ou falso?

VERDADE. Não se sabe o que causa a fibromialgia, mas vários fatores podem estar em jogo. A fibromialgia pode ocorrer por si só, mas outras causas suspeitas incluem: – história familiar de fibromialgia – exposição a eventos estressantes ou traumáticos, como acidentes de carro – lesões repetitivas, causadas pela execução repetida da mesma ação – infecções ou doenças – doenças autoimunes prévias

Quais exames de laboratório são úteis, na fibromialgia?

Todos os valores laboratoriais, nesta síndrome, são úteis para fins de exclusão. Não existem anormalidades de laboratório características, nem de natureza química, elétrica ou radiográfica.

Quais são os mecanismos fisiopatológicos propostos para a fibromialgia?

Assim como outras síndromes de origem algo nebulosa, explicações fisiopatológicas têm variado de, basicamente, central a uma combinação de central e periférica, além de, fundamentalmente, periférica. Tem sido considerada como uma variante de distúrbio afetivo, baseando-se, essencialmente, em sua associação com depressão, síndrome do cólon irritável e síndrome da fadiga crônica.

Outra teoria central afirma que a anormalidade do sono é o distúrbio principal, alterando, posteriormente a percepção da dor. Fatores periféricos, tais como distúrbios músculo-esqueléticos, têm sido julgados como os mais importantes, com todos os fatores emocionais que resultam da dor crônica.

Travell e Simons acreditam que o problema muscular seja básico, rejeitando qualquer definição psicossomática e denominando-a “doença somato-psicótica”.

Quais tratamentos são, habitualmente, usados na fibromialgia e na dor miofascial?

Uma combinação de técnicas físicas, anestesiológicas e farmacológicas é, comumente, usada. Algumas das técnicas mais precoces envolvem infiltração ou simples colocação de agulhas nos pontos dolorosos.

Isto se baseava no conceito de que estes pontos representavam áreas de espasmos musculares. A eficácia da infiltração de pontos-gatilho jamais foi plenamente consubstanciada, ape sar de que alívios temporários tenham sido obtidos em alguns pacientes.

Técnicas físicas, tais como alongamento, vaporização e extensão, calor e frio, têm sido advogadas, sem qualquer documentação, mediante estudos bem controlados.

Antidepressivos tricíclicos são as drogas mais largamente usadas, nesta síndrome. Não está claro se elas atingem a síndrome dolorosa crônica, uma evidente fisiopatologia subjacente ou a depressão. AINHs são também usados, porém mais uma vez seu papel é obscuro.

Como é o distúrbio do sono relacionado à fibromialgia?

Esta é uma das queixas mais comuns e, de fato, constitui um critério diagnóstico. Inicialmente, foi descrito como “sono não-restaurador”. Alguns dos pacientes estudados exibiam uma intrusão de ritmos alfa no IV estágio do sono.

Entretanto, o mesmo padrão encefalográfico é visto, muitas vezes, em outras situações cónicas dolorosas. A incidência do distúrbio do sono parece mais relacionada à duração de dor do que a um diagnóstico específico.

Por que prescreveram anti-convulsivantes para minha dor?

Drogas anticonvulsivantes geralmente são usadas para controle de convulsões em pessoas que têm epilepsia. Estes remédios também podem ser usados para tratar outras condições dolorosas, como neuralgia pós-herpética e fibromialgia. Alguns medicamentos anticonvulsivantes podem funcionar melhor do que outros para determinadas condições. Anticonvulsivantes parecem funcionar melhor quando eles são usados para a dor do nervo. Neuralgia pós-herpética e neuropatia periférica diabética são exemplos de dor do nervo. Cerca de 7 em 10 pessoas com dor no nervo que tomar carbamazepina ter algum alívio da sua dor, pelo menos por um curto período. Gabapentina ajuda cerca de 3 a 4 de 10 pessoas para dores neuropáticas, e alguns anticonvulsivantes podem reduzir a dor em lombalgias persistentes. A pregabalina ajuda entre 3 e 5 de 10 pessoas com dores neuropáticas, especialmente a nevralgia pós-herpética, neuropatia periférica diabética e fibromialgia Gabapentina é muitas vezes utilizada para tratar a dor pélvica crônica. Carbamazepina e oxcarbazepina são usados para tratar a dor crônica da neuralgia do trigêmeo (dor facial súbita). A melhor evidência é para carbamazepina, mas oxcarbazepina provavelmente também funciona bem.

Por que foram prescritos antidepressivos para minha dor?

Alguns dos medicamentos mais eficazes e comumente usados para dor crônica são drogas que foram desenvolvidas para tratar outras condições.

Embora não especificamente destinados ao tratamento de dor crônica, os antidepressivos são um dos pilares no tratamento de muitas condições de dor crônica, mesmo quando a depressão não é reconhecido como um dos fatores.

Sabe-se há décadas que alguns antidepressivos podem ajudar na dor crônica, como a dor neuropática e fibromialgia.

Esses antidepressivos mais velhos são chamados os tricíclicos, e exemplos desta classe incluem a amitriptilina, nortriptilina imipramina.

O mecanismo de analgesia desses medicamentos ainda não é totalmente compreendido.

Antidepressivos podem aumentar neurotransmissores na medula espinhal que reduzem os sinais de dor. Mas seus efeitos analgésicos não começam imediatamente.

Os antidepressivos tricíclicos podem aliviar a dor pela sua capacidade única de inibir a recaptação pré-sináptica de aminas biogênicas (serotonina e noradrenalina), mas outros mecanismos tais como o bloqueio do canal do receptor e do íon de N-metil-D-aspartato provavelmente também jogar um papel no seu efeito de aliviar a dor.

O efeito dos antidepressivos tricíclicos em dor neuropática vem sendo demonstrado em inúmeros ensaios aleatorizados, controlados. Alguns estudos têm mostrado que antidepressivos mais recentes, como a duloxetina e venlafaxina (inibidores duais da recaptação de serotonina e noradrenalina) também possam ser úteis em algumas condições dolorosas.

Quais síndromes são, comumente, associadas à fibromialgia?

Depressão, ansiedade, insônia e a síndrome de fadiga crônica são, muitas vezes, concomitantes.

Alguns autores acreditam que podem representar, simplesmente, diferentes aspectos do mesmo espectro da doença, sendo a fibromialgia um distúrbio psicossomático.

O que são “bandas tensas” ou “faixas distendidas”?

Em pacientes com dor miofascial, a palpação profunda dos músculos pode revelar uma área,  que se percebe tensa. A tração sobre esta faixa muscular provoca dor. Tais áreas são denominadas faixas distendidas.

Pontos-gatilho são encontrados, de modo característico, dentro das referidas faixas, A exata etiologia e a patogenia não estão claras.

Não parecem ser devido a espasmo muscular, no sentido usual da palavra, uma vez que os achados da eletroneuromiografia não são, universalmente, anormais. Rolando as pontas dos dedos sobre o ponto-gatilho (palpação mordente), pode-se obter uma resposta de “contratura” local. Isto é, um encurtamento da faixa muscular, e este é considerado um dos  sinais capitais da dor miofascial.

Infográfico Fibromialgia

Infográfico sobre Fibromialgia

Dr. Marcus Yu Bin Pai

CRM-SP: 158074 / RQE: 65523 - 65524 | Médico especialista em Fisiatria e Acupuntura. Área de Atuação em Dor pela AMB. Doutorado em Ciências pela USP. Pesquisador e Colaborador do Grupo de Dor do Departamento de Neurologia do HC-FMUSP. Diretor de Marketing do Colégio Médico de Acupuntura do Estado de São Paulo (CMAeSP). Integrante da Câmara Técnica de Acupuntura do Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (CREMESP). Secretário do Comitê de Acupuntura da Sociedade Brasileira para Estudo da Dor (SBED). Presidente do Comitê de Acupuntura da Sociedade Brasileira de Regeneração Tecidual (SBRET). Professor convidado do Curso de Pós-Graduação em Dor da Universidade de São Paulo (USP). Membro do Conselho Revisor - Medicina Física e Reabilitação da Journal of the Brazilian Medical Association (AMB).