As pessoas costumam confundir os termos tendinite, tendinose e tendinopatia. Esta confusão é compreensível, já que todas essas condições afetam os tendões e podem causar dor semelhante. No entanto, entender as diferenças entre elas é fundamental para escolher o tratamento mais adequado.
O que são tendões?
Os tendões são estruturas fibrosas e resistentes que conectam os músculos aos ossos. Eles funcionam como cordas que transmitem a força gerada pelos músculos para movimentar as articulações. Existem mais de 4.000 tendões distribuídos pelo corpo humano, cada um com características específicas de acordo com sua localização e função.
Alguns tendões são mais vulneráveis a lesões devido à sua localização anatômica, vascularização reduzida ou sobrecarga frequente. Entre os mais comumente afetados estão o tendão de Aquiles (no calcanhar), os tendões do manguito rotador (no ombro), o tendão patelar (no joelho) e os tendões do cotovelo (epicondilite).
É importante saber que um mesmo tendão pode apresentar mais de uma condição simultaneamente. Por exemplo, uma pessoa com tendinite pode também ter sinais de tendinose, o que influencia diretamente a escolha do tratamento.
A seguir, explicamos cada condição de forma detalhada para ajudá-lo a compreender melhor os diferentes problemas que podem afetar seus tendões.
Tendinite
A tendinite é a inflamação aguda de um tendão. O sufixo “-ite” vem do grego e significa inflamação. Esta condição geralmente ocorre após esforço excessivo, movimentos repetitivos ou trauma direto, e representa a resposta inicial do corpo a uma lesão.
Sintomas característicos:
- Dor localizada que piora com movimento
- Inchaço visível na região afetada
- Aquecimento local
- Vermelhidão (em alguns casos)
- Rigidez, especialmente pela manhã
Causas comuns:
- Atividades físicas intensas sem preparo adequado
- Movimentos repetitivos no trabalho ou esporte
- Trauma direto
- Postura inadequada
- Falta de alongamento
Tratamento:
O tratamento inicial visa controlar a inflamação e aliviar a dor. As principais medidas incluem:
- Repouso relativo: reduzir as atividades que agravam a dor, sem imobilização total
- Gelo: aplicação de compressas frias por 15-20 minutos, várias vezes ao dia
- Medicamentos anti-inflamatórios: sob orientação médica, podem ser utilizados anti-inflamatórios não esteroidais (AINEs) por período limitado
- Fisioterapia: exercícios terapêuticos, alongamentos e modalidades como ultrassom
- Acupuntura médica: pode auxiliar no controle da dor e acelerar a recuperação
A boa notícia é que a tendinite geralmente responde bem ao tratamento, com melhora significativa em 2 a 6 semanas. No entanto, se não tratada adequadamente, pode evoluir para tendinose, uma condição mais complexa.
Tendinose
A tendinose é uma condição degenerativa do tendão, caracterizada por alterações na estrutura do tecido sem inflamação ativa. Diferente da tendinite (que é inflamatória), a tendinose envolve degeneração das fibras de colágeno que compõem o tendão.
O que acontece no tendão?
Na tendinose, ocorrem mudanças microscópicas no tecido:
- Desorganização das fibras de colágeno
- Aumento anormal de vasos sanguíneos (neovascularização)
- Presença de tecido cicatricial
- Espessamento do tendão
Estas alterações geralmente resultam de microtraumatismos repetitivos ao longo do tempo ou da falha do tendão em cicatrizar adequadamente após uma lesão inicial.
Fatores de risco:
- Idade acima de 40 anos (o tendão perde elasticidade naturalmente)
- Atividades repetitivas prolongadas
- Tendinite mal tratada ou recorrente
- Algumas condições sistêmicas (diabetes, artrite reumatoide)
- Uso de certos medicamentos (algumas classes de antibióticos)
Diferenças importantes entre tendinite e tendinose:
- Tempo de recuperação: enquanto a tendinite pode melhorar em semanas, a tendinose frequentemente requer 3 a 6 meses de tratamento consistente
- Uso de anti-inflamatórios: como não há inflamação ativa na tendinose, os AINEs são menos eficazes e alguns especialistas contraindicam seu uso prolongado, pois podem inibir a síntese de colágeno necessária para a regeneração do tendão
- Abordagem terapêutica: o tratamento da tendinose foca em estimular a regeneração do tecido, não em controlar inflamação
Tratamento da tendinose:
O objetivo principal é estimular a regeneração do tendão. As opções incluem:
- Exercícios excêntricos: programa específico de fortalecimento que estimula a remodelação do colágeno
- Ondas de choque (ESWT): terapia não invasiva que estimula a cicatrização do tecido
- Laser de alta intensidade: promove regeneração celular e alívio da dor
- Dry needling (agulhamento seco): técnica que estimula a resposta de cura do corpo
- Fisioterapia especializada: com exercícios progressivos e técnicas manuais
- Mesoterapia: microinjeções que podem auxiliar na regeneração tecidual
Alguns profissionais usam os termos “tendinose” e “tendinopatia” de forma intercambiável, embora tecnicamente a tendinopatia seja um termo mais amplo.
Paratendinite
Alguns tendões do corpo, como o tendão de Aquiles, são envolvidos por uma fina camada de tecido chamada paratendão. Quando este tecido se inflama, a condição é denominada paratendinite.
Esta é uma condição relativamente rara e seu diagnóstico definitivo só pode ser confirmado por biópsia (análise microscópica do tecido). Por este motivo, raramente é diagnosticada de forma isolada na prática clínica.
Sintomas:
- Dor difusa ao redor do tendão
- Crepitação (sensação de atrito) durante o movimento
- Inchaço na região
Como o tratamento da paratendinite é semelhante ao da tendinite (focado em reduzir a inflamação), a distinção entre as duas condições pode não ser essencial para fins práticos de tratamento.
Rupturas parciais e totais de tendão
A ruptura de tendão ocorre quando as fibras do tendão se rompem, parcial ou totalmente. Esta é geralmente a lesão mais grave entre as condições tendinosas.
Tipos de ruptura:
- Ruptura total (completa): o tendão se parte em dois fragmentos, perdendo completamente sua continuidade
- Ruptura parcial: apenas parte das fibras do tendão está rompida, mantendo alguma integridade estrutural
Na medicina de reabilitação, é importante distinguir entre rupturas agudas e crônicas, pois isso influencia diretamente as opções de tratamento.
Rupturas agudas:
- Ocorrem como evento único, geralmente durante atividade física intensa
- Causam dor súbita e intensa, frequentemente descrita como “estalo” ou “chicotada”
- Provocam perda imediata de força ou função
- Podem apresentar inchaço, hematoma e deformidade visível
- São reconhecidas e tratadas dentro de uma semana após a lesão
Rupturas crônicas:
- Podem resultar de uma ruptura parcial que piora progressivamente ao longo do tempo
- Ou de uma ruptura aguda que não recebeu tratamento adequado por 4 a 6 semanas ou mais
- Os tecidos podem retrair e cicatrizar em posição inadequada, dificultando o tratamento
Sinais de alerta que indicam possível ruptura:
- Dor súbita e intensa durante atividade física
- Sensação de “estalo” ou “pop”
- Incapacidade de movimentar a articulação normalmente
- Fraqueza significativa
- Depressão ou “gap” palpável no tendão
- Hematoma extenso
Tratamento:
A escolha entre tratamento conservador (não cirúrgico) e cirúrgico depende de vários fatores:
- Localização e extensão da ruptura
- Idade e nível de atividade do paciente
- Tempo desde a lesão
- Qualidade do tecido remanescente
- Expectativas funcionais do paciente
Para rupturas parciais e alguns casos selecionados de rupturas totais, o tratamento conservador pode incluir imobilização temporária seguida de reabilitação progressiva. Em outros casos, a cirurgia pode ser necessária para restaurar a função.
Tendinopatia
O termo “tendinopatia” vem do grego: “tendino” (tendão) + “patia” (doença ou distúrbio). É usado como termo “guarda-chuva” para descrever qualquer condição dolorosa que afeta um tendão, independentemente da causa específica.
Por que este termo é útil?
Na prática clínica, nem sempre é possível determinar com precisão se a dor no tendão resulta de inflamação (tendinite), degeneração (tendinose) ou outra alteração. O termo tendinopatia permite que o médico descreva a condição sem assumir uma causa específica antes de investigação completa.
Tendinopatias mais comuns:
- Tendinopatia do manguito rotador: afeta o ombro, comum em pessoas que trabalham com braços elevados
- Tendinopatia patelar: afeta o joelho, frequente em atletas de salto
- Tendinopatia do Aquiles: afeta o calcanhar, comum em corredores
- Epicondilite lateral: afeta o cotovelo, conhecida como “cotovelo de tenista”
- Epicondilite medial: afeta o cotovelo, conhecida como “cotovelo de golfista”
Prevenção de tendinopatias:
Algumas medidas podem reduzir o risco de desenvolver problemas nos tendões:
- Aquecimento adequado antes de atividades físicas
- Progressão gradual na intensidade dos exercícios
- Alongamentos regulares
- Pausas em atividades repetitivas
- Correção de técnicas inadequadas no esporte ou trabalho
- Manutenção de peso saudável
- Hidratação adequada
Quando procurar um médico?
Procure avaliação médica se você apresentar:
- Dor que persiste por mais de 1-2 semanas apesar do repouso
- Dor intensa que impede atividades diárias
- Inchaço significativo ou vermelhidão
- Fraqueza muscular ou perda de função
- Sensação de “estalo” seguida de dor aguda
- Sintomas que retornam repetidamente
O diagnóstico precoce e o tratamento adequado são fundamentais para evitar a progressão para condições mais graves e garantir uma recuperação completa.
Comparativo: Tendinite vs Tendinose vs Ruptura
*Ruptura: depende da extensão e pode requerer tratamento cirúrgico
Linha do Tempo de Recuperação
⚠️ Tempos aproximados. A recuperação individual pode variar conforme gravidade e adesão ao tratamento.
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