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Dormência e Formigamento nas Mãos a noite – O que pode ser?

Dormência nas Mãos Durante a Noite: Causas, Diagnóstico e Tratamentos Não Cirúrgicos

A dormência nas mãos durante o sono, clinicamente conhecida como parestesia noturna, é uma queixa frequente nos consultórios de dor e reabilitação. Embora muitas vezes seja descartada como resultado de uma “má posição ao dormir”, a persistência desse sintoma geralmente sinaliza uma compressão nervosa subjacente ou uma condição sistêmica que requer atenção médica especializada. Acordar com a sensação de formigamento, agulhadas ou perda de sensibilidade nas mãos não afeta apenas a qualidade do sono, mas pode evoluir para fraqueza muscular e perda de função se não tratada precocemente.

A fisiopatologia desse fenômeno durante a noite é multifatorial. Durante o sono, ocorre uma redistribuição natural dos fluidos corporais, o que pode aumentar levemente a pressão dentro dos compartimentos anatômicos estreitos, como o túnel do carpo. Além disso, a tendência inconsciente de flexionar ou estender excessivamente os punhos ao dormir aumenta a pressão sobre os nervos periféricos, exacerbando sintomas que podem ser imperceptíveis durante o dia.

Causa #1

A Síndrome do Túnel do Carpo é responsável por mais de 80% dos casos de parestesia noturna isolada nas mãos.

Impacto no Sono

Pacientes com neuropatias compressivas relatam uma fragmentação do sono 3x maior que a população geral.

Sinal de Alerta

A presença de atrofia muscular (perda de massa na mão) indica lesão nervosa avançada e necessidade imediata de avaliação.

Mapeamento Anatômico: O Que os Dedos Dizem

Para um diagnóstico preciso, é fundamental identificar a localização exata da dormência. Os nervos da mão possuem territórios sensitivos específicos, e o padrão de formigamento funciona como um mapa para o médico fisiatra ou especialista em dor localizar a origem da lesão.

Síndrome do Túnel do Carpo (Nervo Mediano)

A causa mais prevalente de dormência noturna. O nervo mediano é comprimido no punho, dentro de um canal estreito formado por ossos e ligamentos. Os sintomas afetam classicamente o polegar, o indicador, o dedo médio e a metade do dedo anelar. A dor pode irradiar para o antebraço, mas raramente ultrapassa o cotovelo. À noite, a posição fletida do punho aumenta a pressão intracanal, interrompendo a microcirculação do nervo.

Síndrome do Túnel Cubital (Nervo Ulnar)

Quando a dormência se concentra no dedo mínimo e na metade ulnar do dedo anelar (a borda externa da mão), a suspeita recai sobre o nervo ulnar. A compressão geralmente ocorre no cotovelo. Dormir com os cotovelos muito dobrados estira esse nervo, provocando isquemia temporária e parestesia.

Radiculopatia Cervical

Problemas na coluna cervical, como hérnias de disco ou osteófitos (bicos de papagaio) nas vértebras C6, C7 ou C8, podem comprimir as raízes nervosas que saem da medula em direção ao braço. Nesses casos, a dormência na mão é frequentemente acompanhada de dor no pescoço, ombro ou ao longo do braço.

Tabela 1: Diagnóstico Diferencial por Localização dos Sintomas
Localização da Dormência Nervo Provável Condição Associada
Polegar, Indicador, Médio Nervo Mediano Síndrome do Túnel do Carpo
Dedo Mínimo e Borda da Mão Nervo Ulnar Síndrome do Túnel Cubital
Dorso da Mão (entre polegar e indicador) Nervo Radial Compressão do Nervo Radial (“Paralisia do Sábado à Noite”)
Mão toda ou padrão inespecífico Polineuropatia Diabetes, Deficiência B12, Hipotireoidismo

Avaliação Médica Especializada

O diagnóstico correto não depende apenas de exames de imagem, mas de uma correlação clínica precisa. Na prática fisiátrica, utilizamos testes provocativos físicos, como o Sinal de Tinel (percussão sobre o nervo) e o Teste de Phalen (flexão forçada do punho), para reproduzir os sintomas.

Exames complementares essenciais incluem:

  • Eletroneuromiografia (ENMG): Considerado o padrão-ouro, avalia a velocidade de condução elétrica do nervo e quantifica a gravidade da lesão (leve, moderada ou severa).
  • Ultrassonografia Musculoesquelética: Permite visualizar o aumento da área seccional do nervo (inchaço) e excluir causas estruturais como cistos sinoviais ou tumores.

Tratamentos Não Cirúrgicos e Reabilitação

A grande maioria dos casos de dormência noturna responde bem ao manejo conservador, especialmente quando iniciado precocemente. A cirurgia é reservada para casos onde há falha do tratamento conservador ou sinais claros de denervação muscular.

Protocolo de Tratamento Conservador

1
Uso de Órteses Noturnas (Splints): O pilar do tratamento inicial. Mantém o punho em posição neutra durante o sono, maximizando o volume do túnel carpal e reduzindo a pressão neural.
2
Controle Farmacológico: Uso criterioso de anti-inflamatórios em fases agudas e moduladores de dor neuropática (como gabapentina ou pregabalina) para dessensibilização do nervo.
3
Infiltração Guiada: Injeção de corticosteroides no túnel do carpo, guiada por ultrassom, para redução potente e rápida da inflamação local.
4
Terapias Regenerativas e Físicas: Acupuntura médica, Ondas de Choque e Laser de Alta Intensidade.

Tecnologias e Terapias Avançadas

Terapia por Ondas de Choque (Shockwave Therapy): Uma modalidade não invasiva que estimula a angiogênese (formação de novos vasos) e a regeneração tecidual. Estudos mostram eficácia na redução da dor e melhora da funcionalidade em síndromes compressivas leves a moderadas.

Acupuntura Médica e Eletroacupuntura: Atua na neuromodulação da dor. A inserção de agulhas associada a estímulos elétricos controlados promove a liberação de endorfinas e melhora a circulação local, reduzindo a hiperexcitabilidade nervosa.

Laser de Alta Intensidade: Utiliza o efeito fotobiomodulador para reduzir a inflamação intraneural e acelerar a recuperação da bainha de mielina (camada protetora do nervo).

Mesoterapia

Aplicação de medicamentos em microdoses diretamente na região do punho, minimizando efeitos colaterais sistêmicos e concentrando a ação terapêutica.

Hidrodissecção Neural

Técnica guiada por ultrassom onde se injeta fluido para “descolar” o nervo das estruturas adjacentes que o comprimem.

Tabela 2: Comparativo de Opções Terapêuticas
Tratamento Indicação Principal Benefício Esperado
Órtese Noturna Todos os estágios (Leve a Grave) Prevenção de flexão e redução da pressão noturna.
Ondas de Choque Casos leves a moderados; Falha medicamentosa Regeneração tecidual e alívio duradouro da dor.
Infiltração (Bloqueio) Sintomas agudos intensos Alívio rápido da inflamação e dor.
Botox Terapêutico Dor neuropática refratária Modulação da dor crônica complexa.

Quando a Dormência é Grave?

Embora comum, a dormência noturna não deve ser ignorada. A compressão nervosa crônica pode levar a danos irreversíveis. Sinais de gravidade incluem dormência constante (presente também durante o dia), dificuldade para abotoar camisas ou segurar objetos pequenos, e atrofia visível na base do polegar (região tenar).

Sente dormência nas mãos todas as noites?

O diagnóstico precoce evita a perda de força e a necessidade de cirurgia. Na Clínica Dr. Hong Jin Pai, oferecemos uma abordagem integrada com médicos especialistas em dor pela USP.

Localização: Al. Jaú 687 – São Paulo – SP

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Perguntas Frequentes (FAQ)

Dormência nas mãos pode ser problema no coração?

Geralmente não. Embora a dor no braço esquerdo possa estar associada a infarto, a dormência isolada nas mãos (formigamento) é tipicamente neurológica ou circulatória periférica. Se a dormência vier acompanhada de dor no peito, falta de ar ou náusea, procure emergência imediatamente.

Qual a melhor posição para dormir e evitar formigamento?

A posição ideal é aquela que mantém a coluna cervical alinhada e os punhos em posição neutra (nem dobrados para dentro, nem estendidos para trás). Evite dormir sobre os braços ou com as mãos sob o travesseiro.

O uso de tala (órtese) ajuda na dormência noturna?

Sim, é um dos tratamentos mais eficazes. A órtese rígida impede a flexão involuntária do punho durante o sono, reduzindo a pressão dentro do túnel do carpo e permitindo que o nervo se recupere.

Falta de vitamina causa dormência nas mãos?

Sim, deficiências nutricionais, especialmente de Vitamina B12, podem causar neuropatia periférica. Isso é mais comum em idosos, vegetarianos estritos ou pessoas com problemas de absorção gástrica.

Diabetes causa formigamento nas mãos à noite?

Sim, a Neuropatia Diabética é uma causa frequente. O excesso de glicose no sangue danifica os nervos periféricos ao longo do tempo. Geralmente começa nos pés, mas pode afetar as mãos (distribuição “em luva”).

Quanto tempo leva para curar a Síndrome do Túnel do Carpo sem cirurgia?

Com tratamento conservador adequado (órtese, terapia física, medicação), muitos pacientes relatam melhora significativa em 4 a 6 semanas. Casos crônicos podem exigir terapias de manutenção por períodos mais longos.

O que é o Teste de Phalen?

É um teste clínico simples onde se flexionam os punhos (costas das mãos uma contra a outra) por 60 segundos. Se houver formigamento ou dormência, o teste é considerado positivo para compressão do nervo mediano.

Acupuntura funciona para dormência nas mãos?

Sim, a acupuntura e a eletroacupuntura têm evidências robustas no tratamento de neuropatias compressivas, ajudando a modular a dor, reduzir a inflamação local e melhorar a condução nervosa.

Gravidez causa dormência nas mãos?

É muito comum, especialmente no terceiro trimestre. A retenção de líquidos típica da gravidez aumenta a pressão no túnel do carpo. Geralmente, os sintomas desaparecem espontaneamente após o parto.

Qual especialista procurar para dormência nas mãos?

O médico Fisiatra (especialista em Medicina Física e Reabilitação) é altamente indicado, pois avalia a função global, realiza diagnósticos diferenciais e coordena tratamentos não cirúrgicos. Neurologistas e ortopedistas também tratam a condição.

Rastreador de Nervo Comprometido

Selecione onde você sente a dormência mais intensa para identificar o provável nervo afetado.

Calculadora de Gravidade dos Sintomas

Responda para estimar o impacto funcional (Baseado na Escala de Levine Simplificada).

Dr. Marcus Yu Bin Pai

CRM-SP: 158074 / RQE: 65523 - 65524 | Médico especialista em Fisiatria e Acupuntura. Área de Atuação em Dor pela AMB. Doutorado em Ciências pela USP. Pesquisador e Colaborador do Grupo de Dor do Departamento de Neurologia do HC-FMUSP. Diretor de Marketing do Colégio Médico de Acupuntura do Estado de São Paulo (CMAeSP). Integrante da Câmara Técnica de Acupuntura do Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (CREMESP). Secretário do Comitê de Acupuntura da Sociedade Brasileira para Estudo da Dor (SBED). Presidente do Comitê de Acupuntura da Sociedade Brasileira de Regeneração Tecidual (SBRET). Professor convidado do Curso de Pós-Graduação em Dor da Universidade de São Paulo (USP). Membro do Conselho Revisor - Medicina Física e Reabilitação da Journal of the Brazilian Medical Association (AMB).  

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