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Folha de São Paulo: Mulher é a principal vítima da fibromialgia

Mulher é a principal vítima da fibromialgia

Folha de São Paulo/São Paulo/SP /Folha do Estado /Cuibá /MT

Cláudia Collucci

Ela afeta 5% da população mundial, não tem causa conhecida, não produz alterações fisiológicas verificáveis em exame e divide opiniões de médicos.

Trata-se da fibromialgia (literalmente, dor das fibras musculares), uma doença reconhecida apenas em 1990 e que ainda é pouco familiar até mesmo para os médicos. Nos Estados Unidos, ela representa 30% das consultas nos reumatologistas e de 5% a 10% nos clínicos-gerais. No Brasil ainda não há estudos semelhantes.

A síndrome atinge principalmente mulheres acima de 40 anos (há apenas um homem para cada nove portadoras da síndrome nessa faixa etária), mas também há casos em crianças.

Segundo o reumatologista e imunologista Morton Scheinberg, 56, do Hospital Albert Einstein, não se sabe se as mudanças hormonais estão entre os fatores que desencadeiam a doença.

Como ainda não existe exame laboratorial que a comprove, o diagnóstico tem de ser feito a partir dos sintomas relatados pelo paciente e de um exame clínico.

“Ele precisa se queixar de dor difusa há mais de três meses, ter distúrbio na qualidade do sono e apresentar sensibilidade à dor em pelo menos 11 dos 18 pontos do exame clínico”, afirma o médico Jamil Natour, 41, chefe da disciplina de reumatologia da Unifesp.

Natour afirma que a doença pode levar a problemas emocionais, como a depressão. Segundo ele, 30% dos pacientes fibromiálgicos são deprimidos. “Imagine o que é a vida de uma pessoa que não dorme direito, tem dor o tempo todo e os médicos não conseguem descobrir o que é”, diz.

Como os sintomas da fibromialgia são parecidos com os de outras doenças (osteoporose, tendinite, artrite reumatóide, hipotireoidismo, esclerose múltipla, entre outras), muitos médicos não conseguem diagnosticá-la.

Além do subdiagnóstico, Natour teme que haja um superdiagnóstico da síndrome e que os médicos ignorem as outras possíveis doenças associadas, que precisam de tratamentos específicos.

Morton Scheinberg tem a mesma opinião. Segundo ele, é preciso pelo menos duas consultas para dar um diagnóstico correto de fibromialgia. “Nem tudo o que dói é fibromialgia”, afirma.

De acordo com ele, antes do diagnóstico, o médico precisa se certificar, por meio de exames laboratoriais e de imagem, de que não existem alterações que possam sugerir outras doenças.

A causa da doença não é conhecida, mas existem tratamentos que podem garantir a qualidade de vida do paciente. Os especialistas indicam antidepressivos em baixas doses e analgésicos, além da prática de exercícios de alongamento e caminhadas, acompanhados por fisioterapeutas.

[su_quote style=”flat-blue”]De acordo com o acupunturista Hong Jin Pai, 47, do Centro da Dor do Hospital das Clínicas, os fibromiálgicos têm menos neurotransmissores do que as outras pessoas.[/su_quote]