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Musculação não emagrece? Veja 6 mitos de academia que prejudicam seu treino

Thais Szegö Colaboração para o UOL VivaBem


A academia é um lugar cercado de mitos. Entre uma série de supino e outra, não é raro você ouvir de um colega de treino que só vai conseguir ganhar músculos se fizer “tal coisa”, ou que para emagrecer precisa investir em “coisa e tal”.

O problema é que várias dessas teorias sem fundamento às vezes são encaradas como verdade –até mesmo entre os malhadores de carteirinha –, e, em muitos casos, além de comprometer o resultado dos exercícios, colocam em risco a integridade física do praticante, pois aumentam muito as chances de ele se machucar. Por isso, mostramos a seguir alguns mitos em que você não deve acreditar:

1 – Fazer musculação em aparelhos é melhor que com pesos livres 

As máquinas ajudam a isolar o músculo, oferecem suporte para a realização das séries e exigem menos consciência corporal para a execução correta dos exercícios. Por isso, são ótimas principalmente para quem está começando a malhar ou não tem muita força física. Mas isso não quer dizer que são melhores –ou piores –, e treinar com pesos livres também têm muitos benefícios. 

Geralmente, ao malhar com barras ou halteres você acaba recrutando outros grupos musculares além do que está tralhando especificamente –como os que dão suporte às articulações para que não ocorram movimentos indesejáveis durante a ação dos músculos principal; e os estabilizadores, que ajudam a manter o corpo todo firme e alinhado no exercício, como os da região abdominal e da coluna. Além disso, desenvolve equilíbrio e coordenação motora. Portanto, não fique só nas máquinas e peça para seu treinador mesclar os dois tipos de exercícios, se seu condicionamento permitir, claro.

2- Suar mais durante a malhação aumenta a queima de calorias

O suor é apenas um sinal de que o corpo está trabalhando para eliminar o calor produzido e manter sua temperatura adequada. O fato de transpirar mais não significa que você fez um maior esforço ou queimou mais calorias em um treino, pois a perda de líquido depende de vários fatores, como umidade do ar, roupas, nível de condicionamento, o sexo e até mesmo a fisiologia da pessoa.

“E isso não tem nenhuma ligação com a perda de gordura, o que fica bem claro quando o indivíduo se reidrata adequadamente após o exercício e recupera o pouco peso perdido”, diz o fisiatra Marcus Yu Bin Pai, médico pesquisador do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP (Universidade de São Paulo).

O mito de que “suar é bom para derreter o bacon” leva muita gente a fazer loucuras para transpirar mais durante o exercício, como correr de blusa em um dia quente. “Isso prejudica não só o rendimento e acelera a fadiga, como causar uma grande desidratação e colocar sua saúde em risco e desidratação”, alerta Páblius Staduto Braga, médico do esporte e gestor do Centro de Medicina Especializada do Hospital Nove de Julho, em São Paulo.

3 – Musculação não emagrece e aeróbico é sempre melhor para queimar gordura

Não é bem assim e por causa desse mito muita gente que quer emagrecer acaba cometendo o grande erro de abrir mão da musculação. Isso porque os exercícios de força aumentam a massa magra, o que ajuda a manter o metabolismo acelerado e evitar que você pare de perder peso ou até engorde depois de um tempo. 

O treino de força também é importante para proteger o corpo de lesões nos exercícios aeróbicos. “Por essa razão, indicamos a combinação das duas modalidades”, diz Eduardo Netto, diretor técnico da rede de academias Bodytech. Mas vale enfatizar que para perder peso não basta só treinar, tem de fazer dieta.

4 – Quanto mais treinar, mais resultados terei

Pegar peso demais, exagerar no volume de exercícios e não dar tempo para o corpo descansar são fatores que levam ao resultado oposto. Além de fazer com que você fique cansado ao extremo, prejudicando o seu desempenho e aumentando o risco de lesões, o grande estresse sofrido pelo organismo levará a alterações metabólicas e hormonais que prejudicam os resultados do treino.

“Elas envolvem especialmente o cortisol e a testosterona e diminuem a hipertrofia muscular e a capacidade do reparo de lesões”, explica Bin Pai. Muitos praticantes ainda acabam sofrendo com dor muscular persistente e há estudos que mostram que o excesso de treinos interfere também na imunidade e no sono, com consequências em médio prazo, inclusive no que diz respeito à atividade física. 

Usar cargas muito elevadas prejudica a execução do movimento e pode gerar lesões - iStock
Usar cargas muito elevadas prejudica a execução do movimento e pode gerar lesõesImagem: iStock

5 – Se não sentir dor no dia seguinte, o treino não deu resultado 

Esse incômodo pós-exercício não é incomum, mas não deve ser usado como parâmetro para a qualidade e eficiência da malhação. Ele é apenas uma resposta do organismo ao processo inflamatório gerado pelas microlesões provocadas no tecido por causa do esforço, e não garantia de desenvolvimento muscular.

Aliás, se o desconforto for muito grande, pode ser prejudicial ao resultado da atividade física, pois acaba obrigando o praticante a reduzir a carga do treino ou até ficar um tempo sem se exercitar. Portanto, respeite os limites do seu corpo, o descanso e sempre tenha orientação profissional. 

6 – Quanto mais peso eu pegar, mais músculos vou ganhar 

Lógico que a carga usada nos exercícios importa, mas não é só isso que garante o sucesso dos exercícios. Muitas outras varáveis influenciam no resultado, como o tipo de treino, a intensidade e o condicionamento prévio do praticante. Além disso, diversos estudos mostram que, para ganho de hipertrofia e força, mais importante do que usar muito peso é fazer os exercícios de forma intensa, até a falha muscular –quando você não consegue executar mais nenhum movimento, o que pode ser alcançado tanto com uma carga elevada quanto com muitas repetições. 

Exagerar no peso aumenta o risco de lesão, tanto pela grande sobrecarga imposta aos músculos quanto por prejudicar a execução correta dos movimentos. Mais uma vez, a dica é respeitar seus limites e sempre malhar com supervisão de um profissional de educação física.