Ardor, vermelhidão e coceira são alguns dos sintomas da síndrome do olho seco.
Essa condição possui uma etiologia multifatorial, e é caracterizada basicamente pela redução na quantidade de lágrimas nos olhos, o que ocasiona o ressecamento dos mesmos.
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O que é a síndrome do olho seco?

A síndrome do olho seco é uma condição clínica que surge devido à causas multifatoriais, mas sua principal característica é o ressecamento dos olhos e sintomas associados.
Vale ressaltar que ela pode tanto acometer os dois olhos ao mesmo tempo, como apenas um, embora haja maior prevalência da síndrome afetando o paciente de maneira bilateral.
Os seus sintomas característicos ocorrem porque há uma redução na quantidade ou na qualidade da lágrima produzida. Logo, a lubrificação da superfície do olho, da córnea e da conjuntiva é prejudicada, ocasionando a secura típica da síndrome.
Dentre os motivos que interferem na lágrima e na sua presença no olho, citamos a redução na sua produção, o aumento da evaporação e as alterações na sua composição.
É importante lembrar que a lágrima, a nível estrutural, está organizada em três camadas: uma de gordura, uma aquosa e a outra de mucina. Na sua constituição bioquímica há sais mineiras, lipídeos, proteínas, vitaminas e água.
Portanto, além da função de lubrificação, o líquido produzido pelos glândulas lacrimais também nutre e protege os olhos de fatores externos como poeira, poluição, cílios, etc.
Destacamos ainda, que a síndrome do olho seco é bastante frequente na população e, principalmente, nas mulheres a partir da menopausa.
É primordial, entretanto, ressaltar que quando não há o devido tratamento ela pode provocar lesões mais graves nos olhos e comprometer a visão.
Por isso, deve-se conhecer as causas dessa doença e buscar suporte médico quando sintomas associados forem percebidos.
Causas comuns
Como dizemos anteriormente, a redução da quantidade lacrimal é um dos principais fatores que desencadeia a síndrome do olho seco. E essa diminuição pode ocorrer devido a uma menor produção de lágrima ou maior evaporação da mesma.
Mas, para que ao menos uma das duas situações acima aconteça, citamos a seguir diversas causas associadas:
- exposição constante a computador e outros aparelhos eletrônicos;
- contato com poluição, poeira e objetos estranhos ao olho;
- clima quente e seco;
- uso constante de ar condicionado e/ou ventilador;
- certos medicamentos como corticosteroides, antidepressivos e antialérgicos;
- uso de lentes de contato gelatinosas;
- inflamações, infecções e/ou lesões nos olhos;
- alterações hormonais como as da menopausa ou pelo uso de anticoncepcionais;
- algumas doenças autoimunes;
- certos tumores.
Dentre as condições autoimunes frequentemente relacionadas aos casos de síndrome do olho seco, destaca-se a síndrome de Sjögren, lúpus erimatoso sistêmico e artrite reumatoide.
Salientamos novamente que as causas citadas acima podem ou comprometer a produção de lágrimas pela glândula, ou propiciar maior evaporação do líquido já produzido.
Neste último caso, o principal exemplo é o uso excessivo de telas luminosas – como do computador ou do celular –, pois tal prática diminui o número de piscadas adequado para a boa lubrificação do olho.
Finalmente, reforçamos que existe uma maior prevalência da síndrome do olho seco nas mulheres.
Dois dos motivos são as alterações hormonais típicas do período pós-menopausa e o uso de anticoncepcionais ao longo da fase fértil. Ambos interferem na produção das glândulas lacrimais.
Diagnóstico

O exame clínico costuma ser o método principal para o diagnóstico da síndrome do olho seco.
Na consulta o médico coleta informações a partir do histórico do paciente, seus hábitos e seus sintomas.
Além disso, pode fazer a observação dos olhos por meio de exames como a lâmpada de fenda, no qual é possível verificar as estruturas oculares em mais detalhes.
Outro teste comumente utilizado é o teste de Schirmer, que possibilita identificar se a quantidade de lágrima que está sendo produzida pela glândula lacrimal no paciente é suficiente ou não.
Ainda, caso haja suspeita de alguma patologia associada, como doenças autoimunes ou tumores, por exemplo, o médico pede também exames complementares, na maioria das vezes de sangue.
Sintomas

A síndrome do olho seco tem como sintoma principal a secura dos olhos, mas junto a isso existem vários outros sinais que elencamos a seguir:
- ardor;
- coceira;
- vermelhidão;
- sensação de areia;
- sensação de presença de objeto estranho;
- maior sensibilidade à luz e à claridade;
- aumento do lacrimejamento;
- embaçamento da visão;
- tensão ocular.
Vale ressaltar que esses sintomas variam de leves a intensos e isso depende do estágio da inflamação decorrente do ressecamento dos olhos.
É também comum que o paciente apresente sinais mais agudos da condição à medida que o dia transcorre, devido principalmente ao uso excessivo dos olhos e ao contato com agentes externos ao longo de sua rotina.
Tratamento

O objetivo principal do tratamento da síndrome do olho seco, que é uma condição crônica, é aliviar os sintomas, possibilitando ao paciente uma melhor execução de suas atividades diárias.
Porém, é essencial identificar desde o princípio a causa para o ressecamento dos olhos.
Assim, consegue-se tratá-la, quando é uma outra doença associada, ou reduzi-la, quando ela decorre do contato com agentes externos poluentes, por exemplo.
Em relação ao tratamento específico da síndrome, destacamos que o uso de lubrificantes oculares e de fármacos anti-inflamatórios – na forma de colírios – costumam ser as abordagens mais recorrentes na clínica médica.
Em algumas situações, é possível a prescrição de antibióticos, quando há uma infecção associada promovendo a irritação e os desconfortos oculares.
Além disso, realizar uma higienização adequada e constante dos olhos é indicado, assim como lembrar de piscar várias vezes durante a prática de atividades que, em geral, reduziriam a quantidade de piscadas. Dentre essas, citamos assistir televisão e ler.
Para concluir, salientamos que, embora a síndrome do olho seco não tenha cura, é possível controlá-la ou até mesmo evitá-la, seguindo medidas preventivas como:
- realizar a higienização ocular diariamente com produtos próprios;
- adaptar à iluminação do ambiente de trabalho e de casa;
- evitar o uso excessivo de telas luminosas;
- alternar o uso de lente de contato com o uso de óculos;
- fazer a hidratação constante dos olhos.
Se, mesmo diante dessas atitudes, o ressecamento dos olhos surgir, é essencial buscar o suporte médico, visando realizar um diagnóstico adequado das causas da patologia e tratá-la da melhor maneira possível.