A Síndrome da Apneia Obstrutiva do Sono (SAOS) raramente ocorre isolada; ela está frequentemente associada a diversas outras condições de saúde.
Em muitos casos, já existe uma relação causal bem estabelecida ou uma forte associação clínica entre a apneia e outras doenças.
À medida que a medicina avança no entendimento dos distúrbios respiratórios do sono, cresce também a lista de consequências e condições ligadas a esse problema.
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Introdução: Dor Crônica e Sono
A dor crônica é uma das razões mais frequentes para consultas médicas na atualidade.
O tratamento da dor crônica muitas vezes envolve o uso de medicamentos opióides (analgésicos potentes), cuja prescrição aumentou drasticamente nas últimas décadas. Esse crescimento no uso de medicações como oxicodona, morfina e fentanil trouxe à tona a necessidade de discutir seus efeitos colaterais, especialmente sobre o sono.
Existe uma relação de via dupla entre dor e sono. A dor causa microdespertares que fragmentam o descanso, impedindo o sono profundo e reparador. Reciprocamente, uma má qualidade de sono diminui o limiar de dor do corpo, ou seja, quem dorme mal sente mais dor e se recupera mais lentamente de lesões.
Estímulos dolorosos interrompem a continuidade do sono, alterando sua arquitetura natural e impedindo o descanso real.
Pacientes com dor crônica frequentemente apresentam um sono superficial (diminuição das ondas lentas no exame de sono). Estima-se que mais de 50% desses pacientes sofram com distúrbios do sono.
Estudos indicam que entre 70% e 88% dos pacientes com dor crônica relatam dificuldades para dormir.
A má qualidade do sono está diretamente ligada à severidade da dor. Pacientes com dor crônica que também sofrem de insônia relatam pior qualidade de vida e utilizam mais os serviços de saúde do que aqueles que dormem bem.
Na fibromialgia, por exemplo, o sono não reparador e a fadiga são sintomas tão ou mais proeminentes que a própria dor. Uma noite mal dormida prevê um dia seguinte com mais dor, criando um ciclo vicioso. A prevalência de insônia, síndrome das pernas inquietas e apneia do sono (46-80%) é significativamente maior em pacientes com fibromialgia do que na população geral.
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Efeitos dos opióides na respiração
Os medicamentos opióides possuem efeitos importantes na fisiologia respiratória, que se tornam mais pronunciados durante o sono. Eles tendem a diminuir a frequência respiratória (respiração mais lenta) e o volume de ar inspirado. Além disso, podem aumentar a resistência das vias aéreas, facilitando o colapso da garganta (obstrução).
Isso pode levar a uma ventilação ineficaz e obstrução das vias aéreas superiores em indivíduos mais suscetíveis.
Esses agentes também podem produzir irregularidades nos padrões respiratórios. É comum observar pausas respiratórias, suspiros profundos seguidos de paradas, ou uma respiração “atáxica” (conhecida como respiração de Biot), caracterizada por um ritmo totalmente irregular. Isso é frequentemente visto em pacientes que fazem uso de opióides a longo prazo.
Uso de opióides e Apneia do Sono: O que diz a ciência
A relação entre o uso de opióides e o desenvolvimento de distúrbios respiratórios do sono é bem documentada. Estudos mostram um aumento nos problemas respiratórios noturnos tanto no uso agudo quanto crônico dessas medicações, independentemente da dose ou dos fatores de risco tradicionais (como obesidade).
É importante distinguir dois tipos principais de problemas:
- Apneia Central do Sono (ACS): O cérebro “esquece” de enviar o sinal para respirar. É um efeito clássico dos opióides, que deprimem o centro respiratório.
- Apneia Obstrutiva do Sono (AOS): A garganta fecha fisicamente devido ao relaxamento muscular excessivo.
Antigamente, acreditava-se que os opióides causavam principalmente apneia central. Porém, estudos mais recentes indicam que a Apneia Obstrutiva também é extremamente comum nesses pacientes. Isso pode refletir o uso de doses mais elevadas atualmente ou a melhoria na capacidade dos exames (polissonografia) em detectar essas alterações.
Independentemente do tipo predominante, é crucial diferenciar os dois, pois o tratamento muda. Em pacientes usando narcóticos orais agudos, a apneia obstrutiva foi observada em 35,2% dos casos. Já em usuários crônicos, a prevalência de diagnósticos de apneia sobe para faixas entre 35% e 57%.
Um estudo relevante de Farney et al avaliou pacientes jovens e não obesos que usavam opióides a longo prazo — um grupo que normalmente não teria alto risco para apneia. O resultado foi surpreendente:
A Síndrome da Apneia Obstrutiva do Sono leve estava presente em 63% desses pacientes jovens.
Além disso, 16% tinham apneia moderada e 17% apresentavam quadro grave. Um dado alarmante foi a hipóxia (baixa oxigenação): quase 40% do grupo passava mais de 10% da noite com saturação de oxigênio abaixo de 90%, um nível de desoxigenação maior do que o esperado apenas pela quantidade de apneias.
Opções de Tratamento
| Tratamento | Indicado para | Como funciona |
|---|---|---|
| CPAP | Apneia Moderada a Grave | Gera um fluxo de ar que mantém a garganta aberta pneumaticamente. |
| Aparelho Intraoral (AIO) | Apneia Leve a Moderada | Avança a mandíbula para frente, liberando espaço na garganta. |
| Fonoaudiologia | Ronco e Apneia Leve | Exercícios para tonificar os músculos da faringe e língua. |
| Cirurgia | Casos anatômicos específicos | Correção de desvio de septo, amígdalas grandes ou avanço maxilar. |
Tratamento da apneia induzida por opióides
O tratamento inicial é semelhante ao de qualquer paciente com apneia: uso de pressão positiva nas vias aéreas (CPAP).
A redução ou suspensão do opióide (sob orientação médica) frequentemente resulta na melhora ou cura do distúrbio respiratório.
Aparelhos intraorais e cirurgias podem ajudar em casos específicos. No entanto, a apneia induzida por opióides é mais “resistente”. Devido à presença frequente de eventos centrais (onde o cérebro não comanda a respiração), o CPAP convencional — que fornece uma pressão de ar fixa e contínua — pode não ser suficiente.
Se o CPAP não resolver as apneias centrais, podem ser necessárias tecnologias mais avançadas:
- BiPAP (Bilevel): Oferece dois níveis de pressão, uma para inspirar e outra menor para expirar, facilitando a respiração.
- ASV (Servo-Ventilação Adaptativa): Um aparelho inteligente que aprende o padrão respiratório do paciente e entra em ação automaticamente quando detecta que ele parou de respirar (apneia central).
Estudos mostram que o ASV é superior ao CPAP para normalizar o sono em pacientes que usam opióides a longo prazo, pois consegue tratar tanto as obstruções físicas quanto as falhas centrais de respiração.
Exercício Anti-Ronco
Fortalecer a língua evita que ela caia para trás durante o sono.
Conclusão
A dor crônica e o sono de má qualidade andam de mãos dadas. A dor fragmenta o sono, e dormir mal torna o corpo mais sensível à dor.
Com o aumento do uso de opióides para controle da dor, vemos também um crescimento nos casos de apneia do sono induzida por medicamentos. É fundamental que médicos e pacientes estejam atentos: se você trata dor crônica e sente cansaço excessivo ou ronca, é essencial investigar o sono.
O reconhecimento rápido e o tratamento correto (seja com ajuste da medicação ou uso de aparelhos como CPAP/ASV) melhoram drasticamente a qualidade de vida, ajudam no controle da própria dor e reduzem riscos à saúde.
É só Ronco ou é Apneia?
O ronco é o som da vibração. A apneia é o bloqueio do ar.
Seu ronco é constante (rítmico) ou tem pausas silenciosas seguidas de engasgos?

AL. JAÚ 687 – JARDIM PAULISTA – SÃO PAULO – SP
Clínica de Dor, Fisiatria e Acupuntura Médica
Clínica médica especializada localizada na região dos Jardins, próximo à Av. Paulista, em São Paulo — SP.
Centro de Dor, com médicos especialistas pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo.
Tratamento por Ondas de Choque, Infiltrações, Bloqueios anestésicos e Acupuntura Médica
Dor tem Tratamento – Centro de Dor e Acupuntura Médica em São Paulo – SP
Médicos Especialistas em Dor e Acupuntura do HC-FMUSP
Os especialistas em medicina da dor são médicos especialmente treinados e qualificados para oferecer avaliação integrada e especializada e gerenciamento da dor usando seu conhecimento único e conjunto de habilidades no contexto de uma equipe multidisciplinar.
O tratamento da dor visa reduzir a dor, abordando o impacto emocional da dor, ajudando os pacientes a se moverem melhor e aumentando o bem-estar por meio de uma variedade de tratamentos, incluindo medicamentos, fisioterapia, acupuntura, ondas de choque e procedimentos minimamente intervencionistas.
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Acupuntura Médica, Ondas de Choque, Fisioterapia, Infiltrações, Bloqueios Anestésicos, Toxina Botulínica. -
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Não atendemos diretamente por convênio. Nosso foco é um atendimento especializado no paciente. Assim, separamos pelo menos 60-90 minutos para consulta, exame e avaliação do paciente.
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Clínica Dr. Hong Jin Pai – Centro de Dor, Acupuntura Médica, Fisiatria e Reabilitação.
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Atendimento de segunda a sábado.





