A gravidez é uma fase de intensas transformações físicas. O corpo da mulher passa por um remodelamento biomecânico e hormonal para se adaptar ao crescimento do bebê e ao parto, o que pode gerar efeitos indesejados, como dores musculoesqueléticas.
Durante a geastação, é comum o surgimento de desconfortos, especialmente à medida que os meses avançam. A sobrecarga na coluna, pernas e bacia aumenta significativamente.
A dor no quadril, conhecida tecnicamente como dor pélvica gestacional (ou disfunção da sínfise púbica/sacroilíaca), tende a se intensificar no terceiro trimestre. Isso ocorre devido à combinação do ganho de peso e da ação de hormônios que preparam a bacia para o nascimento.
É importante diferenciar a dor no quadril da dor no cóccix (coccidínia). O cóccix é a porção final da coluna vertebral e, devido à frouxidão ligamentar, pode sofrer uma leve movimentação em relação ao sacro, gerando dor pontual ao sentar e levantar. Já a dor no quadril costuma ser mais difusa e lateral.
Neste artigo, explicaremos as causas fisiológicas dessa dor e as opções de tratamento seguro para a mãe e o bebê.
Causas da dor no quadril durante a gravidez
A dor no quadril não possui uma causa única, mas sim multifatorial. O corpo da mulher passa por adaptações extremas em um curto período. Os principais fatores incluem:
1. Sobrecarga Mecânica (Peso)
O ganho de peso natural da gestação exerce uma pressão direta sobre as articulações de carga (quadril e joelhos). Quanto maior o ganho de peso, maior o estresse mecânico sobre a articulação coxofemoral e a coluna lombar.
2. Alteração do Centro de Gravidade
Com o crescimento uterino, o centro de gravidade da mulher se desloca para frente. Para compensar e não cair, a gestante projeta o tronco para trás e aumenta a curvatura da lombar (hiperlordose). Essa mudança postural altera o encaixe do fêmur no quadril e sobrecarrega a musculatura estabilizadora.
3. Edema e Retenção de Líquidos
A retenção de líquidos é comum e pode comprimir estruturas nervosas, como o túnel do carpo (nos punhos) e o nervo cutâneo femoral lateral (no quadril), causando dores e dormências.
Fonte: Wu (2004) – European Spine Journal
4. Ação da Relaxina (Fator Hormonal)
Durante a gestação, o corpo aumenta a produção de hormônios como estrogênio, progesterona e, principalmente, a Relaxina. A função da Relaxina é “afrouxar” os ligamentos da bacia para permitir que os ossos se abram ligeiramente na hora do parto.
O efeito colateral desse processo necessário é a instabilidade articular. Com os ligamentos mais frouxos, o quadril fica menos estável ao caminhar, gerando dor e inflamação.
Relaxina aumenta a frouxidão dos ligamentos.
Útero cresce e muda o centro de gravidade.
Instabilidade articular e dor ao movimento.
No final da gestação, a preparação para o parto se intensifica. O encaixe da cabeça do bebê na pelve pode pressionar diretamente nervos e estruturas ósseas, exacerbando a dor pélvica e no quadril.
5. Frouxidão Ligamentar
Como mencionado, os ligamentos funcionam como elásticos que seguram os ossos. Na gravidez, eles ficam mais “moles”. Se a musculatura da gestante não estiver forte o suficiente para compensar essa frouxidão, a articulação “dança” mais do que deveria, causando atrito e dor.
6. Expansão Uterina
O útero sai da pélvis e ocupa a cavidade abdominal. A partir do quarto mês, o crescimento acelerado exige que a pele, músculos abdominais e ligamentos se estiquem. Essa tensão contínua reflete na região lombar e nos quadris, que servem de base de sustentação.
Gestações gemelares ou bebês maiores (macrossomia) tendem a gerar sintomas mais precoces e intensos devido ao volume abdominal maior.
7. Compressão do Nervo Ciático e Osteoporose Transitória
Outras condições menos comuns, mas importantes, incluem:
- Dor Ciática: Muitas vezes confundida com a dor pélvica, a compressão do nervo ciático causa dor que irradia do glúteo para a perna. Na gravidez, isso geralmente ocorre por compressão muscular (síndrome do piriforme) ou pela posição do bebê.
- Osteoporose Transitória do Quadril: É uma condição rara e temporária de perda de massa óssea na cabeça do fêmur. Diferente da dor comum, ela causa dor súbita e intensa ao colocar carga (pisar), exigindo repouso absoluto e acompanhamento médico rigoroso para evitar fraturas.
Fatores de risco
Embora a dor no quadril seja comum, alguns fatores podem aumentar a predisposição ou a intensidade dos sintomas:
Histórico de dor lombar/pélvica antes da gravidez
Ganho de peso excessivo
Sedentarismo (musculatura fraca)
Hipermobilidade articular prévia
Trabalho físico extenuante
Gestação múltipla (gêmeos)
Idade materna avançada (>35 anos)
Lesões pélvicas anteriores
Má postura habitual
Características dos sintomas
A dor no quadril pode variar de um leve desconforto a uma condição incapacitante que dificulta a marcha (andar) e o sono.
Geralmente, o incômodo se localiza na região lateral do quadril, virilha ou na região sacral (glúteos). É comum que a dor seja assimétrica (mais forte de um lado), dependendo da posição do bebê.
Sintomas associados podem incluir sensação de “clique” ou estalo no quadril ao andar, irradiação para a coxa e dificuldade para abrir as pernas (como ao sair do carro). Se houver sintomas como febre, sangramento, perda de líquido ou dor ao urinar, procure atendimento médico de urgência imediatamente, pois não estão relacionados à dor ortopédica comum.
É importante diferenciar o desconforto comum de sinais de alerta.
| Sintomas Comuns (Ortopédicos) | Sinais de Alerta (Urgência) |
|---|---|
| Dor ao caminhar ou mudar de posição | Dor súbita e incapacitante |
| Melhora com repouso | Febre ou calafrios |
| Estalos no quadril | Sangramento ou perda de líquido |
| Dor lombar associada | Ardor ao urinar ou contrações rítmicas |
Tratamentos e Alívio da Dor
O tratamento da dor no quadril na gestação é multidisciplinar e foca na segurança da mãe e do bebê. A automedicação deve ser evitada. O primeiro passo é consultar seu obstetra ou um médico fisiatra especialista em dor.
As opções de tratamento não cirúrgico incluem:
1. Medicamentos (Sob Prescrição)
Nunca se automedique. O médico pode prescrever analgésicos seguros (como paracetamol) em doses controladas. Anti-inflamatórios comuns são geralmente contraindicados, especialmente no terceiro trimestre.
2. Higiene do Sono e Postura
Dormir de lado (preferencialmente sobre o lado esquerdo para melhorar o fluxo sanguíneo para o bebê) com um travesseiro entre os joelhos ajuda a alinhar o quadril e reduzir a tensão na lombar.
3. Fisioterapia Pélvica e Motora
A fisioterapia especializada é fundamental. Ela trabalha o fortalecimento dos músculos estabilizadores da coluna e do assoalho pélvico, compensando a frouxidão dos ligamentos. Exercícios de baixo impacto, como hidroginástica e pilates clínico (adaptado para gestantes), também são excelentes.
4. Terapias Manuais e Osteopatia
Técnicas manuais suaves podem ajudar a realinhar a estrutura pélvica e aliviar a tensão muscular, sempre respeitando os limites da gestação.
5. Massagem Terapêutica
A massagem ou drenagem linfática ajuda a reduzir o edema (inchaço), que muitas vezes comprime nervos periféricos, além de promover relaxamento e bem-estar.
Use um travesseiro firme entre os joelhos ao dormir de lado. Isso mantém o alinhamento da coluna e do quadril, evitando a sobrecarga noturna.
6. Acupuntura Médica
A acupuntura é uma excelente aliada durante a gravidez. Por ser uma terapia não farmacológica, evita a exposição do bebê a medicamentos. Ela atua na liberação de endorfinas (analgésicos naturais do corpo) e no relaxamento da musculatura tensa, sendo eficaz para dor lombar, pélvica e no quadril.
7. Pausas e Movimento
Evite ficar na mesma posição por longos períodos. Se trabalha sentada, levante-se a cada hora. Evite carregar pesos excessivos e peça ajuda para tarefas domésticas pesadas.
Conclusão
Sentir dor no quadril na gravidez é uma queixa frequente, mas não deve ser normalizada se impedir suas atividades diárias. O acompanhamento multidisciplinar (Obstetra + Fisiatra + Fisioterapeuta) garante que você atravesse essa fase com mais conforto e segurança.
Se as dores persistirem, busque avaliação especializada para um plano de tratamento personalizado.
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6 Comentários
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Estou com 13 semanas de gestação,e sinto MT dor na lombar puxando pra pélvis desde que estava com 8 semanas,tem dias que não consigo nem caminhar direito,andar pra me está sendo um trabalho,pois as dores não deixa, fico preocupada,será que pode ser algo mais sério ?
Olá bom dia!
Estou gestante de 27 semanas é sinto muita dores na lombar, no quadriio a dor é tão forte que .inha perna esquerda fica adormecida estou preoculpada e forte de más essa dor é sem limites
A dor que sinto é desde o começo da gestação. Se fico muito sentada, deitada e de pé…
Estou de 32 semanas e estou entrando em pânico cada vez q anoitece pois sei q não irei conseguir dormir de tanta dor q sinto no quadril a um mês já…
Eu estou com 4 mes e meio e não tô aguentando as dores no quadril