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Sequelas de Acidente Vascular Cerebral

Você sabia que o acidente vascular cerebral é a segunda principal causa de morte no Brasil, ficando atrás apenas do infarto? 

Segundo dados do Ministério da Saúde, a cada 5 minutos a vida de um brasileiro é tirada em decorrência do AVC, totalizando mais de 100 mil mortes por ano.

E, analisando esses dados, nada mais adequado do que saber um pouco mais sobre o que é o acidente vascular cerebral, quais são as causas, os sintomas e o tratamento.

Além disso, é sempre bom ficar atento aos sinais de uma possível ocorrência da doença e também saber como se prevenir, evitando, assim, as sequelas de acidente vascular cerebral. 

Este artigo vai te ensinar todas essas coisas, acompanhe.

Acidente Vascular Cerebral: o que é?

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O acidente vascular cerebral (AVC), ou derrame, como ele é popularmente conhecido, acontece como consequência da falta de sangue em uma área do cérebro. Geralmente essa interrupção do fluxo sanguíneo se dá pela obstrução de uma das artérias cerebrais. 

Então, de forma geral, o AVC nada mais é do que a morte de células cerebrais decorrente da falta de circulação do sangue na área do cérebro afetada. 

E, talvez você não saiba, mas existem diferentes tipos de AVC que ocorrem de maneiras distintas e apresentam diferentes sintomas e consequências. 

Um deles é mais raro e tem maior índice de óbito, enquanto o outro afeta uma quantidade muito maior de pessoas e pode deixar sequelas irreparáveis no corpo. Saiba mais!

Os tipos de AVC

  • AVC Isquêmico: nesse caso, mais frequente, o AVC pode ocorrer quando há um entupimento de um vaso sanguíneo, que normalmente ocorre devido à aglomeração de placas de gordura em suas paredes. Também pode ocorrer quando um coágulo viaja para um dos vasos sanguíneos cerebrais, limitando a circulação do sangue e matando as células. Para se ter uma ideia da ocorrência desse tipo de AVC, 85% dos casos registrados de acidente vascular cerebral são isquêmicos.
  • AVC Hemorrágico: O AVC hemorrágico é o tipo mais raro, e ocorre quando há o rompimento de um vaso sanguíneo ou de uma artéria cerebral, o que causa o vazamento de sangue e impede que o sangue circule normalmente, ou seja, da forma necessária para manter o cérebro funcionando adequadamente.

Causas e fatores de risco

Dentre as causas e fatores de risco de um acidente vascular cerebral, existem aqueles que podem ser controlados e modificados e aqueles que não podem. 

Entre os fatores de risco modificáveis se encontram:

  • Diabetes 
  • Uso de drogas
  • Hipertensão arterial
  • Síndrome da apneia do sono
  • Consumo excessivo de álcool 
  • Obesidade
  • Arritmia cardíaca
  • Colesterol alto
  • Sedentarismo
  • Tabagismo
  • Estresse
  • Entre outros.

Já entre os fatores não modificáveis, os principais são a idade, ou seja, é mais comum em pessoas com idades mais avançadas, histórico familiar e o sexo, ocorrendo mais em homens do que em mulheres.

Apesar desses fatores surgirem mais comumente em pessoas mais velhas, os jovens e adultos mais novos não estão completamente poupados da doença. 

Em casos onde o AVC afeta jovens e crianças, as pesquisas sobre as possíveis causas da doença devem ser bem mais detalhadas.

É importante ficar atento a esses sinais de alerta e sintomas para saber antecipadamente se um AVC está ocorrendo com alguém.

Quais são os sintomas?

O acidente vascular cerebral causa os mesmos sintomas em todas as pessoas, independente do sexo ou qualquer outra característica. 

É importante ficar atento a esses sinais de alerta e sintomas para saber antecipadamente se um AVC está ocorrendo com alguém.

A identificação antecipada é essencial para diagnóstico e tratamento adequado e bem sucedido. Então procure estes sinais:

  • Perda de visão em um ou nos dois olhos
  • Alterações motoras repentinas
  • Distúrbios sensitivos
  • Dificuldade para falar
  • Fraqueza em um dos lados do corpo 
  • Distúrbios de linguagem
  • Paralisia de um lado do corpo
  • Alteração no nível de consciência 
  • Perda de sensibilidade de um lado do corpo

O que fazer em casos de suspeita de um AVC?

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Caso esteja suspeitando que alguém está tendo um AVC, você pode usar alguns métodos que ajudam a desmascarar a doença.

Esse método é chamado de SAMU e consiste em pedir para a pessoa realizar algumas atividades as quais são dificultadas na ocorrência de um AVC.

Essas atividades estão diretamente ligados à sigla citada, que significa:

  1. S: a letra S significa “sorriso”. Não é difícil de entender. Você só vai precisar pedir para a pessoa sorrir, e rapidamente irá notar que, se for um caso de AVC, apenas um lado da boca poderá abrir ou se movimentar, deixando um sorriso torto e um problema facilmente identificável.
  2. A: significa “abraço”. Nesse passo você pode pedir para a pessoa lhe dar um abraço e assim observar se ela tem dificuldade em mover ou levantar um dos braços. Em um AVC, geralmente o afetado possui fraqueza em um lado do corpo, não sendo possível levantar o braço. Mas você pode também simplesmente pedir para ela levantar o membro.
  3. M: a letra M se refere à “música”. É onde você pode pedir para a pessoa cantar uma música ou pronunciar uma frase e, dessa forma, pode notar se ela possui dificuldade em falar e se expressar. Se tiver, pode ser um AVC.
  4. U: e a última letra se refere à “urgência”, e quer dizer que você deve procurar ajuda o mais rápido possível, caso tenha resultado positivo em todos esses testes.

As 7 mais comuns sequelas de Acidente Vascular Cerebral 

  • Perda de visão e alterações visuais

Em alguns casos pode haver a perda total da visão da pessoa afetada, porém, é mais comum que o doente fique com a visão embaçada, visão dupla e até uma diminuição do campo visual.

Isso pode afetar diretamente o reconhecimento de parentes e amigos, objetos e até mesmo prejudicar a locomoção da pessoa pelo ambiente.

  • Incontinência urinária e fecal

Nesse caso, pode haver a falta de sensibilidade para identificar quando quer ir ao banheiro, e isso torna a incontinência urinária e fecal uma sequela bem frequente entre os casos de AVC.

Nessas situações o mais recomendável e confortável é fazer o uso de fraldas, para assim não ser necessário se locomover até o banheiro.

  • Dificuldade em realizar movimentos com o corpo

A pessoa pode apresentar dificuldade de realizar movimentos simples como se deitar, sentar e andar.

Isso acontece devido à falta de força e a perda de funcionalidade dos músculos.

A condição pode causar uma situação conhecida como hemiplegia, que consiste em manter paralisados os membros inferiores e superiores de um dos lados do corpo.

  • Sentimentos confusos e perda de memória

Uma sequela bem frequente nos casos de AVC, ficar confuso após um acidente vascular cerebral acontece na maioria dos casos.

O doente pode ter dificuldade em reconhecer pessoas, ordens simples e objetos comuns, pode não saber para que servem as coisas ou como são utilizadas.

E, dependendo da região do cérebro afetada pelo AVC, pode haver até mesmo perda de memória.

  • Alterações na fala

Isso pode ocorrer de várias formas diferentes:

  1. O tom da voz pode ficar mais baixo
  2. A pessoa pode ter dificuldade em completar as palavras ou falar da forma correta
  3. O paciente pode perder totalmente a capacidade de falar.

Uma solução para quem apresenta esse tipo de problema é usar a escrita para conseguir se comunicar com familiares e amigos, ou até mesmo desenvolver uma linguagem de sinais para isso.

  • Sintomas depressivos e sentimentos de revolta

Pessoas que já sofreram com AVC possuem maior probabilidade de desenvolver depressão e de apresentar dificuldades em controlar seus sentimentos.

Isso acontece pelas alterações hormonais consequentes dos danos gerados no cérebro, e algumas vezes pelas dificuldades de se viver limitadamente por conta das sequelas causadas pelo AVC.

  • Alterações repentinas no rosto

Um AVC pode causar assimetria no rosto de uma pessoa, deixando alguns membros tortos, como a boca e um dos olhos.

A doença ainda pode causar a chamada disfagia, em que o afetado possui dificuldades de engolir alimentos, sejam eles sólidos ou líquidos, aumentando os riscos da pessoa engasgar.

É necessário que o paciente procure a emergência assim que estiver suspeitando de um possível derrame.

Como se dá o diagnóstico

O diagnóstico da doença deve ser feito o mais rápido possível para possibilitar o tratamento precoce da mesma, antes que ela possa causar maiores sequelas ou mesmo levar à morte.

Para isso é necessário que o paciente procure a emergência assim que estiver suspeitando de um possível derrame. 

A tomografia é o exame mais usado devido a sua rapidez, disponibilidade e pelo fato de não haver contraindicações. Porém. devem também ser realizados outros exames complementares. 

Saiba mais sobre eles!

Quais exames são necessários para fazer o diagnósticos?

  • A ultrassonografia é necessária para analisar se há alguma obstrução ou placa aterosclerótica nas artérias que passam pelo pescoço e levam sangue ao cérebro.
  • Devem ser feitos exames físicos onde é possível analisar temperatura, nível de pressão arterial, glicemia e, principalmente, os déficits neurológicos apresentados pelo paciente.
  • Para observar a situação das cavidades cardíacas e ver se elas apresentam alterações ou continuam normais, é usado no exame chamado de ecocardiograma.
  • Um dos principais exames pedidos são de glicemia e os de coagulação, que são feitos através do exame de sangue.
  • A tomografia do crânio é um dos principais e também o mais importante para descobrir qual tipo de AVC está sendo enfrentado, se é isquêmico ou hemorrágico. A detecção do tipo de AVC é essencial nas primeiras horas, pois irá determinar a abordagem médica.

Existem também outros exames mais específicos e especiais, que dão maiores detalhes sobre o AVC, mas que não estão disponíveis em todos os lugares, como acontece com a ressonância nuclear magnética.

Tratamento do acidente vascular cerebral

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A primeira coisa a saber é que você deve correr para o hospital assim que notar a presença de sintomas para evitar as sequelas de acidente vascular cerebral.

Quanto mais rápido a doença for detectada melhor será para um tratamento bem sucedido ser realizado.

Tratamento para AVC Isquêmico

Nos casos de AVC isquêmico, é necessário resolver o problema no fluxo sanguíneo, devolvendo ao cérebro a boa circulação do sangue, assim podendo salvar a maior quantidade de tecido cerebral.

Em casos de entupimento de um vaso sanguíneo por um coágulo, pode ser indicado fazer uma trombectomia, em que o médico consegue aspirar esse coágulo que impede o sangue de passar e liberar a sua circulação.

Também pode ser indicada aplicação de medicamentos que dissolvem os coágulos e entupimentos das veias.

Tratamento para AVC Hemorrágico

Já nos casos de acidente vascular cerebral hemorrágico pode ser necessário fazer uma cirurgia descompressiva, em que se é retirada uma parte do crânio onde o cérebro foi afetada para que o mesmo possa se expandir.

Assim também é possível fazer a retirada do sangue que surgiu pela hemorragia, e evitar que o paciente continue a sofrer danos e lesões.

A recuperação e reabilitação depois de um AVC

A recuperação e reabilitação de uma pessoa que sofreu um AVC vai depender muito das particularidades do caso.

Em alguns casos, por exemplo, existem técnicas terapêuticas que podem ajudar a recuperar funções que foram perdidas no momento em que ocorreu o acidente vascular cerebral.

E para um bom resultado dessa reabilitação o melhor a se fazer é contar com ajuda de profissionais de áreas variadas.

Dentre esses profissionais, os mais adequados para acompanhar o paciente na reabilitação das sequelas do acidente vascular cerebral, são:

  • Fisioterapia
  • Terapeutas ocupacionais
  • Fonoaudiólogos.

Como se prevenir de um AVC

Como já foi dito neste artigo, algumas causas e fatores de risco de um acidente vascular cerebral não podem ser modificados.

Porém, em uma grande quantidade dos casos é possível controlar aqueles fatores que podem levar à ocorrência de um AVC.

Para isso, é muito importante analisar o estado do seu corpo e a sua saúde, mantendo sempre um corpo saudável. Muitas vezes é necessário fazer uma mudança radical no estilo de vida.  

Para prevenir ir um possível acidente vascular cerebral, você deve:

  • Controlar a pressão arterial: esse é um fator muito importante. Para controlar a pressão arterial basta fazer uma dieta, porém, o mais adequado é também adotar a prática de exercícios físicos.
  • Controlar o seu peso: é sempre bom manter o corpo saudável, mantendo o peso ideal para sua idade, altura e forma física. Por isso é indicado evitar o acúmulo de gordura e o excesso de peso.
  • Não usar drogas ilícitas: as drogas ilícitas, assim como o uso excessivo do álcool, podem te levar a ter um AVC, principalmente por levar a alterações significativas no fluxo sanguíneo.
  • Controlar o colesterol: é importante repetir que é de extrema importância reduzir a quantidade de alimentos ricos em gorduras ruins, ou seja, aquelas que ficam acumuladas nos vasos sanguíneos.
  • Não fumar: vários estudos e pesquisas indicam que o tabagismo é um grande fator que aumenta consideravelmente as chances de se ter um acidente vascular cerebral.

Se cuidar é o melhor caminho, a prevenção é a solução para prevenir as sequelas de acidente vascular cerebral.

Dr. Marcus Yu Bin Pai

CRM-SP: 158074 / RQE: 65523 - 65524 | Médico especialista em Fisiatria e Acupuntura. Área de Atuação em Dor pela AMB. Doutorado em Ciências pela USP. Pesquisador e Colaborador do Grupo de Dor do Departamento de Neurologia do HC-FMUSP. Diretor de Marketing do Colégio Médico de Acupuntura do Estado de São Paulo (CMAeSP). Integrante da Câmara Técnica de Acupuntura do Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (CREMESP). Secretário do Comitê de Acupuntura da Sociedade Brasileira para Estudo da Dor (SBED). Presidente do Comitê de Acupuntura da Sociedade Brasileira de Regeneração Tecidual (SBRET). Professor convidado do Curso de Pós-Graduação em Dor da Universidade de São Paulo (USP). Membro do Conselho Revisor - Medicina Física e Reabilitação da Journal of the Brazilian Medical Association (AMB).  

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