Quando a coluna vertebral (cervical, dorsal ou lombar) é tensionada ou sofre espasmos musculares, os músculos e ligamentos podem ficar travar. A coluna travada é queixa comum em consultórios de dor[1]O’leary S, Falla D, Elliott JM, Jull G. Muscle dysfunction in cervical spine pain: implications for assessment and management. journal of orthopaedic & sports physical therapy. 2009 … Continue reading.
Embora na maioria dos casos seja aliviada em algumas horas ou dias, é essencial realizar um diagnóstico para detectar a sua causa, pois esta pode estar relacionada a outro problema do organismo que exige tratamento adequado[2]Roy SH, De Luca CJ, Casavant DA. Lumbar muscle fatigue and chronic lower back pain. Spine. 1989 Sep 1;14(9):992-1001..
Índice do Artigo
- 0.1 O que pode gerar dor e coluna travada?
- 0.2 Causas comuns
- 0.3 Estresse psicológico
- 0.4 Traumas
- 0.5 Degeneração de cartilagem
- 0.6 Hérnia de disco
- 0.7 Coluna travada pode ser Hérnia de disco
- 1 Sintomas de coluna travada
- 2 Tratamento para coluna travada
- 3 Referências Bibliográficas[+]Referências Bibliográficas[−]
O que pode gerar dor e coluna travada?

O quadro clínico de coluna travada é reconhecido quando o paciente apresenta dor na região, associada a perda da mobilidade na mesma, ou seja, é díficil movimentar-se e deslocar-se[3]Panjabi MM. The stabilizing system of the spine. Part I. Function, dysfunction, adaptation, and enhancement. Journal of spinal disorders. 1992 Dec 1;5:383-..
Ele costuma surgir de maneira abrupta, a partir da realização de um movimento brusco ou que impõe uma sobrecarga excessiva sobre a coluna vertebral, por exemplo. Em geral, a situação pode durar entre algumas horas ou até mesmo dias.
Vale destacar que na maioria das vezes em que ocorre é uma medida preventiva do próprio corpo, que já está acometido por algum problema de ordem mecânica, muscular, articular, degenerativa, entre outros.
A ideia é que uma vez que o paciente não consegue mover sua coluna, e também áreas a ela associadas, haja uma diminuição da possibilidade de agravar a lesão primária, muitas vezes não percebida até o momento da crise.
Essa lesão, no caso, é a causa da coluna travada, e deve ser verificada pelo médico durante a realização de um diagnóstico completo.
Além disso, salientamos, que indivíduos de qualquer faixa etária, gênero e hábitos de vida estão sujeitos a experimentar tal evento incômodo e debilitante, pois suas causas são bastante diversas.
Causas comuns

Dentre as situações clínicas prévias que favorecem o surgimento da coluna travada e exigem cuidados específicos e tratamento multidisciplinar:
Estresse psicológico
O estresse contribui para o aumento da tensão muscular e, consequentemente, para o surgimento de lesões ou de pontos-gatilho. Porém, muitas vezes o paciente continua desenvolvendo suas atividades cotidianas e impondo uma sobrecarga crescente sobre a área já afetada.
Traumas
Traumas podem acontecer devido à queda, pancada, realização de movimento inadequado, entre outros. Mas nem sempre esta lesão é valorizada, o que podendo evoluir de um processo inflamatório e comprometimento de elementos bioquímicos, fisiológicos e biomecânicos do corpo.
Degeneração de cartilagem
A degeneração da cartilagem das articulações vertebrais está comumente associada ao processo natural de envelhecimento, embora possa ser decorrente de algumas patologias. Uma vez que tal elemento estrutural é perdido gradualmente, há um aumento de atrito entre os ossos e inflamação na área, contribuindo para perda da funcionalidade da coluna.
Hérnia de disco
Esta patologia é caracterizada pelo desgaste dos discos intervertebrais que atuam no amortecimento da coluna e favorecem a mobilidade da mesma. Porém, em estados iniciais, os sintomas nem sempre são claramente perceptíveis, o que dificulta o diagnóstico e contribui para a evolução da doença e suas consequências debilitantes.
Devemos também considerar que existem fatores de risco para tais situações e, portanto, para que a coluna trave.
São eles: má postura, obesidade, sedentarismo, processo de envelhecimento e tabagismo.
Coluna travada pode ser Hérnia de disco

Sintomas de coluna travada
Os dois principais sintomas verificados na coluna travada são a dor e a incapacidade de movimentação da região acometida, bem como de áreas adjacentes que possuem relações neurais com a parte da coluna afetada[4]Hodges PW, Barbe MF, Loggia ML, Nijs J, Stone LS. Diverse role of biological plasticity in low back pain and its impact on sensorimotor control of the spine. journal of orthopaedic & sports … Continue reading.
Por exemplo: caso o travamento ocorra na coluna lombar, os membros inferiores perdem mobilidade e apresentam sintomas; se for a coluna torácica acometida, o paciente experimenta desconforto para respirar e para mover membros superiores; e se o evento acontece na coluna cervical, os movimentos de pescoço e cabeça são comprometidos.
Vale salientar que a coluna cervical e a lombar estão mais predispostas, uma vez que têm maior capacidade de mobilidade, ou seja, são mais exigidas pelas atividades diárias realizadas pelos pacientes.
Além disso, a seguir elencamos outros sintomas frequentemente percebidos pelos pacientes:
Queimação
Choques
Pontadas
Cãimbras
Espasmos
Formigamento
Dificuldade para manter-se de pé ou sentado
Irradiação para as pernas

Tratamento para coluna travada
Sua idade, estado geral e histórico médico
Fatores como idade, tipo da lesão, presença ou não de comorbidades, ou lesões prévias podem afetar o tratamento.
Extensão da lesão
Dores mais intensas ou mais incapacitantes. Se a dor irradia para as pernas (radiculopatia).
Tolerância a medicamentos
Alergia ou intolerância a medicamentos, procedimentos, ou terapias específicas
Expectativas para a evolução da lesão
Crenças, overtraining. Comorbidades secundárias que afetam a aderência.
O tratamento da lesão por distensão lombar é predominantemente sintomático[5]Richardson CA, Jull GA. Muscle control–pain control. What exercises would you prescribe?. Manual therapy. 1995 Nov 1;1(1):2-10..
O objetivo do tratamento é controlar a dor e a inflamação, otimizar o retorno às funções e prevenir a incapacidade.
O repouso no leito deve ser limitado a não mais de dois dias para minimizar o absenteísmo no trabalho e reduzir os custos médicos indiretos, sem afetar os resultados clínicos.
Dores agudas (duração menor que 4 semanas) ou novos episódios de dor
- 01.O tratamento é direcionado à redução da dor, controle da inflamação e espasmo excessivos e prevenção do descondicionamento.
- 02.Proteção e repouso nas primeiras horas
- 03.Meios físicos (calor e/ou gelo) – analgesia local e alívio da inflamação
- 04.Orientações gerais: evitar repouso exagerado, retomar as atividades normais (sem dor) o quanto possível
- 05.Exercícios (para fortalecer os músculos abdominais) e alongamentos (alongar cadeia posterior da coluna e pernas)
- 06.Medicamentos analgésicos, anti-inflamatórios e/ou relaxantes musculares. Os riscos e benefícios dos medicamentos devem ser considerados ao fazer a recomendação.
- 07.Acupuntura para alívio de dor e relaxamento muscular.
Dores crônicas (maior que 3 meses de duração)
- 01.Tratamento multidisciplinar abrangente, com abordagem biopsicossocial devido à alta frequência de depressão e descondicionamento físico
- 02.Medicamentos analgésicos comuns, opióides (em episódios de agudização) e relaxantes musculares (de ação central)
- 03.Medicamentos adjuvantes para a dor crônica, como antidepressivos tricíclicos e anticonvulsivantes de ação central
- 04.Tratamentos complementares como yoga, pilates, RPG
- 05.Acupuntura para alívio de dor miofascial e analgesia
- 06.Tratamento com ondas de choque para inativação de pontos gatilhos miofasciais em bandas tensas
- 07.Procedimentos minimamente invasivos como bloqueios paraespinhosos para alívio da tensão muscular paravertebral.

RUA SAINT HILAIRE 96 – JARDIM PAULISTA – SÃO PAULO – SP
Clínica de Dor, Fisiatria e Acupuntura Médica
Clínica médica especializada localizada na região dos Jardins, próximo à Av. Paulista, em São Paulo — SP.
Centro de Dor, com médicos especialistas pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo.
Tratamento por Ondas de Choque, Infiltrações, Bloqueios anestésicos e Acupuntura Médica
Referências Bibliográficas
↑1 | O’leary S, Falla D, Elliott JM, Jull G. Muscle dysfunction in cervical spine pain: implications for assessment and management. journal of orthopaedic & sports physical therapy. 2009 May;39(5):324-33. |
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↑2 | Roy SH, De Luca CJ, Casavant DA. Lumbar muscle fatigue and chronic lower back pain. Spine. 1989 Sep 1;14(9):992-1001. |
↑3 | Panjabi MM. The stabilizing system of the spine. Part I. Function, dysfunction, adaptation, and enhancement. Journal of spinal disorders. 1992 Dec 1;5:383-. |
↑4 | Hodges PW, Barbe MF, Loggia ML, Nijs J, Stone LS. Diverse role of biological plasticity in low back pain and its impact on sensorimotor control of the spine. journal of orthopaedic & sports physical therapy. 2019 Jun;49(6):389-401. |
↑5 | Richardson CA, Jull GA. Muscle control–pain control. What exercises would you prescribe?. Manual therapy. 1995 Nov 1;1(1):2-10. |