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Por que meu quadril estala?

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Os estalos no quadril, também conhecidos como síndrome do quadril em ressalto (snapping hip), são sons audíveis ou sensações de clique que ocorrem durante o movimento da articulação. Na maioria dos casos, são inofensivos e surgem após movimentação ou mudanças de posição. Porém, para algumas pessoas, esse estalo pode causar desconforto ou até mesmo dor.

Essa condição é mais frequente em pessoas entre 15 e 40 anos e afeta mais mulheres do que homens, especialmente aquelas que praticam atividades físicas intensas como dança, corrida ou ciclismo.

Existem duas classificações principais: o ressalto externo (lateral), causado pelo atrito de tendões sobre o trocânter maior do fêmur, e o ressalto interno (medial), que envolve o tendão do músculo iliopsoas.

As principais causas do estalo no quadril incluem: lesão labral (dano na cartilagem que reveste a articulação), síndrome da banda iliotibial, bursite do iliopsoas, lesão de tendão do iliopsoas e osteoartrite do quadril.

É fundamental que um médico avalie cada caso individualmente para identificar a causa específica e indicar o tratamento mais adequado.

Anatomia do Quadril: Estruturas Envolvidas nos Estalos

PELVE
● Labrum Acetabular

Anel de fibrocartilagem que reveste a borda do acetábulo. Fornece estabilidade e absorve impactos.

● Banda Iliotibial

Faixa fibrosa lateral que vai da pelve até o joelho. Pode causar ressalto externo ao passar sobre o trocânter.

● Tendão do Iliopsoas

Principal flexor do quadril. Pode causar ressalto interno ao deslizar sobre a eminência iliopectínea.

● Bursa Trocantérica

Pequena bolsa com líquido que reduz o atrito entre tendões e osso. Sua inflamação causa bursite.

Passe o mouse sobre cada estrutura para destacá-la no diagrama

Lesão Labral do Quadril

A lesão labral é uma das causas mais frequentes de estalos e dor na articulação do quadril, especialmente em pessoas jovens e ativas.

O que é o labrum?
O labrum acetabular é um anel de fibrocartilagem (tecido resistente e flexível) que reveste a borda do acetábulo — a cavidade da pelve onde a cabeça do fêmur se encaixa, formando a articulação do quadril. Essa estrutura em formato de anel também existe no ombro e desempenha funções essenciais:

• Aumenta a estabilidade da articulação
• Absorve impactos durante movimentos
• Distribui uniformemente a pressão na cartilagem
• Mantém o líquido sinovial (lubrificante natural) dentro da articulação

Causas da lesão labral
As lesões labrais podem ser degenerativas ou traumáticas:

• Lesões degenerativas: desenvolvem-se gradualmente por movimentos repetitivos, desgaste natural ou osteoartrite
• Lesões traumáticas: ocorrem após quedas, acidentes ou luxações (deslocamentos) da articulação

Choque femoroacetabular (impingement)
O choque femoroacetabular é a causa mais comum de lesão labral. Ocorre quando existe um contato anormal entre a cabeça do fêmur e a borda do acetábulo durante os movimentos do quadril, especialmente na flexão (ao levantar a coxa em direção ao tronco). Existem três tipos:

• Tipo CAM: uma protuberância óssea na cabeça do fêmur causa atrito com o acetábulo
• Tipo Pincer: cobertura excessiva do acetábulo sobre a cabeça femoral
• Tipo Misto: combinação dos dois anteriores

Sintomas característicos
Pacientes com lesão labral geralmente apresentam:
• Clique ou sensação de travamento na articulação
• Dor no quadril ou na região da virilha
• Rigidez articular
• Diminuição da amplitude de movimento
• Dor que piora com atividades físicas ou ao ficar sentado por longos períodos

Diagnóstico de lesão labral

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Para diagnosticar uma lesão labral, os médicos utilizam uma combinação de avaliação clínica, testes ortopédicos especiais e exames de imagem.

Testes clínicos
O teste FADIR (Flexão, Adução e Rotação Interna) é amplamente utilizado: o médico movimenta o quadril do paciente nessas três direções simultaneamente para verificar se reproduz a dor característica.

Exames de imagem
• Radiografia (raio-X): identifica alterações ósseas, como deformidades do choque femoroacetabular
• Ressonância magnética (RM): é o exame de escolha para visualizar diretamente o labrum e confirmar lesões. Em alguns casos, pode ser realizada com contraste articular (artro-RM) para maior precisão
• Infiltração diagnóstica: uma injeção de anestésico na articulação pode confirmar que a dor tem origem no quadril

Opções de Tratamento

O tratamento varia conforme a gravidade da lesão e a resposta do paciente às terapias iniciais.

Tratamento conservador (não cirúrgico)
• Anti-inflamatórios não esteroides (AINEs): reduzem a inflamação e aliviam a dor
Analgésicos: para controle da dor
Reabilitação: exercícios específicos para fortalecer a musculatura ao redor do quadril, melhorar a estabilidade e corrigir padrões de movimento inadequados
• Infiltrações com corticosteroides: reduzem inflamação e dor temporariamente
• Modificação de atividades: evitar movimentos que agravam os sintomas

Tratamento cirúrgico
Quando o tratamento conservador não apresenta resultados satisfatórios após algumas semanas ou meses, a cirurgia artroscópica pode ser indicada. Nesse procedimento minimamente invasivo, o cirurgião faz pequenas incisões e utiliza uma câmera (artroscópio) para visualizar e reparar o labrum danificado. A recuperação geralmente requer 3 a 4 meses de reabilitação.

Fluxograma: Como é Feito o Diagnóstico do Quadril que Estala

ETAPA 1

Avaliação Clínica Inicial

Histórico médico detalhado: quando começou, atividades que pioram, localização da dor

ETAPA 2

Exame Físico

Testes especiais: FADIR, Ober, palpação do trocânter, avaliação da amplitude de movimento

ETAPA 3

Exames de Imagem

Raio-X

Alterações ósseas e artrose

Ressonância

Lesões labrais e tendíneas

Ultrassom

Avaliação dinâmica do ressalto

ETAPA 4

Diagnóstico Definitivo

Identificação da causa específica do estalo e definição do plano de tratamento personalizado

O diagnóstico preciso é fundamental para o tratamento adequado de cada tipo de estalo no quadril

Síndrome da banda iliotibial

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A síndrome da banda iliotibial (ou síndrome do trato iliotibial) é outra causa frequente de estalos no quadril, principalmente o ressalto externo (lateral).

Também conhecida como “joelho do corredor”, essa condição afeta frequentemente atletas amadores e profissionais de corrida, ciclismo e outras atividades repetitivas.

O que é a banda iliotibial?
A banda iliotibial é uma faixa espessa de tecido fibroso que faz parte do músculo tensor da fáscia lata. Ela se estende desde a lateral da pelve até a parte externa do joelho, inserindo-se na tíbia. Sua principal função é estabilizar o joelho e o quadril durante atividades como caminhar, ficar em pé e correr.

Como ocorre o estalo?
O estalo acontece quando a banda iliotibial desliza sobre o trocânter maior (proeminência óssea na lateral do fêmur) durante os movimentos de flexão e extensão do quadril. Quando há tensão excessiva ou inflamação, esse deslizamento produz o característico som de estalo.

A tendinite da banda iliotibial também é conhecida como Síndrome de Fricção da Banda Iliotibial, pois envolve atrito repetitivo entre a banda e as estruturas ósseas.

O papel da bursa
A bursa é uma pequena bolsa preenchida com líquido que fica entre a banda iliotibial e o osso, funcionando como uma almofada que reduz o atrito. Quando essa bursa inflama (bursite), a banda não desliza suavemente e causa irritação, dor e estalos mais pronunciados.

Causas e fatores de risco
As principais causas da síndrome da banda iliotibial incluem:

Lesão por uso excessivo (overuse): comum em pessoas que aumentam subitamente a intensidade ou volume de atividade física, especialmente corredores, ciclistas e remadores que elevam rapidamente a quilometragem de treino

• Alterações biomecânicas: pronação excessiva dos pés (pés chatos), joelho valgo (joelhos para dentro) ou desalinhamentos posturais

• Diferença no comprimento das pernas: mesmo diferenças pequenas podem sobrecarregar um lado

• Movimentos repetitivos: flexão e extensão constantes do joelho e quadril, como subir escadas ou pedalar

• Tensão muscular: encurtamento da banda iliotibial ou fraqueza dos músculos glúteos

• Treino em superfícies inclinadas: correr sempre no mesmo lado de uma rua inclinada ou em pistas

Aprenda mais sobre a síndrome do trato iliotibial em nosso artigo completo.

Diagnóstico da Síndrome da Banda Iliotibial

O diagnóstico é principalmente clínico, baseado na avaliação médica cuidadosa que inclui:

• Palpação direta do trocânter maior (pode reproduzir a dor)
• Testes de força e estabilidade do quadril
• Avaliação de pontos-gatilho miofasciais (pontos de tensão muscular)
• Manobras dinâmicas: com o paciente deitado de lado, o médico posiciona o quadril em extensão e rotação para reproduzir o estalo

Em muitos casos, o próprio paciente consegue reproduzir o estalo voluntariamente, e o som pode ser audível ou até palpável pelo examinador.

Teste de Ober
O Teste de Ober é considerado o melhor exame clínico para avaliar a contratura (encurtamento) da banda iliotibial:

1. O paciente deita-se de lado com a perna não afetada embaixo
2. O médico estabiliza a pelve e abduz (afasta) lentamente a perna de cima, com o joelho flexionado e o quadril em extensão
3. Em seguida, libera a perna para verificar se ela desce em direção à maca

Interpretação: se a banda iliotibial estiver encurtada, a perna permanece elevada e não consegue aduzir (aproximar) — o teste é considerado positivo. Em um resultado normal, a perna desce naturalmente.

YouTube Hong Jin Pai

Está sentindo estalos ou dor no quadril?

Na Clínica Dr. Hong Jin Pai, oferecemos avaliação especializada e tratamentos não cirúrgicos para dor no quadril, incluindo acupuntura médica, dry needling e reabilitação individualizada.

📍 Al. Jaú, 687 – Jardins, São Paulo – SP
Equipe de médicos e fisioterapeutas especialistas em Dor pelo Hospital das Clínicas da FMUSP

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Estiramento do tendão do iliopsoas

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O ressalto interno do quadril geralmente é causado pelo movimento do tendão do músculo iliopsoas sobre proeminências ósseas da pelve.

O que é o iliopsoas?
O iliopsoas é o principal músculo flexor do quadril, responsável por levantar a coxa em direção ao tronco (como ao subir escadas ou chutar). Ele é formado pela união de dois músculos: o psoas maior (que se origina na coluna lombar) e o ilíaco (que se origina na pelve).

Como ocorre o estalo?
O estalo acontece quando o tendão do iliopsoas desliza sobre a eminência iliopectínea (uma proeminência óssea na frente da pelve). Durante certos movimentos, especialmente ao alternar entre flexão e extensão do quadril, o tendão pode “prender” e depois “saltar” sobre essa estrutura, produzindo o som característico.

Frequentemente, esse tipo de ressalto está associado à bursite do iliopsoas — inflamação da bursa localizada entre o tendão e a parte frontal da articulação do quadril.

Diagnóstico
O diagnóstico do ressalto interno pode ser desafiador:

• Ultrassonografia dinâmica: permite visualizar o tendão em movimento e identificar o momento do ressalto
• Ressonância magnética: pode mostrar líquido na região (bursite), embora às vezes apareça normal
• Infiltração diagnóstica: uma injeção anestésica na bursa do iliopsoas pode confirmar o diagnóstico se aliviar os sintomas
• Manobras clínicas: o médico pode solicitar que o paciente realize movimentos de abdução e rotação externa do quadril para reproduzir o estalo

Tratamento
O tratamento inicial é conservador, incluindo reabilitação com foco em alongamento do iliopsoas, fortalecimento muscular equilibrado e modificação de atividades. Infiltrações com corticosteroides podem ser úteis em casos de bursite. A cirurgia é raramente necessária.

Osteoartrite de quadril

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Estalos no quadril também podem resultar de osteoartrite (artrose), uma condição degenerativa que afeta a cartilagem articular.

O que é osteoartrite?
A osteoartrite é o desgaste progressivo da cartilagem que reveste as superfícies articulares. No quadril, essa cartilagem cobre tanto a cabeça do fêmur quanto o acetábulo (cavidade da pelve), permitindo que os ossos deslizem suavemente um sobre o outro.

Como ocorrem os estalos na artrose?
Com a perda progressiva da cartilagem, ocorre:
• Diminuição do espaço entre os ossos da articulação
• Atrito direto entre as superfícies ósseas (que normalmente não deveriam se tocar)
• Formação de osteófitos (pequenas protuberâncias ósseas, popularmente chamadas de “bicos de papagaio”)
• Inflamação e rigidez articular

Esses fatores podem produzir crepitações (rangidos ou estalos) durante o movimento.

Sintomas característicos
Pacientes com artrose de quadril geralmente apresentam:
• Rigidez matinal (dificuldade para se mover ao acordar)
• Crepitações ou rangidos durante o movimento
• Dor que piora com atividade física e melhora com repouso
• Dor na virilha, coxa ou nádega
• Limitação progressiva dos movimentos

Fatores de risco
• Idade avançada
• Histórico de lesões no quadril
• Sobrepeso e obesidade
• Predisposição genética
• Deformidades anatômicas do quadril

Diagnóstico
O médico utiliza uma combinação de exame físico e radiografias para identificar:
• Diminuição do espaço articular
• Presença de osteófitos (saliências ósseas)
• Esclerose subcondral (endurecimento do osso abaixo da cartilagem)

Tratamento da Osteoartrite de Quadril

Tratamento conservador
• Controle do peso corporal
• Exercícios de baixo impacto (hidroginástica, natação, bicicleta)
• Reabilitação para fortalecer a musculatura e melhorar a estabilidade
• Medicamentos anti-inflamatórios e analgésicos
• Viscossuplementação: infiltrações com ácido hialurônico para melhorar a lubrificação articular

Tratamento cirúrgico
Quando o tratamento conservador não é mais suficiente para controlar a dor e a limitação funcional, especialmente em casos de artrose avançada, a artroplastia total do quadril (prótese de quadril) pode ser indicada. Essa cirurgia substitui a articulação danificada por uma prótese artificial, com excelentes resultados na melhora da qualidade de vida.

Comparativo: Tratamentos para Estalos no Quadril

Tratamento Indicação Vantagens Recuperação
Reabilitação Casos leves a moderados, primeira linha de tratamento Não invasivo, fortalece musculatura, previne recidivas 4-8 semanas
Medicamentos Alívio de dor e inflamação aguda Ação rápida, facilita participação na reabilitação Imediato (sintomático)
Infiltrações Bursite, inflamação localizada, diagnóstico Alívio direcionado, confirma origem da dor 1-2 semanas
Acupuntura/Dry Needling Dor muscular, pontos-gatilho, tensão Complementar, poucos efeitos colaterais Sessões regulares
Cirurgia Artroscópica Falha do tratamento conservador, lesões estruturais Minimamente invasiva, corrige causa 3-4 meses

💡 Importante: O tratamento ideal depende do diagnóstico específico, gravidade dos sintomas e características individuais de cada paciente. Sempre consulte um médico especialista para uma avaliação personalizada.

Clínica Dr. Hong Jin Pai

Especialistas em Tratamento da Dor

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Al. Jaú, 687 – Jardins
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👨‍⚕️ Nossa Equipe

Médicos e fisioterapeutas especialistas em Dor pelo Grupo de Dor da Neurologia e Ortopedia do Hospital das Clínicas da FMUSP

Tratamentos Não Cirúrgicos Disponíveis:

Acupuntura Médica Dry Needling Fisioterapia Motora Pilates RPG Ondas de Choque Laser de Alta Intensidade Mesoterapia PENS Botox para Dor

Atendimento individualizado em salas privativas

Dr. Marcus Yu Bin Pai

CRM-SP: 158074 / RQE: 65523 - 65524 | Médico especialista em Fisiatria e Acupuntura. Área de Atuação em Dor pela AMB. Doutorado em Ciências pela USP. Pesquisador e Colaborador do Grupo de Dor do Departamento de Neurologia do HC-FMUSP. Diretor de Marketing do Colégio Médico de Acupuntura do Estado de São Paulo (CMAeSP). Integrante da Câmara Técnica de Acupuntura do Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (CREMESP). Secretário do Comitê de Acupuntura da Sociedade Brasileira para Estudo da Dor (SBED). Presidente do Comitê de Acupuntura da Sociedade Brasileira de Regeneração Tecidual (SBRET). Professor convidado do Curso de Pós-Graduação em Dor da Universidade de São Paulo (USP). Membro do Conselho Revisor - Medicina Física e Reabilitação da Journal of the Brazilian Medical Association (AMB).  

4 Comentários

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  • Oi já fraturou a bacia a 8 anos e fiquei com sequela dela (não colou um lado) ela não estragava mais agora está muito comum dependendo do movimento os estalos são alto e alguns casos vem a doe. Não sei o porquê e preciso de resposta?

  • Fui diagnosticada após 4 anos como impacto femuro acetabular ! Estou exausta de tantos tratamentos Em
    Clínicas c ultrassom , massagens, osteopatia e tb acumpuntura ! Conheço Dr Jin há 30 anos qdo tive depressão e ele me tratou ! Quero consultar com ele ! Grata

  • o estrala como se eu tivesse colocando no lugar, quando faço isso dar essa sensação, porém não dói, mas já me preocupa, dirijo muito, então parece que é por causa de movimento repetitivo de mudanças de machas.

  • Eu sinto dores terríveis,e estalo o dia todo meu quadril esquerdo me dá sensação de alívio mas logo volta aquela sensação de nervo comprimido.

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