Sobre Dor Crônica
Entender a dor crônica e seus mecânismos é o primeiro passo para atingir as soluções para esse problema que tanto afeta a população mundial, neste resumo veremos as descobertas de Jo Nijs e seus colaboradores impressas no artigo “Central sensitisation in chronic pain conditions: latest discoveries and their potential for precision medicine”.
A dor crônica é reconhecida pela OMS como uma doença e é uma das mais prevalentes em todo o mundo, levando a incapacidades substanciais e enormes custos para a sociedade[1]Nijs J, Van Houdenhove B, Oostendorp RA. Recognition of central sensitization in patients with musculoskeletal pain: application of pain neurophysiology in manual therapy practice. Manual therapy. … Continue reading. No entanto, é um desafio diagnóstico para os médicos, frequentemente, devido ao dano ao tecido, a inflamação ou a sensibilização periférica por não serem detectados, ou, se detectados, não são suficientes para explicar a intensidade da dor relatada, a incapacidade e os sintomas associados.
O que é sensibilização central?
Na revisão de Jo Nijs, sensibilização central é definida como uma amplificação da sinalização neural dentro do SNC que provoca hipersensibilidade à dor[2]Nijs J, Van Wilgen CP, Van Oosterwijck J, van Ittersum M, Meeus M. How to explain central sensitization to patients with ‘unexplained’chronic musculoskeletal pain: practice guidelines. Manual … Continue reading.
O conhecimento sobre a sensibilização central deu início a uma mudança de considerar principalmente os mecanismos periféricos ao tomar decisões sobre o tratamento do paciente. Por exemplo, a osteoartrite é agora considerada uma condição na qual a dor vem de uma combinação de fatores periféricos (por exemplo, degeneração da cartilagem) e mecanismos centrais (por exemplo, sensibilização central).
A sensibilização central é refletida por um novo descritor mecanístico, a dor nociplástica, que foi introduzido pela Associação Internacional para o Estudo da Dor para complementar os termos dor nociceptiva (dor causada por dano ao tecido não neural) e dor neuropática (dor causada por uma lesão ou doença do sistema nervoso).
A dor nociplástica é definida como a dor que surge de nocicepção alterada com a sensibilização como o principal mecanismo subjacente.
Intervenções
Metanálises mostraram que a terapia com exercícios, terapia manual, intervenções farmacológicas e cirúrgicas são capazes de dessensibilizar o SNC em pacientes com dor crônica. Nos últimos 5 anos, novas descobertas surgiram de estudos de sensibilização central em pacientes atendidos na prática reumatológica.
Novas descobertas
Essas novas descobertas incluem estudos que mostram que a sensibilização central prediz um resultado ruim do tratamento após o procedimento padrão para cada condição, reabilitação, e cirurgia, outros estudos que revelam o diagnóstico e prognóstico potencial de sensibilização central, e ainda alguns estudos que mostram o potencial de combinar medicamentos com fenótipos específicos da dor na prática reumatologica.
Sensibilização central em pacientes com doenças reumáticas
A marca registrada da sensibilização central é a maior sensibilidade fora da área primária de lesão ou dano ao tecido, ou além do território de inervação de nervos lesionados. Um crescente corpo de evidências apoia a ocorrência de sensibilização central em várias doenças e condições dolorosas comumente vistas na prática de reumatologia, incluindo fibromialgia, osteoartrite, síndrome de Ehlers-Danlos e artrite reumatóide. Dentro das condições de dor individual, há uma variabilidade substancial de paciente para paciente quanto à presença e magnitude da sensibilização central, ressaltando a importância da avaliação individual.
Algumas das condições de dor na sensibilização central são caracterizadas por inflamação periférica (por exemplo, artrite reumatoide e osteoartrite), embora a inflamação no SNC (neuroinflamação) também é um contribuinte potencial a dor e outros sintomas em doenças reumatológicas. Ativação glial aberrante, mostrada em pacientes com lombalgia inespecífica, fibromialgia e enxaqueca com aura, pode explicar o estabelecimento, ou manutenção, ou ambos, de sensibilização central em pelo menos um subconjunto de pacientes[3]Nijs J, Malfliet A, Ickmans K, Baert I, Meeus M. Treatment of central sensitization in patients with ‘unexplained’chronic pain: an update. Expert opinion on pharmacotherapy. 2014 Aug … Continue reading.
Tais causas heterogêneas do mesmo fenótipo exige uma abordagem mecanicista cada vez mais individualizada para adaptar o tratamento a cada paciente fisiopatologia.
Diante dos desafios com diagnóstico de sensibilização central (ou seja, alta variabilidade nas respostas esperadas, ausência de padrões de diagnóstico, e nenhum padrão ouro ou referência padrão), parece apropriado posicionar a identificação da sensibilização central como ferramenta de prognóstico. Isso é, medidas de sensibilização central podem ser mais úteis em determinar se um resultado favorável do paciente é provável.
Na verdade, há evidências de que os pacientes com (ou em risco de) osteoartrite do joelho que não tem dor, mas tem aumento da sensibilidade à dor (ou seja, à dor de pressão e soma temporal) na linha de base são duas vezes mais prováveis de desenvolver dor crônica incidente no joelho durante um acompanhamento de 2 anos do que os pacientes que são menos sensíveis à dor.
Em linha com o movimento em direção a cuidados de saúde personalizados, pode ser apropriado usar a educação em neurociência da dor para fenótipos específicos de dor, mas estudos prospectivos examinando se a correspondência entre educação e dor específica fenótipos são benéficos são necessários. Educação em dor é muitas vezes, a primeira etapa em uma abordagem multimodal (incluindo terapia de exercícios, gerenciamento de estresse, gerenciamento do sono, etc), e estudos prospectivos devem examinar os efeitos de abordagens multimodais adaptadas para dor específica fenótipos.
Embora a sensibilização central pode ter um prognóstico ruim no tratamento em alguns grupos de pacientes, existem tratamentos tanto farmacológicos quanto não farmacológicos disponíveis que mostram a capacidade de atenuar a sensibilização central.
Os dados da revisão abrem novas perspectivas de tratamento, com a possibilidade de tratamento de analgésicos de precisão de acordo com a fenotipagem da dor na prática reumatológica como uma próxima etapa lógica.
Dentro desta visão baseada em precisão, estudos sugerem a possibilidade de combinar abordagens não farmacológicas, ou medicamentos, ou ambos, aos fenótipos de dor de sensibilização central em condições comumente vistos em práticas de reumatologia.
AL. JAÚ 687 – JARDIM PAULISTA – SÃO PAULO – SP
Clínica de Dor, Fisiatria e Acupuntura Médica
Clínica médica especializada localizada na região dos Jardins, próximo à Av. Paulista, em São Paulo — SP.
Centro de Dor, com médicos especialistas pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo.
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Clínica Dr. Hong Jin Pai – Centro de Dor, Acupuntura Médica, Fisiatria e Reabilitação.
Al. Jaú 687 – São Paulo – SP
Atendimento de segunda a sábado.
Referências Bibliográficas
↑1 | Nijs J, Van Houdenhove B, Oostendorp RA. Recognition of central sensitization in patients with musculoskeletal pain: application of pain neurophysiology in manual therapy practice. Manual therapy. 2010 Apr 1;15(2):135-41. |
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↑2 | Nijs J, Van Wilgen CP, Van Oosterwijck J, van Ittersum M, Meeus M. How to explain central sensitization to patients with ‘unexplained’chronic musculoskeletal pain: practice guidelines. Manual therapy. 2011 Oct 1;16(5):413-8. |
↑3 | Nijs J, Malfliet A, Ickmans K, Baert I, Meeus M. Treatment of central sensitization in patients with ‘unexplained’chronic pain: an update. Expert opinion on pharmacotherapy. 2014 Aug 1;15(12):1671-83 |