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Depressão: o que é, sintomas e tratamentos

Depressão é mais do que tristeza, visto que pessoas acometidas por ela podem sentir falta de interesse e prazer nas atividades diárias, perda ou ganho significativo de peso, insônia ou sono excessivo, falta de energia, incapacidade de concentração e sentimentos de inutilidade ou culpa excessiva.

Embora seja um transtorno mental muito comum, felizmente pode ser tratado por meio de medidas simples, como terapia, medicação e adoção de hábitos de vida saudáveis.

O maior problema refere-se à falta de diagnóstico. Grande parte dos pacientes com depressão demoram para buscar ajuda, ou às vezes nem a buscam, por receio ou preconceitos quanto a doenças e tratamentos psiquiátricos. Tal atitude colabora com a piora do quadro que, em casos graves, pode levar à pensamentos autodestrutivos e suicídio.

Continue lendo e saiba mais sobre a depressão.

Depressão é um transtorno de humor comum, mas grave. Seus sintomas afetam o modo pelo qual a pessoa sente, pensa e lida com atividades diárias, como dormir, conversar, comer ou trabalhar.

O que é depressão

Para ser diagnosticado com depressão, os sintomas como espirito deprimido e anedonia devem estar presentes por pelo menos duas semanas.

 

O que não é depressão

Depressão não é algo que se pode escolher não ter. Não é um sinal de fraqueza ou frescura, mas uma doença que é experimentada por boa parte da população ao longo da vida.

Fatores de risco

A depressão pode afetar pessoas de qualquer sexo e idade, inclusive crianças. É uma das doenças mentais mais comuns e também mais subestimadas, visto que nem todo mundo com depressão vai ao consultório.

Vários fatores podem desempenhar papel na depressão:

Bioquímica

Disfunções em certas substâncias no cérebro, como dopamina e serotonina, podem contribuir para os sintomas da depressão.

Genética

A depressão costuma ter fundo genético, ou seja, ocorrer na mesma família. Por exemplo, se um gêmeo idêntico tem depressão, o outro tem 70% de chance de também tê-la em algum momento da vida. Ao que tudo indica, existem diferentes genes que exercem efeito no surgimento da doença, portanto o rastreamento deles não é tão simples ou direto quanto em doenças puramente genéticas, como a fibrose cística.

Personalidade

Pessoas estressadas, com baixa auto-estima ou que geralmente são pessimistas costumam ter maior probabilidade de sofrer de depressão.

Fatores ambientais

A exposição contínua à violência, negligência, abuso ou pobreza torna as pessoas mais vulneráveis à depressão.

depressao e tristeza

Causas

Depressão não tem uma causa única, visto que é desencadeada por um conjunto de fatores. Já seu estopim costuma por uma crise na vida, como:

Abuso

Situações de abuso físico, sexual ou emocional podem causar crises e depressão. Nem sempre o quadro surge instantaneamente, podendo levar anos para se apresentar.

Medicamentos

Alguns medicamentos, como a isotretinoína (conhecida popularmente pelo nome comercial “Roacutan”), o antiviral interferon-alfa e os corticosteróides, podem aumentar o risco de depressão.

Luto

Tristeza ou pesar pela morte ou perda de um ente querido são causas comuns de crises depressivas.

Eventos importantes

Até bons eventos, como começar um novo emprego, se formar, se casar ou ter um filho podem levar à depressão. O mesmo acontece com mudanças, como perda de emprego ou aposentadoria.

Ainda assim, a depressão nunca deve ser vista como uma resposta “normal” a eventos estressantes da vida, mas sim um transtorno propriamente dito.

Doenças

Doentes de longa data ou com risco de vida têm maior risco de desenvolver depressão. Além dos portadores de acometimentos cardíacos e câncer, pacientes que sofreram lesões na cabeça, têm falta de vitamina D, têm hipotireoidismo e/ou disfunções da glândula pituitária estão passíveis da doença.

Nem sempre a doença é a causadora da depressão, mas suas consequências: por exemplo, o cansaço e a perda de libido gerados pelos medicamentos contra câncer podem impulsionar a depressão.

Outros distúrbios

Pessoas que já apresentam doenças psiquiátricas, como Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC), esquizofrenia ou ansiedade, têm probabilidade maior de desenvolver a síndrome depressiva.

Tipos de depressão

Transtorno depressivo persistente

Também chamado de distimia, consiste na apresentação do humor deprimido por pelo menos dois anos. No quadro, pode haver períodos de depressão maior e épocas de sintomas menos graves.

 

Depressão pós-parto

Embora seja muito confundida com o baby blues – sintomas depressivos e de ansiedade relativamente leves que desaparecem duas semanas após o parto –, a depressão pós-parto é muito mais grave.

O transtorno gera um estado depressivo grave que inclui ansiedade, tristeza e exaustão capazes de atrapalhar ou até impedir a realização de tarefas diárias pessoais e maternas, como amamentar e trocar fraldas.

 

Depressão psicótica

É a depressão grave com alguma forma de psicose, como ilusões perturbadoras ou alucinações visuais ou auditivas.

Esses sintomas psicóticos geralmente têm um viés depressivo, como delírios de culpa ou doença.

 

Transtorno afetivo sazonal

É o aparecimento de depressão durante os meses de inverno, devido à redução da luz solar natural, e melhora do quadro na primavera e no verão. Também conhecida como “depressão do inverno”, gera isolamento, aumento do sono e ganho de peso.

 

Transtorno bipolar

Embora seja considerado um transtorno de humor fora do grupo da depressão, a bipolaridade está nesta lista porque quem a manifesta experimenta episódios de humor extremamente baixo e que atendem aos critérios para depressão maior.

Por outro lado, quem tem transtorno bipolar também apresenta um humor extremamente alto – eufórico e até mesmo irritável – nas fases denominadas de “mania” ou “hipomania”.

 

Transtorno depressivo ansioso

Já o transtorno misto ansioso e depressivo desenvolve tanto sintomas de ansiedade quanto os de depressão, sem que um predomine sobre o outro.

 

Outros tipos de depressão

Outros quadros ligados à depressão incluem o transtorno de desregulação perturbadora do humor (diagnosticado geralmente em crianças e adolescentes) e o transtorno disfórico pré-menstrual (manifestação grave da tensão pré-menstrual – TPM).

Sinais e sintomas de depressão

Nem todo mundo que está triste apresenta depressão. O quadro passa a ser uma suspeita quando persiste na maior parte do dia, quase todos os dias e por pelo menos duas semanas. Seus sinais e sintomas são:

  • Tristeza
  • Ansiedade
  • Sensação de vazio
  • Sentimento de desesperança
  • Pessimismo
  • Irritabilidade
  • Diminuição do desejo sexual
  • Sentimentos de culpa
  • Sensação de inutilidade
  • Perda de interesse ou prazer por hobbies e atividades que costumava gostar
  • Cansaço
  • Lentidão de fala e movimentos
  • Inquietude
  • Dificuldade em se concentrar
  • Dificuldade em tomar decisões
  • Má memória
  • Insônia ou excesso de sono
  • Alterações de apetite
  • Alterações de peso
  • Pensamentos de morte ou suicídio
  • Dores no corpo e de cabeça
  • Problemas digestivos sem uma causa física clara e/ou que não melhoram mesmo após tratamentos

Nem todas as pessoas com depressão experimentam todos os sintomas, visto que cada caso é único e pode variar quanto à gravidade, assim como pelo estágio da síndrome.

Diagnóstico de depressão

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Para ser diagnosticado com transtorno depressivo, o paciente deve ter enfrentando seus sinais e sintomas por pelo menos duas semanas.

É ainda mais importante buscar ajuda de um clínico geral ou psiquiatra caso o paciente não tenha melhora do humor, perceba prejuízos à qualidade de vida, trabalho ou relacionamentos e/ou tenha pensamentos de suicídio ou automutilação.

Às vezes, quando se está deprimido, pode ser difícil imaginar que o tratamento possa realmente ajudar. Mas quanto mais cedo você procurá-lo, mais cedo seu humor melhorará.

O diagnóstico de depressão geralmente é obtido por meio de uma conversa na qual o médico faz perguntas sobre a saúde geral e a maneira como o paciente está se sentindo. Portanto, o ideal é que a pessoa seja o mais honesta possível com suas respostas.

Vale anotar previamente os sintomas e levá-los ao profissional de saúde, assim como explicar como eles afetam a rotina.

Todas as informações ditas na sala de consulta são confidenciais. Essa regra só poderá ser quebrada em casos graves, como nos que há risco importante de danos a paciente ou a seus familiares.

Não há testes físicos para a depressão

Existem exames para depressão?

Embora não existam exames de imagem para depressão, outros exames laboratoriais ou de imagem podem ser utilizados para descartar causas secundárias de problemas depressivos e outras patologias, como o hipotireoidismo.

 

Depressão é uma doença psiquiátrica crônica que provoca tristeza profunda e forte sentimento de desesperança

Tratamentos para depressão

Embora seja um transtorno grave, todos os quadros de depressão podem ser tratados, mesmo os mais graves.

O tratamento é multidisciplinar, pois envolve profissionais de diversas frentes, desde médicos e psicólogos a educadores físicos.

Apesar dos protocolos, cada quadro é único e responde ao tratamento de maneira peculiar. Portanto, é comum que pacientes passem por tentativas e erros para encontrar o tratamento que funciona melhor para seus quadros.

 

Remédios para depressão

Antidepressivos são medicamentos mais indicados para tratar depressão. Seu mecanismo de ação visa melhorar a maneira pela qual o cérebro usa os neurotransmissores que regulam o humor, como serotonina, noradrenalina e dopamina.

Diferente do que algumas pessoas acreditam, esses remédios não são sedativos ou estimulantes porque apenas normalizam níveis desregulados de humor.

Como todo medicamento, os antidepressivos podem gerar efeitos colaterais, principalmente nas primeiras semanas de uso, como alterações no sono, falta de apetite, insônia, falta de libido ou problemas de concentração.

A melhora no quadro é percebida nas primeiras duas semanas de uso do remédio, embora os benefícios completos sejam vistos após dois ou três meses.

Há diversos tipos de antidepressivos e cada paciente paciente reage a eles de diferentes maneiras, portanto é comum que o médico altere a dose, adicione ou substitua o medicamento durante o tratamento.

Ainda podem ser prescritos ansiolíticos, benzodiazepínicos e antipsicóticos, a depender do tipo de depressão apresentado.

A retirada do medicamento, que ocorre a partir de seis meses de uso, deve feita pela redução da dose de maneira lenta e segura, a fim de evitar sintomas de abstinência. Assim, é contraindicado parar o medicamento sem orientação de um médico, visto que isso pode causar piora dos sintomas depressivos.

 

 

Terapia com psicólogo

Embora os remédios amenizem os sintomas, eles não curam a doença. Para obter melhorias permanentes, é indicado que o paciente faça psicoterapia.

O método visa modificar padrões de pensamentos e ações, a fim de incentivar o paciente a lidar de maneira mais saudável com seu humor e sentimentos.

Há várias abordagens de psicoterapias, como a cognitivo-comportamental (TCC) e a psicanálise. Todas podem ser realizadas individualmente ou em grupo – como a terapia de família e a de casal.

Na maioria dos casos, já é possível notar melhorias significativas em três meses.

Tratamentos complementares

Estimulação cerebral não-invasiva

Caso os medicamentos e a psicoterapia não forem suficientes para reduzir sintomas de depressão, a terapia eletroconvulsiva pode ser ser explorada.

Muito confundida com o eletrochoque, é diferente pois não causa dor e nem sequelas. Capaz de tratar casos de depressão, o procedimento é realizado em ambiente hospitalar e sob uso de sedação.

 

 

Cuidados caseiros

Há várias medidas simples que podem ser tomadas para amenizar o quadro de depressão.

Para muitas pessoas, realizar atividades físicas ajuda a regular o humor e gerar sentimentos positivos.

Dormir regularmente é outra atitude indicada, assim como manter uma dieta saudável e evitar uso e álcool e entorpecentes.

 

 

Mindfulness

A meditação mindfulness, chamada também de “atenção plena”, é um bom complemento aos remédios e à terapia para depressão.

Ela visa capacitar o indivíduo a prestar atenção ao momento presente, a fim de melhorar a compreensão da mente e do corpo e aprender a viver com menos ansiedade.

 

 

Acupuntura

Vários estudos já comprovaram os benefícios da acupuntura para depressão e ansiedade, como um tratamento complementar prescrito juntamente a medicamentos, podendo ajudar a melhorar os sintomas e reduzir o sofrimento do paciente.

Esse método da Medicina Tradicional Chinesa, usa agulhas para estimular áreas específicas do corpo, como uma maneira de tratar uma variedade de condições.

 

 

Erva de São João

A Erva de São João, também chamada de hipérico, é uma planta cujas propriedades podem aliviar transtornos de ansiedade e depressão.

Ela está disponível em lojas de alimentos naturais e farmácias, porém é contraindicada para quem já toma outros medicamentos, como anticonvulsivantes, anticoagulantes, antidepressivos e pílula contraceptiva.

Prognóstico

Depressão é uma doença real e que pode ser tratada. Com diagnóstico e cuidados adequados, a maioria das pessoas a superam.

Se você estiver com sintomas de depressão, o primeiro passo é procurar um médico ou psicólogo. Fale sobre suas preocupações e solicite uma avaliação completa. Este é um começo para atender às necessidades de saúde mental.

Dr. Marcus Yu Bin Pai

CRM-SP: 158074 / RQE: 65523 - 65524 | Médico especialista em Fisiatria e Acupuntura. Área de Atuação em Dor pela AMB. Doutorado em Ciências pela USP. Pesquisador e Colaborador do Grupo de Dor do Departamento de Neurologia do HC-FMUSP. Diretor de Marketing do Colégio Médico de Acupuntura do Estado de São Paulo (CMAeSP). Integrante da Câmara Técnica de Acupuntura do Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (CREMESP). Secretário do Comitê de Acupuntura da Sociedade Brasileira para Estudo da Dor (SBED). Presidente do Comitê de Acupuntura da Sociedade Brasileira de Regeneração Tecidual (SBRET). Professor convidado do Curso de Pós-Graduação em Dor da Universidade de São Paulo (USP). Membro do Conselho Revisor - Medicina Física e Reabilitação da Journal of the Brazilian Medical Association (AMB).  

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