A fisioterapia para coluna é um conjunto de técnicas e exercícios terapêuticos que auxiliam na redução da dor nas costas, na melhora da mobilidade articular e no fortalecimento da musculatura de suporte.
Esse tratamento geralmente faz parte de uma abordagem multidisciplinar, sendo frequentemente combinado com outros métodos como medicamentos prescritos pelo médico, acupuntura e mudanças no estilo de vida. Além de aliviar os sintomas, a fisioterapia ajuda o paciente a identificar e corrigir posturas e movimentos inadequados, reduzindo assim o risco de novas lesões.
Os profissionais de fisioterapia utilizam uma ampla variedade de técnicas terapêuticas para auxiliar no alívio das dores nas costas, além de orientar sobre cuidados posturais no dia a dia e exercícios que podem ser realizados em casa.
Anatomia da coluna
A principal função dos componentes ósseos é proteger a medula espinal, uma estrutura nervosa fundamental que conduz impulsos do corpo ao cérebro e vice-versa. Além disso, as vértebras fornecem pontos de fixação para os músculos e ligamentos que sustentam e movimentam o tronco.
A coluna é dividida em quatro regiões principais, cada uma com curvaturas específicas que ajudam a distribuir o peso corporal e absorver impactos. A região cervical (pescoço) e a lombar (parte baixa das costas) possuem curvas em forma de C voltadas para frente (lordose). A região torácica (meio das costas), que possui costelas anexadas, apresenta uma curva reversa (cifose). Por fim, a área sacrococcígea conecta a coluna à pelve.
Quanto ao número de vértebras: a coluna cervical possui 7, a torácica 12, a lombar 5, o sacro 5 (fundidas) e o cóccix 4 ou 5 (também fundidas).
Entre cada vértebra existem estruturas chamadas discos intervertebrais, que funcionam como amortecedores naturais. Esses discos são compostos por um anel fibroso externo resistente e um núcleo gelatinoso interno (núcleo pulposo), permitindo absorver impactos durante atividades como caminhar, correr ou pular.
Os nervos espinais se ramificam a partir da medula e são responsáveis por enviar e receber mensagens entre o cérebro e todas as partes do corpo.
Anatomia da Coluna Vertebral
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Dica: A coluna possui curvaturas naturais que ajudam a distribuir o peso do corpo e absorver impactos durante o movimento.
É através da medula espinal e dos nervos que dela se ramificam que o sistema nervoso controla todas as funções do corpo, desde os movimentos voluntários até o funcionamento dos órgãos internos.
Além das vértebras e discos, a coluna conta com outras estruturas importantes: os tendões, que conectam os músculos aos ossos; os ligamentos, que unem um osso ao outro e estabilizam as articulações; e os músculos paravertebrais, que possibilitam os movimentos do tronco e ajudam a manter a postura adequada contra a força da gravidade.
Para que serve a coluna?
A coluna vertebral desempenha funções essenciais para o organismo: protege a medula espinal contra lesões, sustenta o peso do corpo na posição vertical, permite a postura ereta e a locomoção, sustenta a cabeça, serve como ponto de fixação para costelas e músculos, e garante a flexibilidade do tronco para movimentos do dia a dia.
Com tantas responsabilidades, não é surpresa que problemas na coluna sejam extremamente comuns. Estima-se que cerca de 80% das pessoas terão algum episódio de dor nas costas ao longo da vida.
A fisioterapia para coluna pode auxiliar no tratamento de diversos quadros. Os mais comuns incluem:
Dor lombar inespecífica
A dor lombar inespecífica é aquela em que não se consegue identificar uma causa anatômica precisa através de exames de imagem. Afeta aproximadamente 8 em cada 10 pessoas com dor nas costas e, apesar de não ter uma lesão específica identificável, a dor é real e pode ser bastante limitante.
Essa condição pode estar associada a fatores como tensão muscular, má postura prolongada, estresse emocional, ou pode coexistir com outras condições como osteoartrite ou espondilite anquilosante.
Caracteristicamente, a dor tende a melhorar ao deitar-se e pode piorar ao tossir ou espirrar.
Dor ciática
A dor ciática (ou ciatalgia) refere-se à dor que segue o trajeto do nervo ciático, o maior nervo do corpo humano. Caracteriza-se por dor que irradia da região lombar ou glútea em direção à parte posterior da coxa, podendo chegar até o pé, geralmente afetando apenas um lado do corpo.
É causada pela compressão ou irritação das raízes nervosas (radiculopatia) que formam o nervo ciático. As causas mais frequentes incluem hérnia de disco, estenose do canal vertebral, espondilolistese (deslizamento de vértebra), síndrome do piriforme ou, mais raramente, tumores.
Embora seja mais comum após os 50 anos, pode surgir em pessoas mais jovens, especialmente naquelas com fatores de risco como obesidade, sedentarismo, trabalhos que exigem levantamento de peso ou movimentos repetitivos.
Doença degenerativa do disco
A doença degenerativa do disco é um processo natural de envelhecimento dos discos intervertebrais. Com o passar dos anos, os discos perdem água e elasticidade, tornando-se mais finos e menos eficientes na absorção de impactos.
À medida que os discos se desgastam, as vértebras se aproximam e os espaços por onde passam os nervos podem se estreitar. Isso pode resultar em compressão nervosa e causar dor, formigamento ou fraqueza.
Além do envelhecimento natural, o desgaste pode ser acelerado por má postura, movimentos repetitivos incorretos, tabagismo e excesso de peso.
Os sintomas variam conforme a região afetada: na cervical, pode causar dor no pescoço, ombros e braços; na lombar, dor nas costas, nádegas e pernas. Sintomas comuns incluem dor, dormência, formigamento, fraqueza muscular e redução da mobilidade.
Estenose espinhal
A estenose espinhal (ou estenose do canal vertebral) é o estreitamento do canal por onde passa a medula espinal. Esse estreitamento reduz o espaço disponível para os nervos, podendo causar compressão e sintomas neurológicos.
A condição geralmente se desenvolve gradualmente com a idade, à medida que ocorrem alterações degenerativas como espessamento dos ligamentos, formação de osteófitos (bicos de papagaio), ou protrusões discais.
Os sintomas característicos incluem dor e desconforto que pioram ao caminhar ou ficar em pé por períodos prolongados, mas melhoram ao sentar ou inclinar-se para frente. Também podem ocorrer sensações de queimação, formigamento, fraqueza nas pernas e, em casos graves, dificuldade para caminhar longas distâncias.
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Como se preparar?
Agora que você conhece as principais condições que podem se beneficiar da fisioterapia para coluna, veja como se preparar para aproveitar ao máximo as sessões.
Antes da primeira consulta, reflita sobre seus sintomas e as limitações que enfrenta no dia a dia. Durante a avaliação, serão feitas perguntas sobre quando a dor começou, como ela se manifesta (constante, intermitente, em pontada, em queimação), o que piora ou alivia os sintomas, e como isso afeta suas atividades. Ter essas informações organizadas mentalmente facilitará a avaliação.
Leve todos os exames de imagem disponíveis (raio-X, tomografia, ressonância magnética), tanto atuais quanto anteriores. Isso permite acompanhar a evolução do quadro e auxilia no planejamento do tratamento.
Um bloco de notas ou o celular podem ser úteis para anotar orientações sobre exercícios domiciliares e cuidados posturais.
Com qual roupa ir?
Opte por roupas confortáveis e folgadas, que permitam visualizar e acessar facilmente a região afetada. Para problemas na coluna, é importante que as costas possam ser examinadas.
No verão, camiseta e shorts funcionam bem; no inverno, calça de moletom ou legging e camiseta são boas opções. Evite roupas muito justas ou com zíperes e botões que possam incomodar durante os exercícios.
Muitas sessões envolvem aplicação de recursos como compressas, TENS (estimulação elétrica) ou técnicas manuais, então roupas que permitam fácil acesso à pele são preferíveis.
Tênis esportivos são os calçados ideais, pois oferecem estabilidade para exercícios e são fáceis de calçar e tirar.
Evite acessórios que possam atrapalhar, como brincos grandes, colares compridos ou relógios volumosos. Cabelos longos devem ser presos.
Quantas sessões são necessárias?
O número de sessões varia conforme a condição e a resposta individual de cada paciente. Em geral, um programa inicial de fisioterapia para coluna inclui entre 10 e 20 sessões. A frequência pode ser de 2 a 3 vezes por semana em fases mais agudas, reduzindo para 1 a 2 vezes por semana conforme os sintomas melhoram.
O médico responsável, em conjunto com o fisioterapeuta, determinará o plano de tratamento mais adequado para cada caso.
Como funciona a fisioterapia para coluna
Na primeira sessão, grande parte do tempo será dedicada à avaliação. O fisioterapeuta conversará sobre seu histórico de saúde, os sintomas que você apresenta, como eles afetam sua rotina e quais são seus objetivos com o tratamento. Essa avaliação inicial é fundamental e geralmente ocupa boa parte (ou toda) a primeira sessão.
A avaliação física inclui observação da postura, análise dos movimentos da coluna (flexão, extensão, rotação), testes de força muscular, flexibilidade, sensibilidade e, quando necessário, testes neurológicos específicos para avaliar a função dos nervos.
Com base nessa avaliação e nos exames complementares (quando disponíveis), o fisioterapeuta elaborará um plano de tratamento individualizado. Geralmente, nas fases iniciais ou em quadros com muita dor, o foco está no alívio dos sintomas utilizando recursos analgésicos e anti-inflamatórios. À medida que a dor diminui, são introduzidos progressivamente exercícios de cinesioterapia (terapia pelo movimento).
Conheça as principais abordagens utilizadas:
Cinesioterapia (Terapia pelo Movimento)
É a base da fisioterapia e inclui dois tipos de abordagem:
Movimentos passivos: são realizados pelo fisioterapeuta enquanto o paciente permanece relaxado, sem fazer esforço. São indicados principalmente nas fases agudas, quando há muita dor ou inflamação. Objetivos incluem manter a mobilidade articular, prevenir encurtamentos musculares, estimular a circulação e preparar os tecidos para exercícios mais ativos. Exemplos: mobilizações articulares, alongamentos assistidos e técnicas de terapia manual.
Movimentos ativos: são exercícios realizados pelo próprio paciente, com ou sem auxílio do fisioterapeuta. Visam recuperar e melhorar a amplitude de movimento, a força muscular, a resistência, a coordenação e o controle motor. Conforme o paciente evolui, os exercícios se tornam mais desafiadores e funcionais, preparando-o para retornar às atividades do dia a dia.
Eletroterapia (Recursos Elétricos)
São equipamentos que utilizam diferentes formas de energia para auxiliar no tratamento. Os principais recursos incluem:
TENS (Estimulação Elétrica Nervosa Transcutânea): aparelho portátil que emite pequenas correntes elétricas através de eletrodos colocados na pele. Funciona modulando a transmissão da dor ao cérebro e estimulando a liberação de endorfinas (analgésicos naturais do corpo). É indolor e muito utilizado para alívio da dor aguda e crônica.
FES (Estimulação Elétrica Funcional): similar ao TENS, mas com parâmetros ajustados para provocar contração muscular. É utilizado para fortalecer músculos enfraquecidos, melhorar a circulação e recuperar o controle motor em músculos que perderam função.
Ultrassom terapêutico: utiliza ondas sonoras de alta frequência que penetram nos tecidos, gerando aquecimento profundo e micromasssagem celular. Isso aumenta o fluxo sanguíneo local, acelera a cicatrização e auxilia na redução de inflamações e contraturas musculares.
Laser terapêutico: utiliza luz de baixa ou alta intensidade para estimular a regeneração celular. Possui efeitos anti-inflamatórios, analgésicos e de aceleração da cicatrização tecidual. É especialmente útil em processos inflamatórios agudos e crônicos.
Ondas curtas: equipamento que emite ondas eletromagnéticas de alta frequência, promovendo aquecimento profundo dos tecidos. O calor aumenta o fluxo sanguíneo, relaxa a musculatura tensa e auxilia na redução de dores e inflamações. Muito utilizado em espasmos musculares e dores lombares.
Termoterapia (Terapia pelo Calor ou Frio)
A termoterapia utiliza variações de temperatura como recurso terapêutico:
Calor: promove relaxamento muscular, aumenta o fluxo sanguíneo, melhora a elasticidade dos tecidos e reduz a rigidez. Pode ser aplicado através de compressas quentes, bolsas térmicas, banhos de parafina ou aparelhos de infravermelho. É indicado principalmente para dores crônicas e rigidez muscular.
Frio (crioterapia): reduz a inflamação, o inchaço e a dor ao diminuir o fluxo sanguíneo local e a velocidade de condução nervosa. Aplicado através de bolsas de gelo ou compressas frias, é mais indicado em fases agudas (primeiras 48-72 horas) de lesões ou quando há sinais inflamatórios evidentes.
Outros recursos terapêuticos
A fisioterapia para coluna lombar, cervical ou torácica pode incluir ainda:
Terapia manual: técnicas realizadas com as mãos, incluindo mobilizações articulares, manipulações e liberação miofascial.
Hidroterapia: exercícios realizados em piscina aquecida, onde a flutuação reduz o impacto nas articulações.
Pilates clínico: método que enfatiza o controle do core e a estabilização da coluna.
RPG (Reeducação Postural Global): técnica de alongamento global que trabalha cadeias musculares completas.
A escolha dos recursos depende da avaliação individual, da fase do quadro (aguda, subaguda ou crônica) e dos objetivos do tratamento.
Guia de Técnicas de Tratamento
Explore as principais modalidades utilizadas na fisioterapia para coluna
Cinesioterapia
Terapia através do movimento
Movimentos Passivos
Realizados pelo fisioterapeuta enquanto você relaxa. Indicados nas fases agudas.
- Mobilização articular
- Alongamentos assistidos
- Técnicas de liberação miofascial
Movimentos Ativos
Exercícios que você realiza, com orientação profissional.
- Fortalecimento muscular
- Exercícios de estabilização
- Treino de equilíbrio e coordenação
💡 Importante: A progressão dos exercícios é gradual e respeita a evolução individual de cada paciente.
Clínica Dr. Hong Jin Pai
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Quanto tempo demora para fazer efeito?
Os resultados da fisioterapia dependem de diversos fatores: gravidade e tipo da lesão, tempo de evolução do problema, idade, condições de saúde associadas e, principalmente, o comprometimento do paciente com o tratamento.
Para obter os melhores resultados, é fundamental seguir as orientações do fisioterapeuta, especialmente quanto aos exercícios domiciliares, cuidados posturais no trabalho e em casa, e manutenção de atividade física regular.
Em geral, muitos pacientes percebem melhora significativa após 8 a 12 sessões. No entanto, alguns quadros podem necessitar de mais tempo, enquanto outros apresentam alívio mais rápido. A recuperação é um processo individual que deve ser acompanhado de perto pela equipe de saúde.
Exercícios de fisioterapia para coluna
Os exercícios terapêuticos têm dois objetivos principais: reabilitar a função comprometida e prevenir novas crises ou complicações que possam afetar a qualidade de vida.
Os movimentos podem ser realizados com ou sem equipamentos auxiliares, como faixas elásticas, halteres, anel de Pilates, bola suíça, rolos de espuma e plataformas instáveis. O mais importante é que todos os exercícios sejam prescritos e supervisionados por profissionais qualificados.
Na fisioterapia para coluna vertebral, há ênfase especial no fortalecimento do core, o conjunto de músculos profundos do abdômen e da região lombar responsável por estabilizar e proteger a coluna. Exercícios como prancha, bird-dog (quatro apoios com extensão alternada), ponte (elevação de quadril) e ativação do transverso abdominal são frequentemente utilizados.
Além do fortalecimento, são trabalhados exercícios de mobilidade e alongamento para quadril, região lombar, coluna torácica e cervical. Movimentos como rotação cervical, extensão torácica, alongamento dos isquiotibiais e flexores do quadril ajudam a restaurar a amplitude de movimento e reduzir tensões musculares.
Os membros inferiores também recebem atenção, já que músculos fracos ou encurtados nas pernas podem sobrecarregar a coluna. Exercícios como agachamento controlado, afundo, ponte unilateral e alongamento do piriforme fazem parte do programa de reabilitação.
É importante ressaltar que os exercícios devem ser progredidos gradualmente e adaptados às condições de cada paciente. O que funciona para uma pessoa pode não ser adequado para outra.
Clínica Dr. Hong Jin Pai
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Referências
https://www.spine-health.com/treatment/physical-therapy/physical-therapy-low-back-pain-relief
