Muito confundida com lombalgia, a lombociatalgia é um processo doloroso que acomete a região lombar, irradiando a dor para os membros inferiores por meio do trajeto percorrido pelo nervo ciático.
A dor lombar é uma das queixas mais comuns da atualidade, além de uma frequente causa de incapacitação funcional[1]Koes BW, Van Tulder MW, Peul WC. Diagnosis and treatment of sciatica. Bmj. 2007 Jun 21;334(7607):1313-7..
Existem diversas causas possíveis para o problema, que vão desde doenças infecciosas ou metabólicas, a tumores, traumas, sobrecarga dos ligamentos da coluna, desgaste excessivo dos discos intervertebrais, defeitos congênitos e lesões por prática esportiva.
A dor neuropática está presente em 37 a 55% dos pacientes acometidos. Fala-se neste tipo de dor quando o incômodo surge em consequência de uma lesão que afeta o sistema somatossensorial, a sensação é intensa e piora a qualidade de vida do indivíduo[2]Konstantinou K, Dunn KM. Sciatica: review of epidemiological studies and prevalence estimates. Spine. 2008 Oct 15;33(22):2464-72..
Ao longo deste artigo discorreremos mais sobre a lombociatalgia e sobre como ela pode afetar vida da população.
O que é Lombociatalgia

A lombociatalgia é a dor produzida pelo estreitamento do canal vertebral da região lombar. Seu diagnóstico é bastante desafiador, já que sua sintomatologia é semelhante a de outras patologias como hérnia de disco, síndrome piriforme e artrose discal.
O quadro é popularmente conhecido como “dor no ciático”, devido à compressão desse grande nervo, o que explica também o irradiar da dor, uma das principais características do distúrbio. A coluna pode ficar com sensação de travamento.
Assim como o nervo em questão, o incômodo atinge a coluna lombar, as nádegas e a face posterior da coxa, podendo descer até os pés em alguns casos.
No que diz respeito à intensidade, a dor varia bastante de paciente para paciente. Algumas pessoas sentem apenas leves desconfortos que tendem a piorar quando entram em movimento após repouso.
Enquanto isso, outros pacientes descrevem dores intensas, o que acaba tornando a lombociatalgia um transtorno funcional, já que esses pacientes passam a ficar impossibilitados de executar atividades rotineiras como trabalhar, deitar e levantar, dentre outras situações que similarmente exijam esforço por parte da coluna.
Em casos mais graves a pessoa pode sofrer um bloqueio completo, apresentando total rigidez, sem poder trocar de posição.
Fatores de risco
Os fatores de risco para lombociatalgia são bastante similares ao da lombalgia.
Dentre eles, podemos citar fatores como hábito de carregar peso, má postura ao dirigir ou mesmo no trabalho, o tabagismo e o próprio processo natural de envelhecimento.
Além disso, a herança genética possui relevância. Isso porque uma das principais causas para esse tipo de dor é hérnia discal, distúrbio com um forte componente hereditário.
Outras patologias do disco vertebral também podem favorecer a lombociatalgia, como fadiga por excesso de carga, ruptura traumática, alterações degenerativas, fraturas por compressão e protrusão do disco.
Vale destacar ainda mais um fator e talvez o mais importante deles. Sabe-se que a doença é predominante em pessoas sedentárias. De maneira geral, há uma forte relação entre a inatividade física e as dores na coluna, possivelmente explicada pela manutenção de uma aptidão musculoesquelética deficiente.
Diferença entre lombalgia e lombociatalgia

Conforme vimos, muitas pessoas fazem confusão entre lombalgia e lombociatalgia. Realmente os quadros são bastante similares, você saberia diferenciá-los?
Lombalgia é o termo médico para dor lombar. Apesar de poder ter diferentes intensidades, a dor é localizada, se limitando a região da coluna. Fala-se em ciatalgia ou lombociatalgia quando há irradiação, explicada por alterações que afetam o nervo ciático. Sendo assim, além da coluna, os glúteos, a coxa, a perna e o pé podem ser afetados.
Ambas podem ser agudas ou crônicas a depender das causas por trás do problema.
Principais causas

A lombociatalgia é, na maioria das vezes, provocada por alterações entre as vértebras L5 e S1. De maneira geral, o quadro é produzido devido à compressão radicular. Diversos fatores podem estar relacionados.
Protrusão discal
A protrusão (abaulamento discal) é a principal causa deste tipo de dor, estando por trás de 90% dos casos. Muito confundida com hérnia de disco, a protusão discal é uma distensão do anel fibroso ao redor do disco vertebral. A protrusão do disco é uma forma comum de degeneração (ou seja, pode ocorrer naturalmente pela idade) do disco espinhal que pode causar dores no pescoço e nas costas.
As mudanças que ocorrem com o processo normal de envelhecimento são responsáveis pela deterioração do disco, embora uma lesão possa acelerar o processo degenerativo. No entanto, um disco protuberante pode passar despercebido, a menos que invada um nervo próximo.
Com a idade, todas as partes do corpo mudam, incluindo os componentes da coluna. Os discos desidratam e perdem elasticidade. Isso enfraquece o disco e o torna mais vulnerável.
Hérnia de disco
Após a protusão discal, a hérnia de disco é a principal causa de lombociatalgia. Pacientes com hérnia de disco também sofrem de processos inflamatórios na raiz nervosa. No entanto, tem mais. Há ainda compressão mecânica do nervo.
A doença é mais comum entre os 40 e 50 anos de idade, pois nessa fase ocorre um processo degenerativo fisiológico do disco vertebral. Propiciando ruptura do anel fibroso que protege o núcleo pulposo, o que pode vir a ocasionar compressão da raiz nervosa no interior do canal vertebral.
Estenose de canal vertebral
A estenose pode ser uma condição congênita, e diferente do que se pensa, poucas vezes é do tipo degenerativa. O problema se caracteriza pelo estreitamento do canal vertebral, região onde passam os nervos da coluna espinhal.
Dependendo do local acometido, surgem os seus mais diversos sintomas. Tal condição está comumente relacionada à compressão mecânica do nervo ciático, levando a lombociatalgia.
Síndrome pós-laminectomia
Conhecida em inglês pelo termo failed back surgery pain syndrome (ou seja, síndrome da dor na falha da cirurgia da coluna), pode acometer entre 10% e 40% dos pacientes submetidos a cirurgias na coluna lombar sofrem de dores neuropáticas.
Segundo a IASP (Associação Internacional de Estudo da Dor), a síndrome é definida como uma dor lombar espinal de origem desconhecida, que psersiste na mesma localização da dor original, apesar das intervenções cirúrgicas ou que se instala após as cirurgias.
Ainda não se sabe exatamente o que está por trás desta relação. Contudo, fatores pré, intra e pós-operatórios já foram correlacionados.
Um componente miofascial não diagnosticado previamente é identificado em uma porcentagem dos casos.
Síndrome do piriforme
Não são raras às vezes que pacientes com queixa de lombociatalgia apresentem como causa para dor a síndrome piriforme.
A síndrome do piriforme é uma condição musculoesquelética dolorosa, caracterizada por uma combinação de sintomas, incluindo dor na nádega ou quadril. A dor pode irradiar pela perna.
Esta é mais uma doença relacionada à compressão do nervo ciático, neste caso, pelo músculo piriforme ou pelo seu tendão, localizado no assoalho pélvico.
A alteração pode ser causada por reações inflamatórias, hipertrofia ou por alterações anatômicas.
Outras causas menos comuns
Além das causas citadas, podemos incluir ainda:
- Escoliose
- Diferença de comprimento entre os membros
- Alterações sacro-ilíacas
- Hiperlordose lombar
- Espondilólise
- Sacro horizontalizado
Vídeo sobre Lombociatalgia
Sintomas de Lombociatalgia

A grande marca do distúrbio é a dor, que pode ser aguda ou crônica.
Quando aguda, geralmente aparece durante a realização de algum movimento que exige esforço, como levantar peso. Já no caso da dor crônica, o sintoma tende a aparecer de forma progressiva.
Além disso, as manifestações clínicas incluem rigidez matinal, o que melhora conforme a pessoa vai se movimentando. Alguns movimentos podem produzir piora, como espirrar, tossir, dentre outros.
Pode ocorrer ainda parestesia, hipertrofia e hipertonia da região ou mesmo dos membros acometidos.
Diagnóstico de Lombociatalgia

O exame diagnóstico é, como na maioria das patologias, dividido em 4 partes: anamnese, exame clínico, exames complementares e diagnóstico diferencial.
Anamnese
Durante a anamnese o médico fará algumas importantes perguntas a seu paciente, como tempo de evolução dos sintomas, fatores de piora e melhora, localização, tipo de dor, severidade e irradiação.
Geralmente pacientes com lombociatalgia sentem alívio quando deitados, por isso, geralmente se sentem bem durante a noite. Porém, conforme vimos, há rigidez matinal.
Os indivíduos acometidos incluem na sua queixa os sintomas citados anteriormente, dor que irradia para os membros, parestesias, fraqueza e dificuldades para realizar certos movimentos.
Diante dos sintomas descritos, além de avaliar o caso para diagnóstico, o médico terá algumas pistas a respeito da raiz nervosa lesada.
Exame Físico
Após a anamnese se segue o exame físico, etapa essencial a identificação da lombociatalgia.
O exame começa com pesquisas de nível sensorial, seguido por testes motores.
Quando em flexão lombar, pacientes com hérnia de disco sofrem piora da dor, o que tende a melhorar em repouso. Já indivíduos que sofrem de estenose, sentem mais dor durante a extensão.
Durante esta parte da consulta, é muito comum a execução da Manobra de Lasègue. Com o paciente em decúbito dorsal, o médico eleva o membro inferior com a perna estendida. O resultado é tido como positivo quando a dor irradia ou piora quando o membro em questão alcança um ângulo entre 35° e 70° em relação ao plano horizontal.
Outro teste muito utilizado é o Teste de Patrick. Ainda em decúbito dorsal, o paciente é orientado a posicionar sua perna fletida, abduzida e em rotação externa. Assim, o médico usará alguma de suas mãos para exercer pressão para baixo sobre o joelho ipsilateral, enquanto com a outra mão força a região ilíaca, superior à pelve.
O exame é considerado positivo quando existe alguma doença do quadril ou da articulação sacro-ilíaca.
Além desses, outros testes podem ser realizados, como o sinal das pontas, teste de elevação da perna estendida, sinal de Bragard, dentre outros.
Uma investigação neurológica detalhada também faz parte do diagnóstico da lombociatalgia.
Exames Complementares
Devido aos sintomas pouco específicos do distúrbio, é muito comum que sejam necessários exames complementares.
O diagnóstico por imagem se restringe a pacientes com sinais de deficit neurológico severos ou comorbidades relacionadas. Pode ser indicado ainda para pacientes que não obtiveram nenhuma melhora do quadro após 4 a 6 semanas de tratamento.
Para esses casos, é indicada inicialmente a radiografia da coluna lombossacral. Assim torna-se possível a identificação de tumores, infecções, espondilose e instabilidades da coluna.
Caso sejam necessários mais detalhes, a ressonância magnética pode ser prescrita. Este é um exame mais sensível por isso permite detecção precoce de problemas graves, como neoplasias, por exemplo.
Por último, se houver suspeita de alguma condição sistêmica, podem ser solicitados exames de sangue e de urina.
Diagnóstico Diferencial
Graças a sua sintomatologia inespecífica, a lombociatalgia pode ser confundida com muitos outros quadros.
Fazem parte do diagnóstico diferencial as neoplasias, abscessos, pseudoaneurismas, a Síndrome de Piriforme, popularmente conhecida como pseudo ciatalgia, e a cruralgia.
Como podemos perceber, as doenças causadoras do quadro predominam no diagnóstico diferencial. Essa diferenciação quanto a causa é essencial a escolha do tratamento.
Nem sempre é possível a remissão completa da dor. O resultado do tratamento depende do diagnóstico preciso e da terapia escolhida.
Tratamento conservador
A maioria dos pacientes experimenta melhoras significativas por meio do tratamento conservador, geralmente composto por terapia farmacológica. Até por isso o uso de remédios continua sendo uma das principais opções terapêuticas para quem sofre de lombociatalgia.
Diferentes classes de fármacos dispõem de benefícios para esses casos. Sendo assim, a escolha fica a cargo do médico, que adequará a prescrição considerando as dificuldades de cada paciente e os efeitos colaterais possíveis.
Medicamentos para lombociatalgia
Quanto às diretrizes para o tratamento de dores neuropáticas, são considerados em primeira linha remédios tais como:
- Anticonvulsivantes moduladores de canais de cálcio
- Antidepressivos cíclicos como amitriptilina, clomipramina e imipramina
- Inibidores seletivos de recaptação de serotonina e noradrenalina como a duloxetina e a venlafaxina
Em segunda linha, temos os emplastros de lidocaína com função localizada, indicado principalmente para neuralgia pós-herpética, e os opioides, apesar do risco de efeitos colaterais.
De maneira geral, o tratamento farmacológico deve ser feito com acompanhamento médico adequado.
Fisioterapia para lombociatalgia
Em meio às opções conservadoras, devemos citar ainda a fisioterapia.
O tratamento inicial deve incluir ênfase na natureza do problema, orientação para permanecer o mais ativo possível, evitar repouso no leito e garantia de que a dor provavelmente desaparecerá rapidamente.
Os fisioterapeutas geralmente adicionam terapia manual e/ou intervenções de exercícios se a avaliação revelar que elas provavelmente ajudarão um paciente individual.
Em pacientes com dor intensa e espasmo muscular, modalidades como calor e massagem podem ser usadas para proporcionar alívio da dor a curto prazo.
Tratamento cirúrgico
A depender da causa do problema e da sua gravidade, o tratamento cirúrgico pode se tornar uma opção.
Quando há preservação completa das funções neurológicas motoras e dos reflexos profundos e o tratamento visa a manutenção da integridade do nervo espinhal, é chamado tratamento antálgico.
Existem mais de um procedimento possível:
- Infiltração foraminal com corticoide
- Aplicação de radiofrequência pulsátil no gânglio da raiz dorsal do nervo espinhal acometido
- Estimulação da medula espinhal
- Descompressão nervosa
- Laminectomia
Acupuntura na lombociatalgia
A acupuntura pode ser incluída entre os tratamentos conservadores, contudo, vale deixarmos um espaço exclusivo a terapia.
A Medicina Tradicional Chinesa pode proporcionar bons resultados no tratamento de dores na coluna.
A técnica da Acupuntura estimula a liberação de esteroides, que enquanto ajudam a controlar processos inflamatórios, ainda estimulam a liberação de endorfinas, os analgésicos naturais do copo.
Além de reduz a dor, melhora o sono e produz sensação de bem-estar global do corpo. Isso porque as agulhas agem diretamente sobre as fibras nervosas, desencadeando estímulos que agem sobre a coluna espinhal, encaminhando sinais que chegam ao encéfalo, e assim regulando a atividade corporal.
O tratamento é seguro, não invasivo e pode ajudar na otimização e controle da dor.

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